No rumo errado, que escolhi prá vida,
alicerçado em fantasias de juventude,
hoje, sou só a mácula devida,
meu ser introvertido em sua plenitude.
Não era por certo este o meu sonho
de criança feliz, alinhada com a natureza…
E foi-se tudo, num baque surdo e medonho,
que predisse à nascença sua estranheza.
E é uma vida cheia de grandes impasses,
que, quem dela duvida, congemina lugares
sem regras, semideuses mortos, enlaces,
caminhos que nem andam nem vão aos pares.
Cansado já de ter uma corda pelo pescoço,
quem sabe, o que me resta ainda por aí!...
Mas se até é certa a saída do fundo do poço,
que fica, de tudo o que desde então eu perdi?
Jorge Humberto
28/09/2025