Papoila Negra
Papoila negra
Passeias-te pelos campos da saudade
Escondida em terras férteis de sonhos
Seara alheia invade espreitando a liberdade
Escondes sentimentos nos bolsos
Semeados em papel orvalhado
Ventos mudos uivam de dor
Cripta fogueira ardente de amor
Ondulam sonhos em barcas de seiva
Cultivadas de espigas de esperança
Rasgas a roupa que te cobre a pele
Descobre-se a flor outrora rubra
Hoje negra pela morte do sonho
Ceifado pelo tempo de um tempo
Que nunca foi teu… nem meu!
Fátima Santos