Morte
Sei que esperas por mim
com um tempo
sem pendor
sei que queres receber-me
com ou sem dor.
Espera-me no limiar
do espaço desconhecido.
Um dia falaremos de amor.
No plantio da palavra
Acordei no berço da palavra
a pensar no sonho de uma noite
em que ambos dominávamos o amor
quando espalhávamos as suas sementes
e as víamos florir.
No amor a palavra era eterna
e dançava ao olhar do luar.
Infinito é o espaço do nosso diálogo.
Obliteração
Num espaço de ninguém
decapitamos oportunidades vivas
esfregamos sorrisos com cebolas moles
e embrulhamos pepitas de aguarelas
como troféus, bustos ou recordações.
O mundo é um sufrágio
perdido de cores confusas e ilusórias.
E numa noite a palavra deita-se ao nosso lado.
...
apetece-me agarrar o mundo, sabes porquê?
o poder
o poder está nos olhos de quem o quer ver...