Poemas, frases e mensagens de AlexS

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de AlexS

DESEJO DE ESCRITOR

 
DESEJO DE ESCRITOR
(Alex Sandro De Lima Silva)

Escondeu-me em tuas memórias?
Mas que severa punição!
Logo eu que te dei lindas histórias,
me retribui com esta perdição!
Apaga-me! Te suplico.
Melhor não existir pra ti,
do que existindo, nunca ter sido teu auxílio.
Tuas memórias, desprezo!
Nelas não habitarei!
É teu coração que mais quero.
Das tuas emoções coroar-me rei.
Falar à tua alma, e nela encontrar a cumplicidade.
Do que te dá palavras quebradas,
decoradas por ti, mas não sentidas e amadas.
Suplico-te, apaga-me de tuas memórias.
Melhor não existir pra ti,
do que existindo, nunca ter sido teu auxílio.
 
DESEJO DE ESCRITOR

A FOTO DO MEU AMOR

 
A FOTO DO MEU AMOR...
(Alex Sandro de Lima Silva)

Às vezes a criatividade como um pássaro voa e me abandona.
Me deixa a deriva no meio de um oceano de dúvidas.
Desalentado, sozinho, perdido em pensamentos, o desespero vem à tona.
Mas minha teimosia, minha inquietude, me traz lembranças devidas.
Então volto a rabiscar o papel amarelado do caderno.
Escrevo pequenas frases desconexas, sem valor.
Mas mesmo tentando, não tenho sucesso no verso.
No meu celular fito uma imagem, a foto do meu amor.
Os olhos castanhos claros do meu amor me fitam com doçura.
Encho-me então de coragem e avanço nas folhas velhas de papel.
Escrevo... escrevo... com diligência, e ao mesmo tempo com ternura.
Constato então, ao olhar mais uma vez pr'aqueles olhos cor de mel.
Que não é da criatividade que necessito, nem do talento para criar.
Pois a criatividade é traiçoeira e sempre me abandona, e o talento nada significa.
O que move o verso é o amor, verdadeiro e simples, forte para inebriar.
Assim me alegro, pois guardo no meu peito esse ardor que não se explica.
Esse amor que não se mede, não se pesa, apenas sente, apenas ama.
 
A FOTO DO MEU AMOR

CÚMPLICE

 
CÚMPLICE
(Alex Sandro de Lima Silva)

Te segredei versos antigos
de tempos imemoriais.
Cochichei ao teu ouvido
sonhos, esperanças e ideais.

Na calada da noite,
ao brilho dos astros,
Ultrapassei todos os limites
ao entregar-te versos gastos

Mas não fuja! Esconde-os contigo,
em tua alma, em teu coração.
Como boa poetisa que bendigo,
Atenda o pedido de teu poeta irmão.
 
CÚMPLICE

ENCONTRO

 
ENCONTRO
(Alex Sandro De Lima Silva)

Não me lembro dos teus risos.
Nem dos teus olhinhos fitos.
Restou-me parcas lembranças
daquele teu jeito de criança.

Ah, queria tanto te encontrar!
Quem sabe estarás noutro lugar?
Por que não despertas, irmã querida?
Acordai agora, doce menina!

Quando eu mirar teu lindo rosto opaco,
enclausurado num simples túmulo gasto,
não me enfades com teu fúnebre manto,
não faça do meu espírito lugar de pranto.

Antes diga "aqui estou".
Tão viva quanto eu mesmo sou.
Tão alegre quanto antigamente.
Arteira, atenta e inocente.

Ou talvez, eu mesmo vá
até ti, noutro lugar.
Mas o dia e a hora, confesso que não sei,
isto apenas o grande Rei.

Sim! Não sei! E não saberei!
Basta-me te esperar.
Ou melhor, te encontrar.
Nas terras do exaltado Rei.
 
ENCONTRO

COROA DA CRIAÇÃO

 
COROA DA CRIAÇÃO
(Alex Sandro De Lima Silva)

Desbravei todos os mares.
Desci os mais íngremes vales.
Mas sem ti, tudo foi em vão.
Conheci todas as rotas do mundo.
Mergulhei nos abismos mais profundos.
Só que sem ti, reinou apenas a solidão.
Ainda provei todos os sabores suculentos.
Senti o aroma de todas as flores e unguentos,
então percebi, que sem ti, foi como uma ilusão.
Também voei nas asas do rebelde vento
e transpus as barreiras do firmamento,
e vi que sem ti, faltou verdadeira emoção.
Entediado, fui e contei as estrelas do escuro céu,
e na terra - de pirraça - recolhi montões de favos de mel,
para no fim saber que ainda assim reinava somente a solidão.
Mas sábio é o Senhor, que conhecendo minha melancolia,
fez a ti, criatura dotada de intelecto e coração.
A quem chamei de mulher, minha coroa de divina autoria,
para comigo governar a criação.
 
