Brisa solta
Hoje, não me apresso…
Ao abrir a janela, saudada pelos gritos estridentes das gaivotas…
Dou por mim com vontade de gritar……
Tapar os ouvidos e soltar a voz num grito…
Angústia, dor, desespero…
Enterrada, bem lá no fundo, resignação…
Há coisas que não podemos mesmo mudar…………
Assim transformo-me numa aragem
Perdida nas asas das aves
Num aconchego da mágoa,
Em busca da libertação plena……
Eterna vontade de sair,
Mas devagar alcanço o fim
Por mim calculado numa voz
De súplica existência súbita…
Dueto: Marta Vinhais e Catherina Sanders
Senhor do Éden
Relógio do tempo
no ponto da situação,
sem exclamar o endro
que baila no coração.
Sem minutos a contar
divide-se o prazer
de contemplar a vida
amarga da saudade.
Cada balada anuncia
o fim de tudo
e o começo do nada
da existência mental.
Relógio do Ser
mágica sedução
pode parecer
e não passar de ilusão.
Entre a alegria contida
e a tristeza aberta
sobra-me a parte escondida
que essa é certa.
Sou o pensamento
e a noção
o momento
da tua acção.
Dueto: Catherina e Paulo Afonso
NÃO DIFUNDIR COMERCIALMENTE SEM AUTORIZAÇÃO DOS AUTORES.
RESPEITAR OS DIREITOS DE AUTOR.
2ª parte de Fernando Pessoa
Antes dos irmãos e da mãe retornar
Aplicara-se nas diversas ciências aumentando
O seu intelecto. Foi viver com a família
E revelou em Ophelia moça amar,
Que sua afeição seria cartas a venerando
Contudo iria deixá-la pretexto interior abulia.
Com o pesar do fim da mãe, tenta na política
Se embrulhar apoiando registência única
Que depois critica do seu modo,
Sem jeito para tal deixa o estado.
Seu hábito continuará sempre a ser a poesia
E sua bebida, e é com esta última que lhe
Cria uma cólica hepática tirando-lhe tudo.
Alguns dos seus amigos já partiria
E os restantes o iam acompanhar na calhe
Da sua penúltima morada, para ir mosteiro feudo.
Assim em 1935, o famoso poeta desconhecido
Deixa este mundo que o culta depois de vivido.
Somente a escrita é a sua posse para os demais
Seres e absolutamente nada angelicais.
Místico de personalidade, gostava de escrever
Sobre tudo e mostrava um postura de perícia.
Seria eternamente um homem fora da sua época
E incompreensível, que lutara pelo seu querer
De perpetuar seu idioma, e sem vinculatória
De amor, mas efectivamente mestre unívoca.
Catherina Sanders
NÃO DIFUNDIR COMERCIALMENTE SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORA.
RESPEITAR OS DIREITOS DE AUTOR.
Actos e Escolhas
Perdão Senhor,
se pequei por muitas vezes,
por pensamentos e palavras,
atos e omissões...
Por minha culpa,
minha tão grande culpa...
e peço à Virgem Maria,
Aos Anjos e aos Santos,
que roguem, por mim,
Senhor."
Essa oração existe, visse.
Eu rezava antes de dormir,
quando acreditava em pecados.
Hoje acredito em "escolhas".
Não sei ainda, se pequei...
escolhi denunciar-me em poesia,
escolhi querer ouvir sua voz,
escolhi não silenciar minhas dores.
E escolhi usar o pronome, "Nós".
Está muito silencioso tudo aqui...
espero que tudo aí,
não tenha ruído,
descambado para o finito……
Meu Pai do Céu,
Não me deixes na solidão,
Ampara-me no Teu colo
Com todo o Teu amor.
Que eu só necessito de paz
E conforto do Teu carinho…
Com o caminhar da vida,
Perdi a minha inocência,
Apesar das opções que tenha
Que fazer, não Te quero perder
Meu Pai…. do Céu.
Todos os meus erros fizeram-me
Crer somente que Existes em todas
As formas, e não importa a evocação
Pois me Ouves sempre como um Pai.
A questão é que mal Te consigo ouvir,
Assim só o Teu amor, me embala,
Confortando-me das feridas.
O sossego não exclama nada,
Somente a Tua lembrança
Preenche o meu coração,
Que tudo melhorá!
Devido o Teu amor ser único
E tranquilizador universal…
Dueto: Walter Cintra e Catherina Sanders
Não difundir comercialmente sem autorização dos autores.
Respeitar os direitos de autor.
A cor da minha vida
Descanso do Sol...
Na sombra das memórias de infância...
Que a brisa insiste em trazer...
O chapéu vermelho, as chinelas brancas....
O balde amarelo, a pá azul...
Sempre fui vaidosa...
Sempre gostei de cores....
Sempre gostei do meu reflexo no espelho...
Até que um dia....
