Poemas, frases e mensagens de mafii

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de mafii

sou autora do livro «Os meus sonhos nas tuas mãos», Corpos Editora.

esta noite sou eu.

 
Esta noite sou poeta,
Despertam-me as palavras sentimentos quentes
Puxam pelas horas que correm vorazes.
No papel tenho a alma
Que preencho com lembranças do coração,
Sou lágrimas em vão
Sou a força de querer mais,
As palavras já ardem e eu grito.
Silêncio enche-me o peito
Pois a hora já vai tardia
E as vozes da multidão são apagadas,
A tinta chora as lágrimas que sequei
E pelo papel desabafa os seus segredos.
Alta cai a noite
E o teu corpo eu desejo secretamente,
É a palavra proibida fechada em fundos
É o sentimento indefinido a chaves trancado.
São pedaços de tempo
São pensamentos guardados,
Calo as palavras e escrevo-as.
Esta noite sou poeta
Esta noite guardo em versos o que não sei dizer.
 
esta noite sou eu.

onde termina o destino.

 
É na cama
Na noite sincera
Onde te despes desse teu negro
E da alma que carregas,
Que és tu verdadeira
A mulher que amo inteira.
Tira o véu que não te deixa ver o mundo por que corres
Suspira devagar e sente que te desejo,
Acolhem-te de leve estes meus braços que te querem ter.
E pela noite alimento a mente
Esse sentimento carente que se sustenta de mim,
Já não sou mais dia
Nem a madrugada que te acorda
Termino quando as estrelas se encontram
Quando a janela do teu quarto se fecha
E desse teu lado não sou quem fica.
 
onde termina o destino.

confidências

 
Escuridão solitária que cai sobre o tecto onde adormeço
Noite que me observa serena e calada,
Guarda os segredos que te confesso a medo
Como se me desses a tua mão e eu fosse mais forte.
De olhos fechados tenho o mundo
Cerro os olhos e sou tudo,
Sonhos que aperto nas mãos
Os sonhos do coração.
 
confidências

mundo sem coração.

 
É a sociedade onde nascemos e morremos,
Onde somos úteis
E inuteis são os sentimentos.
Cada mão é uma força
E cada coração atrapalha,
As palavras estão corrompidas
E o poder não é mais de quem sabe,
É de quem fala mais alto do que os sonhos.
E o fogo, esse,
Só existe sob a forma de fumo
De lume de cigarro,
Que sustenta vícios
Desses Homens que agora são gente sem saberem bem quem são.
O fogo da paixão
Que não sabe mais ser feliz
É de noite amante
E de dia vive solitário.
E o amor é expressão excessiva,
Entoação exagerada sem definição,
E o amor nasce no peito
Mas não pode mais crescer,
Não tem lugar neste mundo,
Vive à margem de quem o sustenta
Quem por ele se sacrifica.
É a sociedade onde nascemos e morremos,
Onde crescemos a lutar por ela cada dia.
 
mundo sem coração.

não me procures se não voltares.

 
Desisto
Porque ao desistir sigo o meu caminho
E deixo-te seguir o teu,
Mesmo que não saibas que estava no teu rumo
Mesmo que não saibas que tínhamos um rumo.
Ao desistir
Não era porque estava a insistir,
Era porque ao sucumbir
Ao me deixar levar
Estava mais perto
Do que podia ser de verdade.

Não quero cair na mentira
Que a imaginação produz,
Que o coração seduz
E acredita como verdade.

Quero saber quem sou
E o que somos,
O que não temos
E o que podemos.
 
não me procures se não voltares.

O amor dorme na mesma cama que eu.

 
Dorme na minha cama
Não peço que me fales,
Deita-te comigo
Para que a saudade cale.

Segue o meu rumo
Preso por um fio,
Deita-te a meu lado
E escrevemos mais uns versos.

O ambiente é controverso
E a paixão está rasgada,
Com as folhas de rascunho
Das palavras que não soube dizer.

O reflexo está em mim
E o sentimento em ti,
Não me vejo
Nem sinto,
Sei que é profundo
E eu não minto.

Deita-te na cama
Que é nossa por destino,
Deita-te ao meu lado
És tu o mais amado.
Esta noite durmo com o amor,
Com o meu amor.
 
O amor dorme na mesma cama que eu.

O que te aquece o coração?

 
Fotografias rasgadas
E o reflexo apagado,
O tempo gasto
Em cada canto da casa.
Fechei as janelas para o ar não entrar
A brisa que me traz de volta
O teu toque
E todas as palavras que ficaram guardadas
Entre os silêncios dos nossos olhares.
Quando voltares peço-te para sempre
Não me invadas de novo em vão
Nesse teu desejo de me dominares
Sem quereres saber que sonhos tenho.
Preenches a noite e entras pelo dia
És mais do que uma fantasia,
Não sei que tipo de dor é esta
Que se transforma em alegria.

