Poemas, frases e mensagens de Mafalda-Sanches

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Mafalda-Sanches

Chegada da Primavera

 
Nesta altura em que a chega a primavera
em tão conturbada era
parece que caiu fora a moda
de maus sentimentos fazer-se a poda
Hoje em dia todos dizem não ter eixo
todos deslocam o seu queixo
No entanto nesta nefasta era
Todos se esquecem do milagre da Primavera

Que milagre é esse, vocês perguntam
Já que aparentemente tão profundos estamos no esquecimento
que já nem nos lembramos deste advento
Dita-nos a consciência cautela para tal antes que nos invistam
Invistam em que perguntam-se vocês?
Já não nos basta este mundo cheio dos porquês?
É o milagre da primavera
faz com que esquecemos a causa da encerra
a qual nós que aparentemente gostamos do culto da tristeza
nos vemos sorrir com a surpresa
de que tudo o que de mau há
não vale a pena perder tempo em algo que "je ne sais quoi"
Portanto sorri nesta Primavera
abracei a energia desta nova era
sente a paz em ti
e sorri neste mundo onde mais de mil somos
e onde o que ontem era não mais fomos.

Mafalda Sanches
 
Chegada da Primavera

Quem me dera amar

 
Dera a mim te amar

Sentir em todo a plenitude o calor desse sentimento

Sentir em mim o desejo de contigo sempre estar

De contigo tudo de mim mostrar por um momento

Dera a mim meus labios em ti pousar

E sentir como todos os demais sentem

Deixar-me em sonhos inocentes levar

Simplesmente viver e como todos assim tentem

Ser felizes, ser livres

Mas assim tu me pediste

Em pequenas palavras, pequenos gestos

E o meu espirito morria lentamente

E eu via o teu viver amarguramente

E apesar dos eternos beijos

A doçura do amor

Esse ficou há muito perdido em longinqua dor

Dera a mim saber o que é novamente amar

Pois não o sei, tudo esqueci

Porque todas as almas amo com profunda protecçao

Acolho-as no meu coração

Assim vejo que perdi

Um sentimento tao doce que nos faz voar

Dera a mim amar-te

Em loucuras, devaneios me deixar arrastar

Tocar-te

E ver todo um futuro em conjunto emergir

E ver sem medo toda a profundidade do teu sentir

E assim juntos nesta vida o caminho trilhar

Dera a mim nao ser eu por um dia

Sentir como todos os outros a alegria

Sentir como todos os outros as tritezas

E como todos delas recuperar e ver todas as belezas

Deste doce mundo que me acolhe

Deste mundo que me assim escolhe

Mas não posso fugir de mim

Nao posso pedir ao mundo um dia de descanso e então assim

Tenho que viver

Tenho que ser

Sozinha caminhando a compasso

O destino que me está reservado

Que apenas por mim pode ser trilhado

Que apenas por mim passo a passo

É revelado

É guardado

Dera a mim amar

Como um cisne ama a sua companheira

Assim graciosamente uma vida inteira

Transparecendo toda a alegria num cantar

Mas cisne nao sou

Por isso aqui simplesmente estou

Sozinha por nao saber fugir ao meu ser

Por ainda nao saber viver

Dera a mim nao te magoar

Por algo que não há como aceitar

Facilmente uma união findada

Por aquela que amamos agraçiada

Por ti me senti abençoada

Nas horas em que unos nossas mentes se encontravam

Nossos corpos se deleitavam

Dera a mim nao chorar

Por não ser o que idealizaste

Dera a mim ser o que sempre desejaste

Mas não me consigo num ideal tornar

Recuso-me a desistir de sonhar

Pois sem o sonho de criança

Não há esperança

Aprenderás novamente a voar

Eu sei que um dia o conseguirás

Eu sei que um dia o viverás!

Mafalda Sanches
 
Quem me dera amar

Retorno

 
Retorno

Retorno a um sonho de criança

Eis que os meus dedos leves tocavam

A tua tao doce textura, suave lembrança

Da madeira fria ao meu toque enquanto viajavam

Pelas teclas livremente ja sem medos nem receios

Apenas leves suspiros e anseios...

