Vinho Verde
Fizemos da química onírica do beijo
Uma adega de emoções...
Vinho verde em noite quente
À sombra da lua nossos corpos brilhando
E nos lábios poemas escorrendo de amor...
Ardentes!
Kansas
Língua
Ela poderia ter pressentido:
Que a explosão interior viria
Sem medir as palpitações, ou
As erupções do coração à flor da boca.
Ela poderia ter sentido:
O canto da boca escorrendo
A salivar ansiosa pelo beijo
O mesmo que faz sangrar a língua
No momento de dizer: te amo
Fugitiva
Hoje eu vou fugir
Pela boca da noite
Como poesia negra
Belos versos de amora
Da solidão tirar sóis
E fazer deles um colar de prata
E me esbaldar pelo mundo da razão!
O AMOR
Se tu viesses numa noite cálida,
Beijar-me a face, eu sairia
De dentro da alma, ventania
Das marcas de rubi na fronte pálida.
Assim, teimosa como a luz do dia
Faria do amor, o amor ingrato
Porque do teu beijo, não me esquivaria
E do teu cheiro, mentol no hálito.
Beijo a noite, como a noite beija a aurora
Se do amor ela teima e não se esquece
Quem sabe ao deitar, ela teima e chora...
O amor, o que será, alguém poderá me responder?
Se quando chama, arde e inflama
Se quando frio, denota o prazer?
Kansas
Olhos dela
A poesia deveria ser singela;
Um artigo indefinido
Dando luz aos olhos dela
Talvez, lá fora dos ouvidos
O sentido da alma à tona viria
Num canto de ninar amanhecido...