Arrepios
Olhares
E despedidas,
Lembranças em segredo
E todo o labirinto de medos,
A força de cada passo
E o impulso de cada palavra.
Aquece-me o coração,
Aqueces-me o coração.
 
O que te aquece o coração?

lençóis vazios de amor.

 
Foram horas apagadas

Lágrimas lavadas

Desse rosto sem alma,

E o castelo que se erguia

Sem pés assentes na terra

Desvaneceu-se,
Pelo azul negro
Desse céu que não é mais meu.

E o que era teu

Ficou nesses lençóis

Confidentes da nossa história

Do amor em fervor,

Das horas que esperei por ti

Entre as paredes silenciosas

Entre o sufoco de não saber de ti

De não te ter em mim.

Inventei um tempo

Para não sofrer sem fim

Como se esperar por ti me afogasse

Me afundasse em mágoa,

Esperar pelo teu sorriso

Pelo teu olhar

Que toma conta do meu coração

Como um intruso

Rebusca cada sentimento.

E os lençóis contam a história

Desse amor que esperou

Dessa fonte que se esgotou

De tanto que amou.
 
lençóis vazios de amor.

Lá fora

 
Que lugar é esse
Que nos protege de nós,
Dos outros e das palavras?
É lá fora que o mundo vive
Que o mar se agita
E eu adormeço sobre todos os sonhos,
É lá fora que mora o rumor
Os temores que são batalhas
Onde em cada tempo mergulhamos.

Que lugar é esse?
Refúgio de todas as almas perdidas
E do amor desconsolado
E do consolado,
Que de lágrimas escreve os seus poemas.

Fico do lado de fora
Onde penso ser imune,
Protejo-me de mim mesma
Em cada mentira.

Quero viver assim,
Pensamentos moram na memória
E sentimentos no corpo todo,
Quero cada vida em seu lugar.
 
Lá fora

o mundo entre nós.

 
Fechei-me para o mundo
O mundo fechou-se para mim,
Mas eu sou somente, somente por ti.
E o passo maior é o que não dou
O que não ouso dar em vão,
E o passo maior é em tua direcção.
Sou a terra que piso
E a terra que pisas,
Sou o ar que me faz respirar
Este ar que entre habita entre o nosso amar.
É o verbo conjugado no infinito,
O infinito que podemos alcançar
Em qualquer lugar.

O mundo continua trancado
E a chave foi o teu coração que levou,
O mundo já não é amado
A nossa história acabou.
 
o mundo entre nós.

Peço que não voltes.

 
São lágrimas de desespero que escrevo nestes versos
Que são por ti e de ti não esperam nada,
A expressão exagerada que uso para dizer que sinto
Mais do que as palavras podem dizer.
E matei o sentimento com as minhas próprias mãos,
Foi o medo de não ter
Foi o medo de perder,
Matei o que vi nascer para em vida não sofrer.
 
Peço que não voltes.

obsessão

 
Desconhecido que as minhas mãos procuram
Que a loucura persegue,
E os olhos sedentos
Não abandonam em desespero.
A tua imagem é cruel,
Mais do que a presença que tende em não ceder
É a falta que sempre terei.
Não me fales se não ficas
Não fiques se não me falas,
Dói mais saber que estás sempre
Do que saber que nunca vais estar,
O iminente está presente
Esse fim que nunca vai acontecer.
 
obsessão

enterro-te esta noite.

 
Ao pensar que estava mais perto
Perdi o rumo
Caminhei sozinha pela estrada.
Enterrei as lágrimas
Que já não sei chorar,
De todo o desconsolo de te ver chegar
E partir no mesmo passo.

O compasso a que a terra gira
Leva o meu corpo para outro espaço,
E enterro mais memórias
No silêncio que preenche o quarto.

O escuro é a luz que me enche
O sabor que me aquece
Do mistério que me faz querer mais,
Dos olhos negros
Do sorriso fechado
Como se tivesses o coração trancado,
Os sentimentos enterrados.
 
enterro-te esta noite.

percorro a noite.

 
As lágrimas desta noite são minhas
Porque estou sozinha,
Porque a cama é cada vez mais fria
E não ouço a tua respiração.
Falta-me o teu bater do coração
O calor das tuas mãos
E saber que no fim vais cá estar,
Mesmo que eu fuja saberei te encontrar.