Cada toque retomava em mim um doce sentimento

Anos de tormento se apagaram

Pela magia que no espaço onde seu nome reflecte cada momento

Dos que por lá passam, foram e ficaram

Alma, planicie que nasceste na mente de um sonhador

Te moldaste, cresceste, ganhaste forma em nosso redor

Que continues a ser espelho de uma mente

Que não tem receio de mostrar o que sente

Que a ti regressem as boas almas e puras de espirito

Que as acolhas como refugio mesmo quando alguem está perdido

Alma tens em ti um força que muitos sentem

Percebendo-a ou nao ficam os espiritos da paz

Encerras em ti um mistério tao grande quanto o do sonhador que te alimenta

Continua a ser o lar calmo e tranquilo

O porto de abrigo

De quem de ti precisa na tormenta

De quem a ti se entrega nas horas más

E de quem apenas passa e todos sentem

Bem vindo, fica conosco saramos teu tormento

Aconchegamos-te neste momento

Partilha conosco tuas magoas ou alegrias

Une-te e deixa uma vez mais a mente voar

Flutuar

A Alegria encontrar
 
Retorno

Dança na floresta

 
Encontrava-me em mais um dia como tantos outros

Caminhando livre entre árvores e flores

Sem pensar em nada e tudo simultaneamente

Ah! A alegria de por momentos viajar livremente

Tocada pelos simples prazeres

Como o aconchegante abraço do Sol e vejo então doces potros

Tal como eu disfrutando das simples circustâncias

De um caloroso dia de Primavera e sem instâncias

Rodeiam-me agora sem medos, seres curiosos

Observando-me com aqueles penetrantes olhos castanhos

Sem quaisquer vestígios de vícios maldosos

Sem qualquer traço de sob humanos tratos

Livres no seu pequeno recanto sem objectivos tamanhos

Apenas sentir, sobreviver, pocriar sem contractos

às vezes gostava de por momentos como eles ser

Nefasto este humano mundo é-o tantas vezes

Que cada segundo que tenho a sorte das cidades me afastar

Agradeço a Deus por ainda assim me presentear

Com pequenas alegrias já tantas vezes esquecidas

São as horas de maiores alegrias e é nesses

Pequenos momentos que sou eu e puramente eu

É nas horas de silêncio e solidão que se torna meu

Este espírito que habita-me e cresce

Por isso danço loucamente até poderia-se mesmo dizer

Pisando flores e folhas no húmido chão da floresta

O corpo não contesta

Muito pelo contrário, pede mais, quer viver!

E então o sol desce

É agora já hora do branco luar

Saio da floresta e vejo-me percorrer

A húmida e fria areia branca à beira Mar

Fria mas tão reconfortante de sentir e ver

Deito-me nela e fico assim, simplesmente a observar

A imensidão de estrelas para as quais um dia vou voltar.
 
Dança na floresta

Sonho...

