DESAPARECIMENTO REPENTINO
DESAPARECIMENTO REPENTINO
(Jairo Nunes Bezerra)
Ressonante baque... Um corpo sobre o chão,
A vida foi passageira a morte súbita inesperada...
Prevaleceu na partida uma obscura escuridão,
Eternidade vivificada na imagem personalizada!
E seguindo na mesma estrada aguardo a minha vez,
Limitada tristeza, apenas sorrindo...
Nunca estou pensativo de revês,
Fito apenas as nuvens enegrecidas que vêm vindo!
E meus versos, muitos versos, velejam pelo espaço,
Recebendo dos ventos propagados descasos,
Em suas trajetórias evolucionais constantes!
O que fazer nessa solidão de meus sonhos ativados?
Tais fantasias as vezes me deixam irado,
E culpo a omissão de teus afagos oscilantes!
CADENTE NO SEU VIAJAR
CADENTE NO SEU VIAJAR
(Jairo Nunes Bezerra)
Uma estrela cintilou no meu espaço,
Cadente, afundou no azulado mar...
Fitei a sua evolução com mero descaso,
E suicido constatei no seu mergulhar!
Flutuaram espumas esbranquiçadas,
No tumular local de seu mergulho...
Depois a triste solidão atuante realçada,
Compactuou com lento borbulho!
Não nego dos meus olhos Liberei lágrimas,
Prevaleceu as sentidas e tristes lástimas,
De uma previsível ausência eternizada!
Vivo ansioso a vislumbrar o firmamento,
Retendo os meus inusitados lamentos,
Por não a ver ressuscitada!
DESABAFO CARNAL
DESABAFO CARNAL
(Jairo Nunes Bezerra)
Na aproximação lenta desta tristonha noite.
Batendo calçada vi dela o seu vulto solitário...
Forte chuva caia sobre ela tal açoite,
E dela , mesma molhada, virei um usuário!
A minha lasciva ativada reinou na solidão,
E tê-la seria a realização de mais uma fantasia...
Aconteceu... Usei-a sem compaixão.
E sucessivas uniões levaram-nos a novo dia!
Dez reais foi a quantia que gastei na excursão,
Única opção,
Que realizou o meu desejo!
Agora abrigado em meu confortável apartamento,
Penalizado ante a chuva a solidão dela lamento,
E molhada a vejo moradora de rua sem ensejo!
DISTANCIAMENTO
DISTANCIAMENTO
(Jairo Nunes Bezerra)
Agora vou partir para bem distante,
Levando de ti saudades de teus afagos...
Sou mais um dos que viraram andantes,
Caminhando por caminhos amargos!
E nesta estrada em que sigo solitário,
Vislumbro marcas de andarilhos recentes...
De tudo sou presente visionário,
Seguido à distância por diversas gentes!
Espero que o teu passo seja o teu caminhar,
Incentivando-te a mais me amar,
Prevalecendo de minha aproximação!
E terá início a amplitude de minha felicidade,
Fecundada pela eternidade,
Alimentando de regozijo o meu coração!
BELEZA ATRAENTE
BELEZA ATRAENTE
(Jairo Nunes Bezerra)
No avançar do tempo conservo a tua imagem atual,
Branca, radiante com cabelos enegrecidos...
Santificada prevalece o teu vocacional,
Fitando sempre o firmamento com olhar escurecido!
Metamorfoseia-se em sereia ante o azulado mar,
Atraindo a atenção dos que passam na proximidade...
Paro... Olho-te e passo a versejar,
Assim inebriado ficaria por toda a eternidade!
Mas não ficas e parte célere saltitando na areia,
Deixas de ser sereia,
E viras rosa levada pelo vento!
Duas lágrimas ampliadas serpenteiam no espaço,
Originadas por descaso,
Sofrido por um poeta sem acalento!
DESEJOS INCONTIDOS
DESEJOS INCONTIDOS
(Jairo Nunes Bezerra)
Fantasias liberadas incluem teu corpo sensual,
Cuja voluptuosidade atua na minha mente...
Fortaleceu o meu astral,
Embora com fluidez gotejante e independente!
Sem meu dormitar as fantasias partiram sem destino,
E sem elas tornei-me um previdente sonhador...
Diria até sem tino,
Na alucinação, tristonho , prevaleceu o meu amor!
E o amplo e aquecido espaço ficou deveras reduzido,
Pela natureza crescente fortalecido,
À espera de teus regressos nos meus anoiteceres!
E quieto navegando em minha frivolidade,
Vislumbro agora alguns momentos de felicidades,
À aproximação dos próximos alvoreceres!
JARDIM ABANDONADO
JARDIM ABANDONADO
(Jairo Nunes Bezerra)
Não sei o que fazer ante o teu distanciamento,
Fugistes de um jardim para viver na solidão...
Agora solitária chorar vem sendo o teu lamento,
Enquanto choroso fito a amplidão!
Quisera voar seguindo-te por todo espaço azulado,
Impossibilitado apenas convivo com saudades...
Sem ti os meus pensamentos ficam anuviados,
E mais difícil fica a nossa proximidade!
Tudo, tudo mesmo, podia ter sido diferente,
Se mais amor intempestivo tivesse unido a gente,
Ampliando deveras os nossos frequentes abraços!
Mas a natureza às vezes opressora distanciou a gente,
Desistimos... Não fomos em frente,
E ficamos tristes sem os nossos costumeiros afagos!
RECIFE, VENEZA BRASILEIRA
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UM SIMPLES BEIJO
UM SIMPLES BEIJO
(Jairo Nunes Bezerra)
Foi apenas um beijo que destes na tua partida,
E distanciando –te destruístes a esperança de novo beijo...
Sei... Tua passagem foi apenas de ida,
E , de voltar a ver-te , foi-se o meu ensejo!
Em nova paragem vais frequentar novo jardim,
Metamorfoseada em rosa dele serás a nova atração...
Não era pra ser assim,
Melhor serias aqui aproximada do meu coração!
O destino atuando mais uma vez me penitenciou,
A solidão apenas vingou,
Ampliando o meu sofrimento!
Amadurecido pela idade tento me defender,
Pela efêmera vida um pouco esquecer,
Da ascensão de teu distanciamento!
VELHICE, ÚLTIMA ETAPA
VELHICE, ÚLTIMA ETAPA
(Jairo Nunes Bezerra)
Idoso, solitário pelo espaço vagas em vão,
Bons momentos ficaram preservados no passado...
O tempo continua provedor de ilusão,
E embora fúlgido tu ficas totalmente isolado!
Resta-te um último recurso... Partir para o além,
Conviver inerme com o desconhecido...
Isolado sem ninguém,
Num buraco esquecido!
Outros também te seguirão em seguida,
Com viagem só de ida,
Enaltecendo uma despedida formal!
E o tempo, eterno tempo, lentamente avançando,
Tal um barqueiro remando,
Irá transportá-los para o desfecho final!