[a morte morre-me nos braços]

Camarada Domingos da Mota,
Sem dúvida que aquilo que orgulhosamente conquistamos em cada dia: mais uns instantes de respiração; é aquilo que nos aproxima do fim, com uma sapiente paciência e isto de personificar e / ou humanizar a morte sabe bem!
Um abraço
Xavier Zarco

camarada zarco,

sim, esta poesia que nos dá vida, mata-nos também. e o mais cruel: muitas vezes não percebemos que nos sufocamos em nossas próprias cinzas sob a forma de palavras. matam-nos os outros diariamente. e, sem querer, deixamos.e vamos morrendo a nossa morte de cada dia.

abraços, companheiro.

j.

Camarada Júlio,
Talvez por isso cada um de nós, os que escrevemos, tenhamos as nossas palavras / cinzas de eleição. Isto porque morrendo em e com poesia, que se morra com aquilo que julgamos de mais precioso.
Um abraço
Xavier Zarco

engraçado dizeres isso.porque eu acho que,inadvertidamente, exorciso um pouco essa palavra.outras também.como sexo.não tem nada a ver com preconceito.há palavras que usamos recorrentemente.outras que exorcisamos.dormir e voar ou flutuar são palavras recorrentes na minha escrita,agora reparo...liberdade e sonho também...e vocês?já repararam quais são as que exorcisam e as que costantemente convocam?façam uma lista... mas só vale aquelas que tiverem mesmo um simbolismo e um sentido muito especial para cada um de vocês!

Cara Alexis,
Nós, os poetas, somos garimpeiros de palavras, quer no sentido quer na sonoridade. Algumas tinham de ficar agarradas à pele e dessas outras que o vento dos tempos não arrastou para a distância e chegaram às veias.
Um beijo
Xavier Zarco

interessante constatar quais as palavras que nos ficam agarradas à pele.interessante também seria ver em termos mais globais quais as palavras mais usadas em termos da produção literária desta nossa era.talvez isso nos diga muito sobre o nosso sentir actual,a nossa visão do mundo,a nossa perspectiva.
o vazio por exemplo é um termo recorrente...talvez seja hora de o preenchermos.
beijo,xavier.
alex

Cara Miriade,
É a nossa sombra, utilizando a palavra que usa, é a nossa miríade de signos que nos encanta e atormenta.
Um beijo
Xavier Zarco

Cara Marlise,
As cinzas, como signo representativo de memória, o que resta, são a semente do próprio poema. Boa observação.
Um beijo
xavier Zarco