 
A lua ascendia elevada no céu nocturno, cheia, mostrando todo o seu explendor. Estava mágica repleta de uma luz pálida, mas, inebriante na sua sedução iluminando toda a clareira nesta floresta onde eu me encontrava. Sobre a sua candida luz algo se movia silenciosa na calada da noite com um cuidado premeditado, cautelosa... uma forma tarda a surgir... Debruça-se... silenciosamente uma mao tao delicada, tao esbelta a luz do luar surge, sobre o que parecia um pesado manto negro que lhe cobria todo o corpo. Segurava algo cristalino, brilhante parecia reflectir todo o mundo e luz em redor nele.... segurava nele como um pendulo e aí vi então como começou primeiro lentamente a girar. Depois acelerou ritmo até obviamente nao ser natural a força que aquele pequeno objecto tinha bem como a pessoa que o segurava. Mas que via eu? esfrego novamente os meus olhos pasmos perante o que acabara de suceder...! Uma figura alta, esbelta surge, também ela coberta por um manto negro nao se vendo absolutamente nada destes dois seres.
No silencio da noite ouço um murmurio tao pouco audível no entanto doce, transbordando ternura na voz do primeiro ser:
-"Estamos seguros"?
-"Estamos minha doce fada lunar, por esta noite estamos seguros" ouço uma voz mais grave e rouca, cheia de óbvio amor na voz.
Observo atentamente enquanto vejo a figura delicada e pequena retirar o seu capuz para assim revelar um cabelo selvagem, rebelde, de um cobre erascente sobre o luar. Em cada onda do seu cabelo parecia que uma salamandra dançava, pequenas faiscas soltavam-se no ar e se observássemos com cuidado veríamos que cada faísca saía a dançar na escuridão da noite. Abriu totalmente o roupao que envergava e o espanto abate-se sobre mim ao constatar que brilhava nua sobre a magia da lua. Suavemente chegou-se perto dele... agarrou-lhe a mao entre as dela com carinho e fê-la deslizar no seu ventre indicando que a magia iria começar... a roda iria girar uma e outra vez porque ha coisas na vida que são impossíveis de deter mesmo entre os seres menos naturais destes vários mundos e realidades. Ela dançava suavemente ao longo da clareira, escutando a melodia da Terra, ao ritmo da Deusa que transportava no sangue. Rodopiavam os seus braços em movimentos sensuais... movia o ventre indicando a receptividade daquele que era o seu amor, um seu semelhante. Girava sem parar em redor dele, tocando-lhe o capuz por breves momentos e ele assim estático permanecia...esperando...mas o quê? Porque se mantinha tão quieto e controlado quando claramente era mostrada a magia da Mãe Terra?
Noto-o mexer-se... leva as maos ao capuz e tira-o tao rapidamente que se eu tivesse pestenejado nao teria percebido o que ocorrera. O longo cabelo loiro era revelado que em constraste com a palida luz da lua, parecia ser uma estrela no meio das penumbras... Tomou-lhe a mão, trazendo-a subitamente à consciencia e beijou-a com uma magia recheado do que era o mais doce dos afectos e um desejo de completar o ritual mais uma vez.
Perdidos em beijos trocados uma e outra vez tornando qualquer noção do que é o amor incompleta perante o que eu fascinada observava. A luz que criavam em cada beijo...Oh meu deus a Luz! Não eram seres deste mundo...ou talvez fossem... e não estejam geralmente á vista dos mais desatentos e o mundo está tão pouco observador dos momentos mais belos que a todos nós rodeiam...
Perdiam-se as mãos em doces carícias tocando cada curva dos dois corpos... sentia-se em toda a clareira o ar mudar... a temperatura subir...os animais silenciam-se... todo o mundo parece parar de propósito para que estes dois seres se unam...se possuiam..finalmente matem a saudade há muito sentida...
Deitam-se lentamente por cima dos capuzes... o mundo é deles agora... o tempo...esse não existe mais... os fogosos cabelos vermelhos selvagens contrastam como sangue nos negros mantos... enquanto madeixas loiras como as espigas de verão tornavam-se agora rebeldes nos movimentos da paixão e algo inexplicável emanava desta união... era um sentimento de algo impossível, de não ser permitido e via então como se consumiam um ao outro entre declaraçoes de amor, suspiros de prazer e deleite....
Ouve-se o solto de um silvo em como ambos atingiram o apogeu e agora abraçados descansavam nos braços um do outro observando a Lua redonda, brilhante e as estrelas que caíam como lágrimas da grande mãe.
Ultimos beijos eram trocados com um sentimento de tristeza profunda em ambos tão grande que se sentia toda a natureza em volta morrer um pouco... ouço muito roucamente dizer:
-"Minha fada lunar por momentos fomos nós, por momentos fomos livres, por momentos unimo-nos em perfeito casamento de espíritos e agora chega a hora de cada um de nós regresssar à batalha da vida entre os mortais... entre aqueles que não entendem o nosso espírito elemental e algo aprenderemos de entre eles, na forma como amam, vivem e sentem este mundo"...
-"Doce elfo é um caminho tão duro de entender, viver nos braços de quem não nos percebe, de quem não sente como nós, de quem nos magoa sem perceber, de quem nos teme por diferentes sermos, de quem tenta induzir-nos medo para assim sentirem-se seguros...é demasiado dificil elfo..." dizia ela numa voz baixa com clara embargura na voz...
-"Uma lição a aprender e quando aprendida regressaremos ao nosso mundo, a nosso lar, ao nosso leito e saíremos mais sabedores, compreendendo melhor este caminho que temos que percorrer enquanto aparentes humanos entres os demais"...
-"Eu sei...assim seja feita a vontade da Deusa e que nos ajude a compreender melhor este caminho"...
Via eu própria já deixando correr livres as lágrimas perante tanta pureza de sentimento as lágrimas dela cristalinas correndo como pequenas sereias que lhe tocavam o rosto e em cada lágrima que tocava o chão, uma flor branca, candida tao pequena e leve surgia.... Fez-me sorrir ao reflectir quantas fadas nao teriam chorado as suas amarguras nos grandes campos de flores por onde eu tantas vezes deixava o meu corpo vaguear em caminhadas...
Via-os a vestir novamente os seus capuzes agora um pouco amarrotados da loucura do momento...davam o ultimo beijo (quando novamente dariam outro?)... Ela segurava novamente o pendulo cristalino e mais uma vez ele tornou a girar...mais rápido e mais rápido até que ficou sozinha na clareira...no meio da escuridão.... observo-a e vejo-a fixa a olhar para mim sorrindo ...faz um gesto estranho no ar ...algo que nao percebi...
Acordo bruscamente...que se passara? Fora tudo um sonho? Um devaneio de pensamentos entre o limbo deste mundo e do outro?
Nunca o saberei....ou talvez saiba... e veja na doce fada algo próprio do meu ser!
Escrito por:
Mafalda Sanches
 
