Não te nego meus sentimentos.
E ainda que te os queira continuar a conceder
meu coração permanece-me fiel
quando tu o jogas no chão e prevalece o- toca e foge de tua vontade;
que ora graceja ora sorri
ora distante se põe, apagando as luzes de teus olhos.
No ‘Cantinho’ onde te conheci e onde
com amabilidade recebes (?) os clientes,
do grande Hipermercado, raras são agora as vezes em que
te vejo: quem longe te pôs de mim? Que invejas tardias,
aqui vieram amanhecer e entristecer nossas almas?
(Quem na distância põe o amor, nele se deita todas as noites -
e adormece).
Graças me concedas, ó Deus, e trá-la até mim uma vez mais,
que o poeta já entristece…, sabedor, porém
de que a dor que ora lhe dói teve antes ensejos de amor.
‘Tudo o que existe tem por que existir’:
razão de ser como o de uma flor que precisa de sol e de chuva,
num ciclo natural de um jardim que assim se completa!
Jorge Humberto
04/09/25