Poemas : 

Tânatos

 
TÂNATOS


Perene!
Cortesã das noites e mantos. Cantos e sopros brilham as eternidades; irresistíveis negros de teus véus. Senhora dos céus e fios — finos e tênues silêncios entre as cores e húmus.

Perene!
Indelével nas danças – harmonia ao lúdico dos jogos. Faceira, tramas em compassos teus ritos solenes. Dama eterna dos joios e trigos e mostos ao gozo dos pastos... logos & cálices.

Perene!
Inconteste das lidas cruzadas – soberana nas fainas, revigoras as chamas nas hastes extintas. Refulgente e bela ao coro-sopro dos Verbos.

Perene!
Indissoluta és nos lumes e gumes — luzente nos breus. Irônica e plena à sedução dos lábios. Calores incisos em ranhuras nas pedras... beijas os sopros à resta do frio.

Perene!
Incólume dançarina entre pêndulos e areias. Ápice do não nas ofertas, consagram-te — enigmas perpetuados à sina; morrer-te quereres.

Perene!
 
Autor
Paulo de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 26/07/2008 14:59  Atualizado: 26/07/2008 14:59
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Usuário desde: 24/06/2007
Localidade:
Mensagens: 3263
 Re: Tânatos
E o que é a nossa existência além da pulsão de vida e pulsão de morte?Muito bom!Beijo afetuoso Poeta!

Karla Bardanza


Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 26/07/2008 15:33  Atualizado: 26/07/2008 15:33
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Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: São Paulo- Brasil
Mensagens: 4206
 Re: Tânatos p/ Paulo de Carvalho
caro poeta,

neste seu belo poema fica bem claro que o clássico e o moderno podem conviver em perfeita harmonia. não é preciso ser modernoso para ser moderno e muito menos arcaico para ser clássico. gostei - e muito.

abraços,

júlio s.