esquiva-te ao céu que te cai em cima
nunca caem só plumas ou estrelas
o que valida a luz que vem com elas
também o escuro traz e legitima
nem sempre as mãos erguidas são singelas
atento ao espectro que aproxima
a quem na gratidão só se encima
não lhe virão clarões para acolhê-las
a luz não se define em arraiais
nem vem às mãos por obra de sinais
ou ladainhas sonsas de agradar
quem colhe a luz conhece o defeito
e bastam-lhe as mãos junto ao peito
e o silêncio puro de se olhar
26-11-2025