A ESPERA DO TEU CANTO
Que a tua cantiga amor
não use a fuga de enredo,
nem versos de sonhador
que naufragam em medo.
Quero ouvir tua canção no vento,
na melodia soprada ao luar,
cante a alegria do momento
a esperança atravessando o mar.
Guardo pra ti a flor selvagem
embriagada na sede a tua espera,
do teu rio ficar à margem
nosso amor estampado em aquarela
Quero ser teu colo, teu regaço
tatuar em ti meu desejo à unhas,
amar-te sem embaraço,
sem promessas e sem juras.
Suga-me o seio da solidão
em desatinada sangria.
Mas ama-me, ama-me por inteiro,
Faz de mim tua alforria...
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Mística
Queimei meus pés,
nas areias quentes do Deserto
a tua procura.
Depois, molhei-os
no mar vermelho das paixões
enlouquecidas.
Escalei o Everest,
tentando alcançar teus pensamentos;
teus desejos mais secretos.
Meditei no Taj Mahal,
sobre o bem e o mau.
Colhi rosas secretas
nos jardins da Babilônia .
Me perdi dentro no
Palácio de cristal.
Adormeci na concha
junto à Vênus,
sonhando preparar
o manjar para os Deuses
esquecidos.
Espiei fora de hora
a caixa vazia de Pandora.
Por fim,
conseguí beber o mistério
no cálice sagrado do Santo Graau,
desvelando teus segredos;
que nada mais são
que meus próprios medos
reflexos de ti.