Revelações
Que Saudades!
Tempo de infância,
Pura e límpida ignorância,
Onde estais?
Envolvei-me e,
Nas vossas asas
Levai-me de volta
Pois quero voltar a viver
Ignorante de mim mesma!
Como gostava de voltar atrás!
De me abraçar a mim mesma
Nessa inocência cadente.
Naquele tempo sonhava
Em ser adulta, desejava-o.
Agora que o sou, penso:
“Afinal o que desejei?”
Era “isto” que eu queria?
Sonhava com uma pessoa
Hoje totalmente desfigurada.
Hoje, ao pensar no que sou,
Penso só que o nada que sou
Em verdade se tornou
Pois é só isso que sou: Nada!
O vazio preenche o vazio
Tristes são meus olhos,
Onde antes só havia alegria.
Que é da menina mimada
Que corria pela casa?
Que é do mundo tantas vezes por mim
Fantasiado, imaginado, sonhado?
Que é de mim?
Como me posso ter desiludido
A este ponto, como me poderei
Ter deixado ir abaixo?
Quem me dera sabê-lo…….
Ouço agora uma música
Ah! Como é bonita!
Como me faz recordá-lo!
Saudades, saudades,
Desse amor não mais achado,
Dessa união não mais encontrada
Saudades, saudades…
Sempre que penso em tudo
O que nos aconteceu…
Remorsos, sim remorsos
Por, no fim, nada ter dado
Certo, pois eu amava-o
Com todas as forças do meu ser….
E, agora está perdido
Pois eu estupidamente reneguei-o.
Como sinto agora a falta
Das suas carícias, dos seus
Beijos….dele, em suma.
Mas a vida corre, dá voltas
E voltas e voltas… ninguém
Pode prever o que acontecerá
Amanhã… A música acabou,
Pena, gostava de a voltar a ouvir.
Amor
Como folha levada pelo vento,
Como o barco levado pela corrente…
Eu sinto levar-me por esse alento
Que nos juntará eternamente!
Como a união
Da montanha com o céu,
Como a luz presente
Na noite escura como breu…
Eu estendo a minha mão
Para esse fogo sem cor
Sendo esta atracção
Denominada amor!
Os Olhos da Escuridão
Sem objectivo,
Sem rumo…
Eu vou caminhando,
Andando…
Sigo o caminho
Que, escuro, vejo à minha frente
Não posso voltar atrás
A infância é-me proibida
Os sonhos de criança
Estão agora perdidos nos negros olhos
Da escuridão que me cerca.
Choro…choro…
Mas ninguém aparece…
O pesadelo em que me vejo
É mais real do que parece…
Grito…mas nada…
Corro…
Até o som dos meus passos se perde
No espesso silêncio que me cerca…
Paro. Agora sei que é inútil andar,
Correr, chorar, gritar…
Ninguém virá…
O abismo, que é a minha vida,
Sempre me acompanhará,
Destruindo qualquer forma de alegria
Que ainda resta em mim…
Destruindo a minha coragem,
O meu eu por fim.
Acordo e, olhando-me ao espelho,
Vejo aquilo que não sou
Mas em que me transformei…
Um corpo sem vida…
Os olhos reflectindo a tristeza
E o vazio dos meus…
A mim mesma digo adeus
Quem sabe se me voltarei
A encontrar?
Carta Aberta
Nunca pensei escrever-te, para mim, é um sonho... Tu não sabes nem fazes ideia das noites em branco que eu passei pensando em ti, nos teus braços me envolvendo, na tua boca sussurrando o meu nome... Sim, tu para mim és o sol, a luz que guia os meus passos, és um sonho, um anjo...és meu.
Quando as noites não são passadas em branco, eu sonho contigo e, em cada sonho, recordo-te a ti, os teus braços, a tua boca, os teus olhos, o teu cabelo, a sinceridade do teu EU...recordo-te por inteiro decoro o compasso dos teus passos e desejo-te...desejo-te...desejo-te com tanta intensidade que sinto os teus braços, percorrendo o meu corpo...o meu ser, sinto os teus lábios no meu peito, na minha boca, sinto os teus olhos em mim... Esse sonho fatal que nos une é tão forte que por mais que faça, por mais que não deseje é-me impossível deixar de pensar em ti.
Com carinho e amor,
Tânia
favorito
Uma mulher que qualquer homem desejaria ter, uma mulher que simplesmente carrega dois destinos,
Só tu és que me pões desta maneira e puseste, estou totalmente derretido aos teus encantos, poderia dizer que és o meu sol, o meu mundo ou o meu universo, já o disse, poderia dizer que és tudo o que eu quero, também já o disse.