COROA DA CRIAÇÃO

O PIQUENIQUE (às avessas)

 
O PIQUENIQUE (às avessas)
(Alex Sandro de Lima Silva)

As nuvens se apressam como touros selvagens.
O sol fulgurante, sem relógio, corta o céu azulado em disparada.
Logo vem a dona lua com suas estrelas malcriadas,
que aos poucos aparecem cobrindo as ricas pastagens.
Na grama verde uma toalha quadricular é estendida,
potes, garfos e facas então são lançadas feito baralho na mesa;
bolos, tortas, pudins e até pequenas framboesas,
enfeitam e dão uma beleza sem medida.
Os corpos celestes lá no alto testemunham o pequeno caso.
Dois jovens maltrapilhos, mas de cabelos bem penteados,
entre risadas e olhadelas tímidas, embaraçados,
sentados na grama, se admiram e se servem sem atraso.
Pães melados de manteiga são repassados de uma mão pra outra;
bolos são desembrulhados e em minutos desaparecem.
Um sorriso cá, uma risada lá… ambos se divertem.
A gorda lua parece até fazer hora extra!
Quem interromperá?
Será as cadentes estrelas que curiosas passam aceleradas?
Ou será a inóspita lua satélite iluminada?
Quem será o intruso?
Talvez seja o danado do Sol em seu fuso!
Saindo do horizonte, recomeça sua caminhada,
alumia o casal, que, sem notarem o início da madrugada
se levantam de mãos dadas e vão embora abobalhados.
Enquanto se recolhem… a grande metrópole é despertada.
 
O PIQUENIQUE (às avessas)

DESISTO

 
DESISTO
(Alex Sandro de Lima Silva)

"Desde quando ficaste fria assim?"
Ora, tu não sabes?
Desde quando declaraste a mim
ser apenas teu abrigo.

"E onde estão tuas lembranças?"
Já não as tenho mais comigo,
Perdi-as junto com a esperança
de ser a ti mais que ombro amigo.

"Nem te lembras dos passeios?"
Não, nem disto quero recordar.
Acabou todos os meus anseios
de um dia... tu me namorar.
Perdi todo interesse!

Mas agora basta desta conversa,
Sou pra ti uma estranha, apenas isto.
tua amizade não me interessa.
De ti, desisto.
 
DESISTO

ARTE MODERNA

 
ARTE MODERNA
(Alex Sandro De Lima Silva)

Rápido! Traga teus pensamentos, tuas ideias abstratas.
Ali tens um vaso, pequeno, frágil, sem significado!
Rápido! Eleva-o com tua razão, este objeto que nada retrata.
Torna-o teu veículo de proposições, teu menino de recado.

Não te esqueça dos discursos, dos floreios da retórica.
Rápido! Venha e me ensine os caminhos disformes dessa tua religião.
Mostre-me o bom no caos que pintou, nessa tua arte disfórica!
Rápido! Me convença do belo no feio de sua canção.

Só não te detenhas na linha do horizonte
pra que não te perda na sublime criação.
Nem uses os astros como tua fonte
pra construir teus caminhos de perdição.

Rápido! Que teu mantra seja: Arte pela arte.
Apenas isto, nada além disto!
E com ele te faça adorado por toda parte.
Apenas isto! Jamais apreciado, nunca sentido.
 
ARTE MODERNA

NOITE FRIA DE FIDELIDADE

 
NOITE FRIA DE FIDELIDADE
(Alex Sandro De Lima Silva)

O vento bate em minha porta
Convidando-me para uma dança.
Minha pele arrepia, e o coração assola
ao ouvir aquela voz fria e mansa.

Nego-me a atender o frio chamado.
Mil vezes escolho o cobertor e ela.
Juntos, aquecidos, lado a lado,
almas distraídas que a felicidade tanto anela.

Respirando baixinho, suave, silenciosa
abraça-me às costas, apertado,
com dedicação quase religiosa.
(Teria eu amor assim devotado?)

Vejo então que o Edredom na cama espalhado
e o nosso sacro leito conjugal
tornam-se verdadeira proteção contra abalos.
(Uma barreira quase que natural?)

Nem o intenso frio, nem a forte ventania,
nem o ranger contínuo da janela enguiçada,
é capaz de tornar amarga a mais simples alegria
das almas de fidelidade dedicada

E qual é a prova disto? o café passado de manhã
e a mesa posta com pão de queijo,
os olhos feridos com a luz do dia, o carinho,
o sorriso dela, e um novo beijo.
 
NOITE FRIA DE FIDELIDADE