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Pássaro aprisionado

 
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Num galho verde, vi pousar um passarinho
Cantando alegre, saía e voltava ao ninho
E um vagabundo que andava de pé no chão
Mais que depressa, um alçapão foi pegar
Cheio de alpiste, para o pássaro chamar
E a ave desceu para comer aquela ração

Eis que de repente fechou-se a porta
Vendo que a sua liberdade já estava morta
E na floresta nunca mais volta a cantar
O vagabundo soltou, então, sua gargalhada
Com o alçapão saiu correndo pela estrada
E, em uma gaiola o coitadinho foi parar

Agora o passarinho vive em sua prisão
Com muita tristeza relembra da amplidão
Com suas mágoas vive triste a recordar
Lembra dos filhinhos e de sua companheira
E sua orquestra nos galhos da laranjeira
Mas desta maneira, nunca mais pode cantar

- Adeus amigos companheiros da floresta
Adeus às festas, a prisão é o que me resta
E o meu destino é morrer aqui fechado
Sempre magoado, como é triste meu penar
Só de saudade eu não posso me acostumar
Neste regime eu vou morrendo desprezado.

jmd/Maringá, 29.11.08


verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/11/2008 14:31  Atualizado: 29/11/2008 14:31
 Re: Pássaro aprisionado
Triste mesmo, João...
Conheço um coração-passarinho que vive assim dentro de uma gaiola. :'(
bjins, Betha,

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/12/2008 03:17  Atualizado: 13/12/2008 03:17
 Re: Pássaro aprisionado
Bonito e triste. Nas multiplas interpretações possiveis, sempre um sentimento que comove, gostei muito!