Estado Febril
O despertador toca, não te queres levantar!
Barulho irritante, não para de tocar…
Queres dormir mais um pouco, da cama não queres sair
Mas lá tem de ser, aguenta mais um dia.
Sais de casa e aparece aquela amiga,
Aquela que tem estado sempre presente,
Dia sim, dia sim, dia sim…
A monotonia do quotidiano não desaparece!
Chegas a casa, mais do mesmo!
A tua amiga volta a estar lá, não sabes o que fazer.
Está na hora de jantar. A fome teima em não aparecer.
Voltas para a cama. Adormeces…
O despertador toca, acordas rapidamente!
O barulho não te incomoda, o sol já brilha.
Estás atrasado para o emprego!
Espera…
Não tens um.
Entras no teu carro, Velho, maltratado, ruidoso!
As contas aparecem, o dinheiro é inexistente.
Sentes-te quente…
A tua amiga já não está presente. Isso distrai-te!
Perdes o controlo numa estrada qualquer…
Jogos de palavras
Não sou idiota.
Antes o fosse...
Antes o fosse e faria jogos de palavras contigo,
Alterava o sentido das coisas,
Quebrava as regras,
Mudava tudo...
E se idiota fosse,
Tudo teria mudado.
Os sentidos,
As regras,
Tudo!
Mas nada mudou...
(Ou mudou?)
Noite de Fevereiro
Noite chuvosa e fria,
Estrada molhada, deserta, escorregadia.
O rádio tocava o que querias escutar,
A tua boca falava as palavras que queria ouvir,
O momento... ah, tão bom para não aproveitar!
Quero... Quero-o repetir!
Pecados contados no banco direito,
Memórias divulgadas no assento do condutor,
Frases que me deixaram sem jeito,
Palavras com um efeito apaziguador.
A tristeza tomou conta de mim,
Como se tratasse de um nevoeiro,
E com um beijo colocaste um fim
Àquela mágica noite de Fevereiro.
S de Teresa
Um dia quero voltar a ver-te despida.
Dessas dúvidas, dessas incertezas,
Das mágoas e das tristezas.
Um dia quero voltar a dar-te a mão.
Entrelaçar sorrisos, entrelaçar dedos,
Desconstruir receios e medos.
Um dia quero voltar a ser feliz.
Desenhar o futuro, desenhar no passado,
Enfrentar a vida sem ti do meu lado.
1
Lá fora?
Vento…
Chuva…
Cá dentro?
Um turbilhão de sentimentos…
Uma união sem igual…
Sangue, suor, mas nada de lágrimas…
Um momento descomunal!
Não tem mesmo como enganar,
Nem como esquecer o inesquecível!
O número um aconteceu ali,
O número um foi incrível!
Sobrevalorizado por muitos,
Subvalorizado pela população restante,
Palavra para descrever só há uma:
Eletrizante.
(In)certezas
O que é o luar
Se não a luz do Sol a sonhar?
De que adianta a luz do dia
Se o Sol perde a sua companhia?
De que serve a noite estrelada
Se a Lua se sente isolada?
Certezas? Só uma era sua...
Se ele era o Sol, ela era a Lua!
Poeta louco
Chamam-me louco por ser poeta,
Maluco por andar à descoberta,
Um incompreendido na sua meta!
Sou aquele que escreve sem sentir,
O que usa a camuflagem para se abstrair
Daquela vida que ainda está por definir.
Por vezes dou por mim a pensar:
"O que seria de mim sem cultivar
O vício da escrita que não pára de aumentar?"
E só uma resposta consigo obter,
Mas certamente em segredo a vou manter
Com medo do "bichinho" perder!
Quero ser diferente!
Ser diferente, qual o problema?
Algum dia irá haver sábia resposta
Para tal dilema?
Desprezável é o que ri do diferente
Com a sua preconceituosa mente,
Porque não poderá alguém inovar
Quando a tendência é copiar?
É melhor ser odiado,
Do que uma vida atormentado
Se para receber amor
Implicar ser actor.
Ainda quero ser diferente,
Quero alterar esta filosofia
Mas serei forte o suficiente
Para mudar isto? Quem sabe um dia...
Vida de Adolescente
Ó miserável adolescente,
Vida por vezes deprimente
Decisões importantes começar a tomar
Para a tua longa caminhada continuar.
Por vezes precisas de gritar,
Precisas de te soltar,
Dispensas toda a pressão
Que te colocam na palma da mão
Ó miserável adolescente,
Ter uma vida normal
E em que sejas independente
Não passa de um pensamento banal.
Pensamento esse que tem a sua veracidade
Mas que nem todos dão louvor,
Ó fruto da mocidade,
Mostra-lhes o teu valor!
Esta coisa do ser adolescente
Tem muito que se lhe diga,
Coitado deste pobre inocente
E da sua miserável vida.
Mundo em mudança
Os dias ficam mais curtos,
As noites cada vez mais frias,
A esperança vai-se desvanecendo
E com ela aquilo que sentias.
Os pensamentos surgiram,
As dúvidas também,
Mas o mundo não pára de crescer
Para os que incertezas não têm!
Os dias tornam-se longos
E as noites ganham cheiro,
Finalmente concretizei o sonho
De ser o teu barqueiro.
A minha boca queria falar
Com o pensamento bastante barulhento,
Eu queria falar... falar...
Oh, o pensamento...