Tapinha de amor
Quem acredita
“tapinha de amor
não dói?”
Cansei ouvindo
muitas vezes,
tantas vezes,
cansativas vezes,
palavras incoerentes
até indecentes
para sugerirem
mulher gosta
ser tratada
com tapas
beijos, pancadas.
Prefiro beijos,
deixe pancadas
para porta
quando sair.
todo sangue das feridas ,
O ponto
de tudo
todo sangue
das feridas
luzes ao amanhecer
Até amanhecer,
quem vê
lá fora
minhas luzes?
todo tempo
todo tempo
derruba vidros
tempo deseja
derramar horas
sem ser convidada
entrei
aqui
sem
ser
convidada
antes
os versos da primeira poesia
Todos versos
primeira poesia
agora canalizados
em palavras
amenas palavras.
apenas palavras
solertes sons
dispersos ar.
eles não se atrevem
Eu poderia,
ser você
não mais
se atreva
a duvidar,
nem querer
entender razões
demônio em mim
final
daquela
parede
prisão
de
marfim.
receptáculo hermético
lacrado encerra
si mesmo
morto não vive
demônio em mim
meu corpo frágil
prisão de minh’alma
meu mundo acaba
onde nem começa
fazendo discurso
estalos febris
chamada louçã
língua solta
fazendo discurso
completo isolamento
nas ruas
gente apinhada
todos são
tudo é
somente observam
que há
completo isolamento