Poemas, frases e mensagens de Gabriel-Peers

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Gabriel-Peers

Secretamente
espreitamo-nos
como caminhos
à beira
de atraentes abismos

(Virgínia Schall)

Vem, Te faz meu presente!

 
Difícil resistir a tua presença
Virtual, mas tão constante

Tão difícil, que nunca deixo
de imaginar-te aqui bem de frente

E poder te amar como desejo:
Tocar teu corpo, roubar-te um beijo...
Nem que seja, por um breve instante

Vem amor real, te faz meu presente!
 
 Vem, Te faz meu presente!

Escato, lógico!

 
Dizem que o silêncio fala profundo
Mas há dias em que, aborrecido, não
consigo fugir-lhe. As palavras tornam-se
inúteis e quedo mudo

Geralmente, os motivos são falta de
sono ou excesso de gases...

Cai assim, mais uma verdade tida como
certa no mundo: O silêncio também pode
ter motivos totalmente fúteis

E o mais interessante: Às vezes um simples
peido, pode resolver tudo!
 
Escato, lógico!

Minha estrada

 
Há tantas palavras que calo
Tantas e tão importantes
Como por exemplo, dizer que te amo

Calo, pois creio que se você as ouvir,
pensará que é simples carência o que falo
Ledo engano!

Alguns falam com palavras bordadas
E as admiro, muitas são belas

Eu, sigo apenas o coração e seus fados
Aceito o destino, sigo minha estrada
Mesmo calado, nunca me esqueço de ti
Nunca me perco nela.
 
Minha estrada

Espírito de porco

 
A bíblia é um livro interessante,
e Kardec era um homem inteligente
Mas todos se enganaram, e deu no que deu...
A fé deu um salto no escuro, a razão se perdeu

Tinha que aparecer um espírito de porco que
nem eu, para explicar o que de certo aconteceu:
O livro foi escrito não para o bicho homem

E sim bicho de outro nome, e isso é coisa provada!
Pois o gato é o verdadeiro Deus
O único que tem sete vidas,
e muitas moradas.
 
Espírito de porco

Entre aspas

 
Ela não pestanejou e mandou na lata:
Foi somente uma sugestão... O museu,
apenas um dos lugares que me dão
“prazer” em visitar... Assim mesmo:
Um prazer entre aspas

E o que vi, foi a luz vermelha do desejo
se acendendo: Néon azul e branco, talvez,
circundando a seta: Aqui! Siga a seta!
Aqui fica o cantinho do teu prazer maior
Entre aspas, tenha certeza, é bem melhor!

Mas o diabo mora nas entrelinhas... E pode
se esconder as vezes, numa simples vírgula
O que não será capaz de aprontar o danado,
protegido da torrente de paixão pelas quatro
varetas deste guarda-chuva invisível que
cerca dos muito apressados?

Um prazer entre aspas, pode ser um prazer sem
importância, um prazer cercado de cuidados, um
prazer muito grande ou especial, guardado a poucos
escolhidos. Pode ser no museu, na cama, na lama...
Mistérios femininos... Só sei que eu, de tão ansioso
com o primeiro encontro com a moça, já “tô fudido”!
 
Entre aspas

Sonho de Primavera

 
Me nomeaste como Encanto doce de Outono
Aceito o nome que me deste e tua ausência,
enquanto a estação das flores não vem

Mas por favor, não tarde a chegada,
meu lindo sonho

Que a primavera em minha alma
somente virá quando eu puder
acariciar e beijar teu corpo inteiro

E depois do amor e de um breve sono,
acordar abraçado a ti como convém:
Com alegria de margaridas sorrindo, e
tomado de suave paz, tal flor de macieira.
 
Sonho de Primavera

Em nome de Deus

 
No princípio era o Verbo....
Depois vieram os pastores e o conjugaram:
Dá-me tu, dei-me bem, dá-me mais..
 