Deparei com aquelas rugas
Na minha face…
Que teimariam em se agrupar…
Assim como o bronze da meninice
Tentava ocultar a minha imagem…
Quem queria eu enganar?...
Seria sempre aquela menina vangloriosa…
Com o chapéu magenta, as chinelas pálidas,
A sacola da praia amarela, e a combinar com o figurino…
E o telemóvel azul da última geração…
A coloração da minha vida era um dia de sol…
Dueto: Marta Vinhais e Catherina Sanders
Camões - parte do projecto "Os grandes Portugueses - os 10 mais"
Apareceu uma criança distinta infeliz
Numa família desmoronada possivelmente
Em Lisboa e em 1525, exclusivo rebento,
Sofrera alterações familiares altriz,
Seu pai navegara para a Índia, abrangente
Sobrejo para viver perto Coimbra covento.
Julga-se que com ajuda do tio Bento
Tira em Santa Cruz as artes movimento,
E encetava os primeiros passos
Da sua ilustre poética calores abastosos.
Desde moço tem Petrarca como veneração
E demais conterrâneos ao seu lado.
Dominava as línguas contíguas ao seu sabor.
Estreava-se no paço numa outra transição
Para Lisboa, e eis que foi comtemplado
Na belíssima Caterina de Ataíde o amor.
Demais damas o preferem em detrimento
De outros sonhadores, que implanta o enfurecimento,
E com a excentricidade para as desavenças
Acaba por ser expulso das muralhas.
Por vontade ou pela directiva da fidalguia
Navegou para lutar na África contra os mouros
E numa bravura debate perdera o olhar.
Entretanto seu tio e seu pai Simão morreria
Já em casa com a esposa e sem muitos louros,
D. Ana rogava ter seu filho no último aspirar.
Mesmo estando em Portugal, ainda estava
Proibido de entrar, mas por clemência abusiva
Conseguiu residir na capital pela sua mãe
E não aparecer exclamando na “barbacãe”.
Num dia propício passa pela cocheira real
Observando dois amigos, vai ao socorro deles
Que se torna angustiante quando fere Borges.
A clausura fica a ser sua morada zonal
Por meses até ter da vítima perdões dobles,
Tem de dar serventia na Índia pelas naus rémiges.
Divaga por Goa, arredores e Macau, onde
Prestou serviço, vassalagem, e acidade
Nas suas andanças, não fugira do cárcere,
Mas ao tentar regressar, afunda-se e resta pobre.
Mofino com a perda da sua amada,
Retorna ao seu país com auxílio aliado
E encontra sua madre na penúria.
Pouco após a primeira amarrada
Principia acções e o seu feito desmedido
Que o iria reconhecer o provir de luxúria.
Ao longo da sua existência sempre escrevera
Versos, quer por encomenda, quer na zavra,
Quer por solicitar ou até mesmo por encantamento
Somente pouca coisa obteve visionamento.
Lusíadas anunciado tivera enumeras falhas
Mas dele recebera uma tença, que pouco
Sobrevivia, ainda dispondo do jau a mendigar.
Viria a escassear em 1580 vítima das doenças
E deixava à mãe herança da pensão no vinco.
Seria sempre o dia fatal para marcar.
Com o desaparecer cativa a leitura das obras
E com o avanço engrandece a afeição das
Multidões, que buscam o carisma patriótico
Que Luís possuia na caligrafia do velhaco.
Emblema pátrio marcou a sua nação com
Universalidade e humanismo da raça
Escondida numa pequena península
Jamais mortal, porém literatura rascom.
Herói perpétuo da estirpe de caça
E cidadão do seu eu e imaginação avícula.
Catherina
NÃO DIFUNDIR COMERCIALMENTE SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORA.
RESPEITAR OS DIREITOS DE AUTOR.
"Poema em inglês"
Why you can’t do
Ordinary things in
Real world?
Learn to listen
Deep in your heart!
And forget everything
Recorded in the mind
Translating the soul.
Find you in the place
Replete of friends,
Imagination in your pen
End the situation of
Nothing to do and start
Doing the letters
Still eternity……
Catherina
NÃO DIFUNDIR COMERCIALMENTE SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORA.
RESPEITAR OS DIREITOS DE AUTOR.
Vinte e um.....
Um dia de nascer
Numa tarde solerenta
Acabada de mergulhar
Na cristalina água.
Assim se constata
A dureza da realidade
Feita de armadura hastata,
Sem ter a doce vivacidade.
Dia novo de compaixão
Anunciado por um abanão
Duradoiro por uma crença,
Que iria ser guerra tença.
Momento solene de alma
Anunciada estima de espírito,
Sem atrito de estremo imperito,
Mas capaz rito de formosa palma.
Adormece a lua
Enevoada pelas estrelas
Cintilantes e eis que termina
O dia da floresta escrita……
Catherina Sanders
NÃO DIFUNDIR COMERCIALMENTE SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORA.
RESPEITAR OS DIREITOS DE AUTOR.