aviso-à-navegação
| Enviado por | Tópico |
|---|---|
| Benjamin Pó | Publicado: 22/11/2025 12:42 Atualizado: 22/11/2025 12:42 |
|
Administrador
Usuário desde: 02/10/2021
Localidade:
Mensagens: 865
|
.
A domesticação do verso lembrou-me um poema do Eugénio de Andrade, que reproduzo a seguir. Abraço amigo! "Agora as palavras", de Eugénio de Andrade Obedecem-me agora muito menos, as palavras. A propósito de nada resmungam, não fazem caso do que lhes digo, não respeitam a minha idade. Provavelmente fartaram-se da rédea, não me perdoam a mão rigorosa, a indiferença pelo fogo-de-artifício. Eu gosto delas, nunca tive outra paixão, e elas durante muitos anos também gostaram de mim: dançavam à minha roda quando as encontrava. Com elas fazia o lume, sustentava os meus dias, mas agora estão ariscas, escapam-se por entre as mãos, arreganham os dentes se tento retê-las. Ou será que já só procuro as mais encabritadas? |