Poemas : 

Sempre tarde

 
Inda que jovem, inda que inocente,
Inda que o futuro não me faça alarde
No tempo de mim hoje é sempre tarde,
Caminha o relógio rumo ao evidente.

As horas que passam, passam sobre mim,
Eu carrego marcas que não se apagam
Momentos ocos que me mim desaguam
Rudes, vorazes, espreitando o fim.

Nessa contra mola é que venho e vou
Com os olhos vazios e a boca fechada,
Uma janela aberta nessa madrugada
Onde a esperança não se debruçou.


 
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Amora
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Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 06/10/2008 00:34  Atualizado: 06/10/2008 00:58
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4412
 Re: Sempre tarde
Nunca é tarde Amorinha, não há idade, não há horas, não há tempo para impedir o nosso momento poetisa.....

Belo o teu soneto
Beijinhos
Tudo de bom para ti amiga


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/10/2008 00:34  Atualizado: 06/10/2008 00:34
 Re: Sempre tarde
É, querida...Chega um tempo em que o vento turva nossos olhos e julgamos ser muito tarde.Contudo, se há vida, há esperança de mudança!Gostei de reflexão do poema!
Bjins, Betha.


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 06/10/2008 07:51  Atualizado: 06/10/2008 07:52
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1932
 Re: Sempre tarde
Os espinhos
são carinhos
na carne queimada,
que na possibilidade de sentir nada
sangram...

Sempre tarde, já diria o coelho maluco da Alice...
Acho o problema está no relógio. Rs, rs,rs...

Lá estou eu a dizer parvoíces em cima da dor dos outros.
Mas que hei-de fazer, estou sempre à espera que um sorriso amenize a dor!


Beijo.


Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 07/10/2008 01:04  Atualizado: 07/10/2008 01:04
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: Sempre tarde
Amora,

a esperança debruçou-se, debruçou-se!
Na janela aberta.
Grande parte do nosso problema humano de encararmos o destino ou o fado está no desfasamento entre o ser e o dever ser.
Não sermos sapientes o suficiente para não tributarmos pesadamente o ser com um dever ser tantas vezes caprichoso e arbitrário.
Mas a poetisa reconhece que a vida e as expectativas goradas andam de mãos dadas.
Abraço.