Chegou o tempo do frio, chegaram as primeiras águas. As árvores despem-se. As praias e o sol já não têm brio. Nos rostos vêem-se mágoas. As pessoas vestem-se.
As alegrias do calor, agora tornam-se memórias. As chuvas chegaram.. Do verão ficam histórias de amor, momentos de alegrias e vitórias. Agora choram olhos que não choraram.
Choram os olhos de Deus, para nos trazer as chuvas. As folhas tristes caiem. Chegam aves, outras dizem adeus... As nuvens tornam-se turvas, as estrelas, essas, não saem.
Na minha face escorrem, lágrimas de solidão. Nos meus olhos guardo nostalgia. Os dias passados, esses correm... Sem esquecer a paixão, de um amor que não foi fantasia.
Queria olhar e ver! Queria chamar e ouvir. Queria cantar e sentir... Sentir sem pensar perder, aquilo que um dia me fez sorrir, sem de meu coração partir.
Olho a miúda que passa... Nela espero encontrar, o teu sorriso ou teu olhar. Agarrar tua sombra devassa, prender sem mágoa ou atar, um corpo que faz sonhar.
Quero sussurrar baixinho, dizer-te ao ouvido o que sinto. Não mais vou arriscar, esconder este fraquinho! Que declaro e não minto! Sobre esta forma de te amar.
Tento ouvir no silêncio, um grito da tua voz. Ler no escuro abstracto, as páginas deste compêndio. Onde escrevi esta dor atroz, que me consome sem trato.
Por vezes penso e anoto, as alegrias, outras as mágoas, desta vida de renome. Tento notar, mas não noto, qualquer diferença das fábulas, nesta farsa que me consome.
Rasgo páginas e folhas. Apago e volto a escrever. Na ira grito e risco. Na esperança daquilo que olhas. Na expectativa de voltar a acontecer. Na esperança de ouvir esse disco.
Gostava, não,é pouco. AMAVA. Poder voltar a adormecer, no silêncio dos teus braços. Poder ter a musica que escutava, que meu coração fazia estremecer, enquanto divagava nos teus amaços.
Olho pela janela, vejo a noite escura. A chuva cai silenciosa. Meu coração iluminado por vela, escuta a verdade obscura, nas gotas de água preciosa.
Aos poucos vou ouvindo, os sussurros do vento. Vou ouvindo a trovoada, me dizendo, falando e rindo. Deste meu tormento, ou desta visão enevoada.
Como se deuses batessem com mais força no seu palco. Um relâmpago rasga o céu. Mesmo que não me interessem, as verdades claras como talco. A noite faz-me reviver apogeu.
Lá fora a chuva acalma. Aos poucos a lua regressa. Em simultâneo, meu coração volta a bater com mais calma. Minha mente esquece o que não interessa, a noite devolve-me a solidão.
Caminhos estes que sigo, encruzilhadas estas que cruzo. Seguirei certo meu destino? Será esta estrada que prossigo, o encontro de metas que deduzo. Ou apenas um erro clandestino.
Errar é humano, é uma lição, da qual devemos tirar ensinamentos, para melhorar e aprender. Seguir o instinto ou o coração, é caminhar por momentos, é sentir sem compreender.
Quando caminhamos as estradas da vida, por vezes perdemo-nos. Sentimo-nos desamparados. Quando vivemos experiências frustradas, ganhamos forças e erguemo-nos, como relâmpagos que não poder ser parados.
Nesta tarde fria, recordo momentos tristes. Dias de um passado por esquecer. Nesse passado ouve também folia, tendo mesmo alegria até que partiste. Sem nada explicar ou dizer.
Feriste com um fundo golpe, aquele coração que te amava. Bateste a porta com rapidez, com força de cavalo a galope. Sem explicar aquilo que te intrigava, sem exprimir sentimentos em fluidez.
Esqueceste ou nem quiseste, saber quanto me destroçavas. Foste egoísta e individualista. Por não pensar o que fizeste. Com as palavras que antes me atacavas, fizeste musica de violinista.
Musica que cantaste, enquanto eu chorava, enquanto recolhia os cacos, deste coração que maltrataste. Destruindo tudo o que eu adorava, por causa de um simples acto.
Quero sussurrar ao teu ouvido, todos os meus pensamentos, todas as palavras belas. Quero te dar este coração que divido, entre, sonhos, desejos e momentos. Que vou registando nas estrelas.
Na lua acabada de nascer, pinto os traços do teu sorriso. No brilho das estrelas que vejo, o esplendor dos teus olhos a crescer. Nos raios de sol, oiço teu riso, envolvendo os lábios que te beijo.
