Sonetos : 

Oficial e Cangalheiro

 


Posa a patente, testa sem lustral
Carrega mortos da façanha vil
Enquanto brinda as hostes com funil
Da vodka, o maior e sem igual

E pesa-se assim das mortes mil
Como quem vê a vida em tom banal
E esconde a verdade capital
Caídos muitos mais do seu covil

Emproa-se vanglória, já velhaca
Czar - de império jogral, RIP na placa;
Morto a crer-se vivo - é cineasta

E fede-se da boca em tom d'escárnio
Retórica só rica de urânio
E tudo o mais é povo que se arrasta


04-09-2025


 
Autor
AlexandreCosta
 
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