Talvez em sombras surdas, voz contida,
Se ergam palavras num silêncio fundo,
Na busca ardente da sonhada vida,
Que resplandece além do velho mundo.
Na névoa turva, o tempo se desfaz,
E a solidão se veste em noite fria;
Das lágrimas brota a tinta que refaz
O rumo incerto em linhas de poesia.
Entre os abismos, sonhos são guardados,
E a dor se pinta em quadros de lamento;
Sorrisos ficam tristes, desbotados.
Porém, no verso há lume em movimento:
A esperança dança em rimas libertadas,
E o coração renasce em cada intento.