Quero nesta tela pintar, sentimentos que não te consigo passar e fazer entender. Com todas as cores traçar, as mais belas emoções que sigo. Para que nelas possas este amor ler.
Gostava de poder desenhar, nas paisagens floridas, nossos corpos envolvidos em paixão. Queria viver e sonhar, que as nossas almas envolvidas, jamais iriam viver a separação.
No céu azul com nuvens brancas, quero pintar teu rosto. Nos campos verdes, anotar, memórias, desejos e lembranças. No horizonte dourado de Agosto, quero desenhar o ser que continuo a amar.
Ontem era uma falsidade, hoje tento ser eu. Em tempos passados sofri. Mesmo sabendo que existia felicidade, que o escuro não era breu, muito menos a vida que perdi.
Não quero olhar o passado, quero erguer a cabeça, e ver o futuro ou mesmo o presente. Não penso em destino traçado, ou muito menos nesta peça que teatro de vida consente. Ou que passado não é abraçado.
Tenho pena deste mundo, do qual escrevo com receio, de ser poço sem fundo.
Olho atrás, que vejo? Ninho sem ovos, fruta sem flor! Ou mesmo doce salgado. Mundo com amor sem beijo, paixão com alegrias e dor. Ou mesmo curral sem gado.
Em tempos perdi meu rebanho, perdi minhas ovelhas, perdi quem as guiava. Nas águas em que tomei banho, hoje conto histórias velhas. De um passado que fantasiava.
Tenho pena deste mundo, do qual escrevo com receio, de ser poço sem fundo.
Sonhei vidas e futuros. Sonhei histórias de fadas, ou mesmo contos de fantasia. Em contos sonhados, hoje obscuros, tento encontrar vidas sonhadas, e histórias contadas.
Será dor, receio ou medo! Isto que guardo dentro de mim. Desta vida que relato. Que todos apontam com dedo, e julgam sem fim, este meu lado lato.
Tinha saudades de viver com alegria, Queria encontrar a paz e a tranquilidade. Em ti encontrei a paixão e a harmonia, Sem querer encontrei a felicidade.
Terá sido o destino ou apenas a vida, Terá sido a sede de amor, ou apenas vontade de uma ida. Numa viagem sem mal e sem dor.
Quero sorrir, rir e gritar, Poder exclamar bem alto, A vontade que tenho de te amar, E expressar a ternura em salto.
Talvez seja um salto para um mundo, Que não conheço ou que receio. Não quero é que seja um salto sem fundo, Onde possa cair sem apoio alheio.
Fizeste despertar em mim, Sentimentos que havia esquecido. Fizeste-me sentir no cravo o cheiro de jasmim Fizeste-me sentir no ar fresco o ar aquecido…
O brilho dos teus olhos, Se transformou na minha luz, O teu vestido ou saia de folhos Se transformou no meu capuz.
Não sou poeta nem trovador Apenas te quero dizer O que me vai no coração como orador Que sente este momento com prazer.
Para ti escrevo estes versos. Para o mundo liberto o meu sentimento Por ti revelo sonhos perversos, Que quero anotar neste momento.
Tenho sede de amar, desejo de sentir nos meus braços um corpo quente. Que eu possa abraçar, apertar e sentir seus sonhos, seu desejo frequente.
Anseio um toque nos lábios, como abelha anseia flor, com seu pólen fresco. Procuro com astrolábios, a direcção certa, sem dor, onde encontrar coração pitoresco.
Coração que seja fonte. Que seja a metamorfose, de dois corpos unidos. Coração que seja ponte, para mente sem neurose, onde se encontrem amores perdidos.
Amores sem falhas. Histórias sem fim. Rimas que terminam sem dor. Amores que rolam nas palhas, nas areias e lençóis de cetim. Amor esse que quero com esplendor.
Gostava de reviver, todos os momentos de felicidade, que dividi com a tua alma. Queria voltar a ter... Teus carinhos sem ansiedade, teus beijos com toda a calma.
Tenho fome do teu olhar. Sede do teu cheiro e desejo dos teus carinhos. No horizonte azul vou recordar. Todos os momentos, por inteiro. Todos os momentos que rimos.
Contigo nadei nas nuvens brancas. Contigo viajei nas noites de luar. Contigo cheirei as estrelas. Contigo divido histórias francas, histórias lindas de embalar. As quais hoje escrevo, para não perde-las.
És fonte de rio que chega ao mar. És luz num túnel sem fim. Es o sorriso e a alegria. Foste quem me fez amar. Foste a flor e o cheiro a jasmim. Hoje és pura recordação e fantasia.