Em nome de Deus

Faz-me outra vez criança

 
Ah, você! Esse alguém que eu mal conheço,
mas sei que aprendeu a discernir o que se
passa na mente. A lidar com todos os anseios
e sonhos, que embaralham a vida da gente

Vem! Vem e me diz, como conter a euforia da
possibilidade... Ou melhor, esquece. Esquece e
não me diz. Quero emoção, não verdade. Deixe,
apenas deixe que eu te tenha. Não quero mesmo
água... Vem, vem e coloque no fogo mais lenha

Permita meu amor, que eu queime esse desejo e
essa vontade de te sentir... De te ver, de te ouvir
De te abraçar e te sentir inteira pulsando como
pulsa agora este coração que não me nega

Rega, rega a planta que sobe louca em direção
ao teu sol, ao teu céu...Que te quer flor e néctar
Que te quer bailarina, borboleta, menina, Que te
quer em voo errático, a pousar sempre neste colo

Vem! Vem que não me quero mais solo, mas sim pólen
Pólen que o vento leva. E suave, fertiliza tua entrega
Vem, meu amor. Para lançar ao mar e definitivamente,
as cinzas daquilo que teimo em guardar no pote da
inútil esperança. Trás tua nova brisa, tua nova vela e
teu barco. Afoga-me a tristeza, faz-me outra vez criança
 
Faz-me outra vez criança

Ópio

 
Eu queria saber quem foi o filho da mãe,
Que inventou essa história de filho do pai...

Meus olhos e ouvidos já estão até ardendo,
de tanto ler e ouvir... Todo dia, toda hora,
tanta interpretação das palavras do tal

E os que mais escrevem e gritam, enquanto
fingem que nele acreditam, levam o dinheiro
dos incautos na maior cara-de-pau!

Amém, que eu já não mais aguento
Schhh! Sou filho de Deus, também!
Não fico por aí incomodando ninguém
e trabalho, para ter meu sustento!
 
Ópio

Que seja eu

 
Que seja eu,

A brisa que te afaga
O vinho que te embriaga
O fogo que te abrasa

Que seja eu,

O lábio para o teu beijo
Alimento do teu desejo
Teu amor sem medo, sem pejo

Que seja eu.
 
Que seja eu

Já foi tarde

 
Poema novo: Defunto fresco, mau cheiro
Antes que vire carniça, direto ao cemitério

Poema antigo: Já virou ossada ou pedra. Se já
foi esquecido, é coisa de antropólogo ou arqueólogo
Se bem lembrado, estudado, virou coisa de artista
Para não desagradar aos dois e a família, deste não falo

Poema que ainda não veio: Está em cima do muro
Se cair para a esquerda, cai duro. Se for para a direita,
também cai igual ao primeiro

E o poeta? Louco, por certo
Esquecido, morreu de fome
Igual ao segundo, vai junto.
 
Já foi tarde

Primeiro gesto de amor

 
Se algum dia me permitires, quero
ser o único dono do teu sorriso
Se algum dia conseguires ler meu desejo,
quero ser a página marcada do teu livro
Se algum dia me tomares por poeta,
quero ser o verso que te faz sonhar

Mas bem sei, que tenho condições a cumprir:
Se algum dia eu sonhar um verso bem fingido
Se algum dia eu escrevê-lo no teu livro desejado
Se algum dia eu ficar cego de paixão,
e esquecer que numa relação de amor
não se permitem donos, pois não?.

Se algum dia me quiseres, portanto, olhe-me bem
de frente. Sonhe, mas nunca mergulhe muito fundo
no encanto. Esqueça as palavras e o poeta
Preste atenção somente nos gestos.
 
Primeiro gesto de amor

Meu nome é saudade...

 
Se você ainda não me conhece,
Muito prazer, meu nome é Saudade.

Não me culpe, não me toque,
Não me expulse, não me maltrate.
Não sou nenhuma intrusa, nem
Tampouco me aninho em endereço errado

Porque o teu coração, amigo,
É a minha casa... Posso até não ser
A tua melhor companhia nesse mundo
Recheado de tantas oportunidades...

Mas eu compenso isso, bobo...
Sou muito apegada!
.
.
-Gabriel Peers
.
 
Meu nome é saudade...

Mineirim

 
O café e o leite fizeram amor
Misturaram toda a loucura dos
desejos em redemoinhos de prazer,
e adoçaram com um turbilhão de afetos

O arremate foi com uma dúzia de beijos
Enquanto retirados de uma cesta,
mordiscavam pães de queijo

O nome real dos personagens eu não posso
contar, pois todo escritor tem que ser discreto
Além do que sou apenas mais um filho de mineiro
E como bom filho, também como quieto.
 
Mineirim

Semeando sonhos, colhendo amor

 
Para você que sonha, e sempre se pergunta
se é inútil tanto sonho, só posso dizer que
também sonho contigo todos os dias...