E a noite fala mais alto
Entra pela casa adentro e invade
Um corpo só
Uma alma demente,
Que mente a si própria,
Em alucinações vibrantes grita como gente
Gente que sente.

Fecho-me no vazio
Escondo-me do coração,
Não é a ti que quero dar a mão,
Não quero amar a solidão
A escuridão que assombra a gente.
Ando às voltas neste quarto
Cheio de saudade,
O lugar que acolhe cada lágrima
O sítio onde sou eu,
Às vezes perco-me
E não sei se estou no mundo certo.
 
percorro a noite.

(de amor) não sei escrever.

 
Não escrevo a tua ausência
Palavras são escassas quando me faltas,
O vazio do lugar que ocupas
Cava fundo a dor.
Há mágoa em cada significado
Os sentidos são agora contrários,
A voz falha
E tudo fica por dizer.

Não escrevo a saudade
As palavras não me chegam,
Não escrevo o desconsolo
Nem o amor sei escrever.
Ponho o teu nome num verso
E no seguinte o teu sorriso,
Continuo com o teu olhar
E finalizo no sentimento que não entendes.

Palavras são mais do que uma crença
Fervem no corpo como uma doença,
São labirintos de espelhos
E o reflexo da alma é o mais negro.
 
(de amor) não sei escrever.

E como na ultima vez - Dueto de Mafalda Ferreira e Ricardo Neves

 
Beijaste-me meus fantasmas
Levaste, com o teu amor,
Esvaziaste meu amor,
Tiraste a dor.

Levemente me abraçaste,
Deixaste meu mundo,
E partiste, sorriste,

Ironicamente choveu!

E como na ultima vez!

A chuva minhas lágrimas lavou!

(Ricardo Neves)

Foi o rio da alma que secou
Que nesse teu jeito encontrou a vida,

Em cada beijo mais paixão
Em cada gesto teu eu sabia que era amor.
Iludiste a dor com esse teu sabor
Esse teu calor que me invadia
E preenchia o dia.

(Mafalda Ferreira)
 
E como na ultima vez - Dueto de Mafalda Ferreira e Ricardo Neves

marcas do tempo

 
Afoguei os pensamentos
Para não me magoar,
Adormeci os sentimentos
Para o meu coração não torturar.
Acabo por voltar
Na recordação acordar,
Como profana tentação
Consume-me a alma.

Perco-me no mar que me acalma
Encontro-me na brisa do vento,
Nas mãos guardo os momentos
Os pedaços que foram nossos.

Todas as pessoas vivem na memória
Todos os lugares ainda lhes sinto o cheiro,
Esse recanto teu
Refúgio meu
Perdi-lhe o toque
E o coração secou.
 
marcas do tempo

só uma vítima mais.

 
Vítima da Lua que nos aquece pela noite
Que nos une sem esperar
E aguarda o desfecho
De mais uma história sobre o seu olhar.

Mas vítima sou desse teu olhar,
Ao caminhar não te sei abandonar
Regressar ao meu mundo
E ver que não és meu.

Explicações são ilusões
Confusas mais as emoções,
Explicações ficam entre o silêncio
Que nos une tanto quanto nos afasta.

E vítima sou de ti,
Mas sei que não me queres matar.
 
só uma vítima mais.

Quando voltas.

 
São desejos de carinhos
Entre a saudade que fica da tua boca
E o sabor do teu corpo.
Deixas a porta entreaberta
Como quem espera voltar,
Quem nesse último suspiro se arrepende
E se perde desse caminho que traçou.
Fica-te bem esse brilho
Esse sorriso que me deixas como lembrança,
Dos momentos que foram nossos
Do tempo que gastámos a amar.
Sentimento de verdade é louco
Nesse jeito de querer tudo
De viver de nada,
E quando me beija como uma brisa de vento
Como a tarde que me embala
É verdadeiro como a tua mão que segura a minha.
É alucinação do lado esquerdo do peito,
Que pela noite se deita ao meu lado
E me conta histórias assinadas pelo teu nome,
É a tua alma que encontrou a minha.
 
Quando voltas.

imune

 
As lágrimas que não ouves são minhas
Que ao teu lado adormeço,
Ao teu lado vivo
E não me ouves.
É imune esse teu coração,
Imune de sentir como eu sinto?
Pela noite cravo memórias
Neste meu peito resguardado,
Protegido do mal de amar
Desse teu amor que não o é.
A faca que me golpeia menos dói do que as palavras que não dizes,
A morte já não é nada.
Encostas a morte a uma parede
Como se ganhasses uma vida,
Esta minha vida que afinal desperdiças.
És perdedor da causa que te foi destinada
Se as tuas mãos escolherem outro corpo.
 
imune