Se apagarão as luzes e acabará o neônio
no dia da minha triste morte imensurável,
esperarei como um gladiador imutável
essa inquilina de cemitério e nosocômio.
Não quero flores ou cartas de envelope
em virtude da sentença, do meu fim de luta,
pois sou um niilista, a descrença absoluta,
sem querer que uma lagrima ninguém bote.
De nada sei, se ficarei livre ou preso em malha,
se perdi a guerra ou apenas uma batalha,
se ficarei vagando pro sul ou pro Norte...
Pois sou um néscio em sabença espiritual,
um crente na putrefação cadevérica animal,
que com honra deixa a vida e desonrada deixa a morte.
Francisco Ferreira