era branca a palavra
e a bandeira içada em cadernais d’alento
quando m’ofertava inteira
virginal
à pedra antiga
ainda que esviscerada por dentro
no jugulo de uma dor maior.
era branca a minha saia
na renda que subia
do tornozelo à curva do teu desvelo
ausente.
era branda a mão
que t’afagava o rosto, que s’aninhava buscando
lençóis d’algodão no linho áspero
e no regato do teu corpo, sulcando memórias
prefaciadas de outras vidas.
amplíssima no branco da razão
é a nívea mão que aperta agora o terço por sobre o local do coração.
era branca a palavra...
suavizada.
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