Sonho...

Pequena formiga

 
Era uma vez
Uma pequena formiga perdida no meio da serra
Não sabia o que houvera
Mas todo o seu mundo se tornara num abismo de malvadez
Ela caminhava passo a passo
firme no seu traço
Levando nas suas costas
O peso deste e de outro mundo
Levando consigo o encargo do futuro imundo
Marchava e marchava
Alguns diriam mesmo que navegava
Não sabia o que carregava
Não sabia para onde viajava
Toc! toc! toc! faziam as suas pequenas pernas
O ritmo da jornada que a acompanhava
Poc! Poc! Poc! ouvia-se o chapinhar nas bermas
O acompanhamento da melodia que a transitava
Era uma vez
Uma pequena formiga que decidida se aventurava na guerra
Não entendia o que a seu redor acontecia
O importante era levar a sua porção à familia que acolhia
O importante era continuar o seu ciclo nesta curta vida em que dormia
Somos nós formigas que tentam sobreviver num rumo pré traçado de subsistência aos que nos rodeiam?
Não sei... Sei que continuarei a fazer uma simples coisa independentemente dos que me odeiam
Toc!Toc!Toc! farão os meus dedos enquanto alma em mim houver
Enquanto música no meu sangue correr
Poc!Poc!Poc! enquanto o corpo me permitir dançar
E da noite fria e ao mesmo tempo aconchegante deixar!.
 
