A voz que chora poesia lenta e pura,
transborda em névoa a alma que suspira,
tece no vento a etérea partitura
do verbo que se entrega e que delira.
É voz que ama, e no amor se recria,
veste o silêncio de doce harmonia,
faz da rima o lume que alumia
a sombra do tempo, em melancolia.
Na doçura concisa de seu murmúrio,
declara o infinito em tom maduro,
e no sopro suave que o vento guia,
eterniza o instante — e o chama poesia.
Fragmentos de Sonhos
Senhora Poesia