Bailo como quem anda
e os passos não mede
num trapézio sem rede,
comandado que se comanda
ao som
sem tom
tomando pela mão o par
a bailar
bailo como quem corre
sem fazer parte da corrida,
que faz dela a vida,
bela, e depois, morre
siga o baile.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.