Pequena formiga

A filha do Luar

 
I

A lua ia alta nesta noite fria. Embora fosse primavera ainda eram aqueles dias tímidos em que a alvorada mostra os primeiros raios de sol enfraquecidos e os pássaros ainda ensonados entoam as primeiras notas de bom dia ao mundo. Ouvia-se não muito longe dali as ondas fortes do oceano embaterem nas rochas frias como que a gritar: “serás minha!”. As àrvores dançavam contra o luar embaladas pela aparente calma melodia do vento. Dançavam e dançavam num hipnótico movimento de vai e vem como se o tempo estivesse assim, suspenso no ar mas como tudo na vida não estava e os primeiros raios abraçavam agora o céu tocando as poucas núvens dispersas na vastidão azul-alaranjada que pintavam esse amanhecer. Ao longe ouvia-se os primeiros filhotes da primavera a chamarem a atenção dos seus progenitores. Tomei particular atenção numa família de patos que por ali passava perto do riacho onde eu me deleitava com esta imagem matinal. A mãe a ensinar carinhosamente mas de forma rígida os primeiros passos dos seus rebentos na gelada água e como eles corajosos se bem que algo desastrados a seguiam incondicionalmente. Eu via-me perdida em devaneios sobre como seria se nós meros humanos tivessemos esta capacidade cega de confiar em quem nos gera sabendo que incondicionalmente nunca nos íriamos magoar ou quando feridos estes seriam os primeiros a tocar-nos com os seus “bicos” e a endireitarem-nos no rumo certo, passo a passo. Ouvi um grito ao longe: “ Socorro”. Demorei algum tempo a realizar-me desta voz rouca que soava tao distante mas ela persistia incessantemente: “Socorro!!!”. Levantei-me de um salto, algo díficil pois estivera toda a noite acordada a observar as estrelas sozinha reflectindo sobre tudo e nada como em tantas outras noites, sacudi as silvas que se tinham teimado em prender na minha longa saia, não que desse grande importância ao facto afinal nunca o dera e corri o mais que as minhas pernas permitiram em direcção ao som. Comecei a gritar de forma calma mas clara: “ Estou aqui, fale comigo estou a tentar encontrá-lo”. Silêncio. “Fale comigo!!! Ou não poderei ajudá-lo!!!”. Não obtive resposta. Senti-me subitamente tonta, afinal tinha estado toda a noite a pé apenas a deliciar-me com os prazeres sensoriais que a natureza oferecia-me. A visão turvou-se e apenas senti desvanecer-me do mundo. Não me recordo por quanto tempo estarei estado no limbo do desconhecido mas quando abri os olhos as árvores, a relva sobre o meu corpo, as flores e até as pequenas aves que voavam agora que o sol ia alto pareciam-me diferentes. Estranhamento todo o mundo parecia ter agora uma espécie de névoa permanente azulada e ao mesmo tempo tão detalhada ou ainda mais que a minha até então outrora realidade. Interrogava-me... “Será que bati com a cabeça?”. Levei as mãos à minha testa mas parecia-me estar tudo bem, nem sinais de uma febre ligeira apresentava. “Porque estou a ver tudo o que me rodeia, incluido as minhas vestes que eram negras como trajava habitualmente, rodeadas desta estranha luz azulada?”. Devo ter falado em voz alta, coisa que não me tinha apercebido pois ouvi um sussurro ao meu ouvido que não esperava com a resposta à minha dúvida.

(trabalho em progressão)
Mafalda Sanches

Um pequeno conto que surgiu na minha mente e que resolvi iniciar com o título de "Filha do Luar".
 
A filha do Luar

Perdendo-me no tempo

 
Pensamento perdido...
Há já algum tempo que não me deixava inebriar pela doçura da escrita
Talvez o dom da palavra estivesse então em mim perdida
Não sei mas hoje ao erguer-me algo me fez despertar
Tecla por tecla numa era tao mais inbriada de tecnologia
Dei por mim a deslizar os dedos reecontrando uma emoção esquecida
Será os ares do Inverno aconchegante que me tocaram para a nostalgia?

Quem saberá? Eu não o sei é decerto
Ainda ontem na silenciosa manhã dava por mim a tocar nas frias teclas de madeira d meu piano
Abria as velhas partituras de infância sentido a preguiça dos músculos em fazer a música soar
Mas cada nova tecla que carregava a memória regressava e o sorriso vinha liberto
Fechava os olhos e o corpo relembrava cada toque fragil da madeira a tocar na corda... ai leviano!
E em momentos simples como este encontramos um nota de felicidade escondida mas certa por se revelar
Apenas ali aguardand por nós meros mortais de a aconchegar
Apenas ali escutando entre os demais a suavidade do voar

Repouso agora sobre elas, as partituras, com um ar sonhador tentando decifrar cada emoçao de quem as escrevera
Se pensariam como eu em análises, escalas, acordes e cadencias
Se apenas libertavam o seu espirito às experiências
Seremos nós nos dias de hoje a era mais livre na invenção ao mesmo tempo a mais restrista desta era?

