Trazias nos lábios um beicinho,
parecendo-me tímida ao longe.
Antes fosse um nítido beijinho,
que segregada palavra - até hoje.
Suspensa no ar ali estavas tu,
mãos na boca, olhar expectante.
Juro, que me pareceu um déjà-vu:
teus olhos no cimo dum mirante.
Como estava bem acompanhado,
e faço jus à minha cortesia,
mal me julgaste, o ver-me levantado,
para te dizer o que só a ti entendia.
Se te lembrares nem teu nome sabia,
porque me pedinchar então
o que não tinha como e em si silencia?
Aprender deves, das coisas do coração.
Jorge Humberto
21/09/2025