E que todos estes sonhos que às vezes parecem
inúteis, pecados de uma mente insana, são na
verdade como maçãs recém formadas...

Para que cresçam robustas, temos que regar-lhes
o pé com nossas lágrimas de saudade, protegê-las
das pragas da sensatez exagerada, banhá-las com
a luz deste nosso amor que é essência de vida

Para que possamos saborear um dia os frutos de
tantos desejos, temos sim que sonhar com mente
insana, semear a terra das impossibilidades... E crer
sempre! Nada é inútil, quando se ama de verdade.
 
Semeando sonhos, colhendo amor

Se Amar for Assim...

 
Se amar é sentir vontade de chegar voando aí agora onde você dorme, e como se fosse um colibri, pousar em teu peito, sentir o calor do teu corpo, sentir as batidas do coração, sentir teu cheiro, ver você abraçada ao travesseiro...

E de repente, como num passe de mágica, como em um conto de fadas, transformar-me novamente neste que mereceu receber tão linda declaração de amor...

Se amar é depois de ter voltado ao que sou, puder ter o prazer de te acordar com um leve assopro nas faces, um beijo macio nos lábios, um carinho suave nos seios...

Se amar é ter o prazer de sorrir para você neste instante em que te acordo, é ver teu lindo sorriso, receber todo o carinho de teu olhar de ternura infinita...

Se amar é desejar estar agora te olhando bem fundo nos olhos, é acariciar teu rosto, teus cabelos, me embebedar com tua presença...

Se amar é desejar tanto quanto desejo agora aconchegar-me contigo, é deitar-me ao teu lado, te abraçar bem forte, te beijar com sede, acariciar teu corpo, sentir meu corpo se aquecer, minha mente se perder...

Se amar é desejar tanto quanto desejo agora ter o prazer de te despir bem devagarinho enquanto te acaricio e te beijo, é sentir teu corpo também se aquecer, arrepiar...

Se amar é desejar tanto quanto desejo agora ser despido por você enquanto me acaricías e me beijas, é sentir meu corpo fervendo, sentir o calor de tuas mãos, o calor de teus lábios a percorrer-me por inteiro, é tremer de emoção...

Se amar é desejar tanto quanto desejo agora, fazer amor com você. E desde que te descobri, somente com você...

Se amar é sentir o desejo mais belo e profundo de descobrir o prazer de fazer amor de corpo e de alma, fazer amor com alguém conforme sempre sonhei - você...

Se amar é sentir e viver apenas um pouquinho disso tudo, ou, já exagerando, tudo isso..

Então, eu também estou amando muito você.
 
Se Amar for Assim...

Negado!

 
Eu juro que pedi a Deus,
para nunca mais me apaixonar
por nenhum olhar de menina levada

Ele sorriu, fez que entendeu
e pensou: Que besteira!
Como vês, não adiantou de nada.
 
Negado!

Confissão

 
Assim que a bela morena parte no primeiro transatlântico branco
e joga ao mar de sentimentos tolos aquela mala sem alça,
chega o velho pneu negro boiando

Recheado de eu te amos, saudades vãs e milhões de palavras,
nele se agarra o desprezado. E com todo o despreparo, dá-lhe
de versos pobres. A cada lágrima, mais um se vai publicando

Tudo bem que a causa é nobre. Mas com o tempo se percebe,
que afundou a ilha da fantasia ou não é por aí que se faz poesia

Assim vivi, assim aprendi, mas verdade seja dita:
Ah, saudade filha da puta! Volto ao início, quem diria
Apesar de ter-me salvado a escrita, continuo tentando.
 
Confissão

Cativo

 
Cativo dos teus versos,
nunca entendi bem o porque
Pode ser amor, ou puro prazer

Só sei que de uma forma ou
de outra, até sem querer,
eu sempre regresso.
 
Cativo

Puro prazer

 
Daqui de onde me encontro, a observo atento.
Nua, reluzente, braço negro apoiado à cintura.
Vejo o calor subindo, o estremecer do corpo.
É chegada a hora, o prazer me espera.

Irresistível desejo, levanto-me de súbito e a alcanço.
Em movimentos frenéticos, adoço-lhe a entranhas cristalinas.
Segurando-a pelo braço, despejo tudo no fundo escuro.
E colho o mel dos deuses, incomparável em calor, sabor, e odor.

Ah, minha chaleira, meu coador!
Aceita você também um cafezinho?
 
Puro prazer