Beberico o meu licor talvez numa vã tentativa de libertar-me das restrictas correntas da actual sociedade
Esta que nos diz que dia após dia tudo estará mais dificil
Esta que nós meros cidadãos em grande parte não escolhemos nem traçamos
Mas sonho e sonhos quando impulsonados transformam-se em sobriedade
Por meras palavras lançadas ao vento muitos destinos se traçaram
Por meros pensamentos almas se ergueram
Dificil? Não, o que é dificil é nós nos tornarmos os nossos próprios obstáculos em cada curta vida.

Mafalda Sanches
 
Perdendo-me no tempo

Novos inicios

 
Levantei-me hoje e vi-me a pensar

É altura de um novo ínicio

É hora de todos os projectos florescerem

De juntos, tu e eu, pormos a vida a emergir

A crescer, desenvolver, não mais fugir

Pegar nos pequenos obstáculos do dia-a-dia e assim crescerem

Como obras de arte que ao ínicio nascem de um caos aparente

Juntos iremos avançar!

A nossa pura felicidade conquistar

Sem mais medos, nem receios

Sem quaisquer anseios

É hora de um novo começo

Sem medo, nem más influências

Sem mais negativas consequências

É hora de sair do berço

Crescer, renascer sem antecedentes

Tal como uma criança há que desenvolver

É hora de não haver mais consequentes

É a nossa hora de renascer

Tal como o sangue que jorra dos sedentos lábios vampíricos

Flui a nossa vida sem medos de novas apostas

Circulamos na energia deste mundo ainda repleto de labirintos

Confusos ao nosso olhar mas não viramos costas

Juntos, unidos certamente encontramos o rumo

Desta vida confusa num corrompido mundo

Mafalda Sanches
 
Novos inicios

Mágoas da vida

 
Mágoas da vida

Desde criança
Que recordo várias lembranças
Algumas divertidas
Outras nem tanto assim
Parecia sentir-me sempre no fio da navalha
Uma luta constante pela perfeição
Lágrimas derramadas pela impossibilidade de tal objectivo
Vai a alma num vazio navio
Acusam-me de não amar
Pois minhas afeições não mostro facilmente
Mantenho um constante ar ausente
De alguém que já a mente cá não está
De alguem que abandonou a esperança
Ocupo a cabeça de pensamentos racionais
Tentanto assim nao trazer problemas tais
Ao consciente do meu ser
Agarro-me à corda da vida
Quando no fundo por um segundo gostaria de desfalecer
Soltar-me para o abismo perdida
Acusam-me meus pais de não amar
Pois afecto não me vêem revelar
Rígida, ausente sempre de sorriso presente
Assim fui ensinada a ser na pior desilusão
Enfrentar o mundo como se nada houvera acontecido
Como se fosse apenas um mero robô assim de alma desprovido
Exigem-me agora que mostre o que naturalmente já o sou para todas as almas bondosas
Que me sorriem docemente nesta vida
Mas essas almas nunca me exigiram que outra coisa eu vivesse
Que outra forma de sentir mostrasse
Podia ser eu própria sem amarras nem esperas de perfeição
Podia ser simplesmente eu
Podia viver num mundo só meu...
 
Mágoas da vida

Liberdade de espírito

 
Há algum tempo que a minha mente encontrava-se perdida
Vagueando na luta diária em busca de felicidade
Adormecida mesmo diria-se, contida
Presa numa masmorra de realidade
Mas o sol hoje nasceu para mim diferente
Irradiava uma aura quente, harmoniosa
Apesar de ver a minha volta as paredes sem vida
Não me sinto mais de sentimento desprovida
Vejo em cada nuvem branca o abraço de inspiração luminosa
Presa de corpo na masmorra mas livre ne minha mente
Sonho com a praia, com o mar
Lembro de antigos sentimentos como amar
Vejo com os olhos do espírito o oceano intrépido
Indo de encontro da sua amante terra
Num ir e vir incessante eterno
Ao contrário de nós humanos não deixa de lutar
Ao contrário de nós continua destemido
Nesta nossa e vossa terra
Neste local sagrado e materno

Mafalda Sanches
 
Liberdade de espírito