vai sempre ficar
Não vou esquecer,
vai sempre ficar,
… imagem sua …
nua… de mulher
que me algemou o olhar,
amansou minha alma …, ela é sua.
não, nunca esqueço,
a sede que mata,
o aconchego de seu regaço,
o alimento que entrega
a esta mente irrequieta.
scorpio
sangue a correr
Imóvel, de rosto no chão...
durido, como alguém do céu caído,
insólito travo... vincado,
a tentar conter o natural bater...
de teu coração.
Só teus lábios respiram...
tentas cuspir nada sai... seco,
tua boca apenas profere
palavras inférteis, que ficam
caídas em terreno árido.
Sinal de querer...? Basta-te apenas
sentir teu sangue a correr,
… saborear o sal que contem,
cada lágrima jorrada
por teu vigoroso olhar.
em passo lento…
Hoje, caminho na noite sozinho,
salpicado pelo brilho da lua... na rua
sussurros de vento,... em passo lento.
hoje, caminho cantando baixinho,
um fado dorido, nada aborrecido;
melodia que afaga...
arbítrio de minha adaga
hoje, caminho recordando o carinho,
de minha donzela,
amor… para mim bela… colo que ampara,
toque que sara
hoje, caminho sentindo ventinho
na alma, …fôlego que anima,
hoje me leva o vento,
em passo lento…
scorpio
verbos que escrevo
Deleito-me olhando…, teu rosto
moreno de olhos escuros,
perfil de teus lábios
de sorriso perfeito.
Anseio tocar-te, se te vejo
suspiro…, desejo.
Quando de dia, és meu sol,
… de noite, luar místico…,
energia motriz em meu corpo.
Minha poesia és tu ,
desde que olhos meus
em ti pousaram,
… esse corpo possuí,
em tua colmeia entrei.
És rumo antigo,
… deusa de meu arbítrio.
Estas sempre...,
em verbos que escrevo,
… ou seja, sempre presente,
no parir de minha mente.
scorpio
sonhei um dia
sonhei um dia
sonhei um dia
escrever um poema
algo de mim… uma historia
encontrei um dilema
ou meu coração abria
ou simplesmente nada escrevia
scorpio
brincando
Subindo a velha calçada
Brincando a caminho da escola
Velha estrada desgastada…
onde segue um menino travesso e estarola
Rota, onde dia após dia dá brilho aos seus sonhos
Divagando nas aventuras de garoto
Conciliando-as com seus momentos tristonhos
Tempos de ausência de alguém, que os passa por vezes meio absorto
Na rota da velha calçada conhece cada pedra como se fosse sua
Trata-as por tu pois todas reconhecem seus pequenos pés…
cadencia de seus passos … sua existência nua e crua…
lamentam vida com tanto invés
Pára, e vê um dos pórticos de seus sonhos…
a entrada do velho castelo, onde por habito dá asas a suas fantasias
imagina-se, soldado, valente guerreiro, mas dos mais bravos…
sobe, desce, vezes sem conta aquelas muralhas
olha e contínua, contrariado…
para a escola, a caminhar…
deixando seu desejo adiado
sua vontade de brincar
Depara-se, como em tantos dias… velho campo de Santa Clara
Num virar de cabeça repara e sorri, tem o rio em seu olhar
Maroto o menino de rua, que faz gazeta na escola pois o Tejo o tentara
Ele e o seu habitual companheiro, de cujo nome que já não consegue recordar
Sobem ao mercado, miram quem passa
E com o ar de toda a inocência, conseguem a peixeira enganar
Escapam, fogem á pressa
Ofegantes, correm, riem, descem ao rio para caranguejo pescar .
scorpio
Os teus poemas
Os teus poemas
Os teus poemas são simples letras,
singelos escritos, raramente sabes quem os lê,
ou se porventura alguém os guarda.
São notas de uma canção... tua sina,
pensamentos amplos,
não pretendem ser escritos eruditos...
Linhas e linhas, onde escutas....
em profundo silencio... tua voz,
para escreveres, não necessitas sofrer...
basta-te sentir... chega-te viver.
Os escaninhos dessa mente,
são viris, transbordam de luz,
anseiam voar, tal qual..., nuvem no ar.
Scorpio