Não tenho palavras nem frases para te dizer o quanto te amo e o quanto és especial para mim, tu sabes bem, e é isso que eu quero que saibas sempre: que andas aqui no meu peito, para todo o lado vais comigo, enfrento agora tudo e todos por ti, há agora uma razão, essa razão és tu.
De que serve estar perante os locais mais bonitos do mundo se não estás comigo? A beleza do lugar sente-se perturbada contigo, sabe que não consegue rivalizar contigo...
O meu coração quer-te e de ti precisa, a minha alma reclama-te e eu próprio anseio o dia em que possa dizer que és só minha, palavras para quê? Ganhei o disco de platina a dizer que te amo
(este texto eu recebi da pessoa que mais amo e estimo! Um texto que desde sempre considerei um dos meus preferidos)
Palavras Ocultas
Sigo os mesmos passos do nosso dia.
Entro aqui, espreito ali...
Naquela simples ânsia de te ver...
Recordas-te?
Aquele dia?
Dos olhares?
Das palavras ocultas
No bater do nosso coração?
Consegues sentir?
Consegues ouvir?
"Meu amor, como te amo!
Como te desejo e quero!
Tudo eu daria
Para ouvir aquelas palavras
Ditas no silencio de cada gesto teu!"
Palavras simples,
No entanto encerram tudo!
Complexas apenas no nosso sentido!
Mas verdadeiras!
Oh sim! Verdadeiras!
São pensamentos mútuos!
Mas estarão perdidos?
Não!
Nenhum pensamento
Estará perdido quando é comum!
Nenhum desejo estará disperso
Quando partilhado por almas que se amam!
Dormes
Olho para a tua face
Mas um medo terrível invade
A minha mente.
Choro…
Mas tu dormes
Toco no teu cabelo,
Na roupa que, carinhosamente, escolhi
Mas de novo o temor se sobrepõe.
Grito…
E tu dormes
Quero sentir a tua fronte
Levemente quente debaixo da minha mão
Mas só sinto a frieza da morte,
E a paz do espírito, pois tu dormes
Dor e Morte
Quando tens alguém que te ame
O mundo parece maravilhoso
As coisas tornam-se mais fáceis
Pois não estás sozinha.
Quando amas alguém
Esqueces-te dos outros;
(Para ti, não existe mais ninguém)
E vives a tua vida em comunhão
Amar,
É ter aquele brilho nos olhos,
Aquela frescura no coração,
Aquele aperto no peito…
É teres a cabeça cheia…de nada!
Mas quando tudo acaba
Vem o peso ao coração,
O mundo torna-se um pesadelo
Tudo à tua volta será uma grande confusão.
O aperto no peito
Torna-se extremo…sufocas;
Os teus olhos ficarão baços de tristeza,
Morres aos poucos…
Cada dia que passa, mais dor,
Mais sofrimento, mais inquietação;
Cada batida do coração a parecer um tambor,
Cada som que oiças
Parecerá o bater dos sinos
Na hora da condenação.
E aí, a morte virá.
Reclamando o que é seu,
Por direito levará
Esse amor que nenhum fruto deu.
Anónimo
Fujo sem destino.
Tento evitar todos estes sentimentos
Que me assolam.
Escondo-me no mundo da Falsidade
Até as minhas palavras me parecem ridículas
Sem qualquer ponta de verdade!
Onde está o verdadeiro
Criador de todos os meus poemas?
Onde está o meu coração?
Onde está a verdade?
Por quanto tempo terei de viver
Neste mundo de falsas expectativas?
Quem sou eu senão nada,
Como poderei continuar a fugir
Desta saudade, desta agonia?
Como continuarei em frente?
Vejo o meu caminho tão escuro…
Tão frio, tão sombrio…
Quero esconder tudo isto
Que me persegue…
Mas algum dia terei de ceder,
E é esse dia que temo.
Como o pássaro receia a escuridão,
Eu receio a incompreensão e a solidão!
Paixão
A paixão
É como o vento
É brisa refrescante
Num dia de calor intenso…
A paixão
É como a flor
Frágil, mas bela e delicada
Que leva ao sorriso,
E à aceitação esperada…
A paixão
É como uma surpresa
É magnífica e fascinante
Num dia de tristeza, de desilusão…
A paixão
É como a mais agradável ilusão…
A paixão é como o vento…
Pois passa,
Deixando um rasto de destruição.
A paixão
É como a flor…
Pois murcha,
Deixando apenas a decepção.
A paixão
É como uma surpresa…
Pois se desvanece
Como um sonho, uma ilusão
A paixão
É a mais agradável ilusão
É um véu que nos cobre os olhos
Deixando-nos ver
Apenas o que queremos ver.