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poema só para mim

 
 
verdes como hera
que subindo vai
esperam, desesperam
e um dia a vida neles cai
meus olhos onde estão,
que olham e não veem nada
em estéril contemplação?!
são eles e eu cansada.

verdes, não veem o verde dos campos
a vida sempre a mesma!
o futuro é não, ou nem sabido,
pálido e sombrio
paisagem onde não há rio.

entra por mim adentro um calafrio
vejo minha estrada desdobrada
a chegar ao fim,
já tudo me esquece
até de mim!
nos olhos tristes dissipa-se a aurora
passa por eles o tédio
hora a hora.
hoje não sei se sou
ou não sou!
não sei se existi
meu olhar turvou,
nem me sei aqui.

águas passadas que inda fazem dano
sorrindo interiormente
apercebo-me, como a vida
foi um engano,
fustigou-me o tempo
os olhos que se abriram ao nascer
flores imprevisíveis
nascidas de verde,
um dia irão morrer
quando a solidão e a carência
fôr rumor de mágoa, e do amor
a sede...

já não invento sonhos
dou-me à sorte
neste final, sulcado pela morte.

natalia nuno


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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