o espelho não engana
Olho-me ao espelho e vejo meus olhos
Olharem-me com um olhar vazio
Procurando no meu rosto macio
Algo que não querem ver
Olham-me percorrendo-me com ternura
Mormuram-me ao ouvido em silêncio
Todos os sinais de velhice que eu quero esquecer
O espelho não nos engana mostrando-nos o exterior
Resta-nos quem nos ama e nos consola com o seu amor
A idade ensina-nos a ver e amar a natureza
Tambem a conviver com o sofrimento e dor
Sem esquecermos que a verdadeira beleza
Nasce vive e morre connosco no interior...
Amiga...
Amiga de ajudar o seu semelhante
Vive oculta e muito distante
De todos os poetas é amante
Adorada e protegida como diamante
A todos nós deu uma chance
No seu site escrevermos um romance
Eu sou um simples poeta popular
Que ainda agora começou a caminhar
As palavras certas não consigo encontrar
Para exprimir toda minha gratidão
Que vai dentro do meu coração
Pela chance que me deu de no seu mundo entrar.
Minha Aldeia
Pequena aldeia de Trás-os-Montes
Do concelho de Mogadouro
Longe de modernos horizontes
Perto das margens do Rio Douro
Aldeia que me viu nascer
E começar a caminhar
Onde dava gosto viver
E nos riachos me banhar
Tanta saudade eu sinto
De lá andar a brincar
Ás vezes levava com o cinto
Se não ouvia o meu pai chamar
A minha Quinta-das-Quebradas
Aldeia por mim muito amada
Na escola levava reguadas
Quando não sabia a tabuada
Quinta de baixo e Quinta de cima
Um ribeiro as dividia ao meio
Os homens trabalhavam na mina
As mulheres ceifavam o centeio
Bela e pequena aldeia do norte
De onde saí com tenrra idade
Para ir à procura da sorte
Trabalhar na grande cidade
Em Trás-os-Montes ficam no nordeste
As minhas Quintas-das-Quebradas
Obrigado por tudo o que me deste
Pelo S. Miguel estão bem guardadas
Todos os filhos das Quintas
Têm veia de poetas e escritores
Às vezes estão-se nas tintas
Para aqueles que são doutores
camelodasquintas.
Alegria e Tristeza
Sinto a necessidade de escrever
E a todos a minha poesia contar
Alegria por um filho nascer
E a tristeza de o ver chorar
Sinto a pobreza de um povo
Que pela guerra torturado
Sonha com um mundo novo
E a vontade de ser amado
Sinto a falta da minha Mãe
Que tantas saudades me deixou
Alegria por aquele que a tem
E do carinho com que me amou
Sinto tristeza pela dor
E de quem não tem abrigo
Dos que vivem sem amor
E daqueles que riem do que digo
Confissão
Não sou um poeta nobre
Escrevo para quem quiser ler
O meu vocabulário è pobre
Dou alguns erros a escrever
Fiquei sem hipótese de estudar
Não foi por falta de vocação
Muito jovem comecei a trabalhar
Para em minha casa se comer pão
Para a cidade tive que partir
Era ainda uma criança
Dos abutres tive que fugir
Durante a minha infacia
Terrorismo um mal sem cura
De sul a norte eu o condeno à Morte
Matar pessoas inocentes
Ao sofrimento das crianças
Ficarem indiferentes
Terrorismo um mal da actual Sociedade
Em que vivemos
Ao serviço dos abutres do poder
Mesmo se não o queremos
Com ele temos que viver
Em cada esquina o terror nos espreita
Sejam os governantes
Da esquerda ou da direita
A ganancia do poder
Leva à destruição do planeta
Que não para de sofrer
As consequencias do terrorismo
Seja em nome de um qualquer Profeta
Ou governante ávido de vingança
Para quem o sofrimento de vidas inocentes
Não tem qualquer importancia
Mas sim as promessas feitas de uma aliança.
Não podemos deixar de acreditar
Que o bom senso dos Homens prevalecerá
Entao sim haverá paz no Mundo
E os povos inocentes viverao felizes e deixarao de sofrer
Por culpa daqueles que vivem obsecados pela ganancia do Poder.
O fenómeno Mulher
Mulher segredo.
é aquela em quem todos confiam e pedem
Para não contar nada a ninguém
Sai de casa imaginando-se um cofre forte
Encontra as amigas e não se contém
Mulher mistério.
é misteriosa em tudo aquilo que faz e diz
Pede segredo a todas as amigas
Daquilo que ouve e conta em seguida
Quando a descobrem
Faz-se inocente e ofendida
Mulher fenómeno.
é a menina
Que cresce em segredo
Faz do seu corpo um misterio
Não lhe tocam nem com um dedo
Só sai à rua depois de se maquilhar
Concorre a concursos de beleza
Fica em primeiro lugar
Põe os homens com a cabeça ás voltas
Quando a vêem desfilar
A sua vida não tem segredos
É capa de todas as revistas
As suas mãos já não têm dedos
Para contar as suas conquistas
Torna-se num objecto que vale milhões
Esquecendo-se de viver um amor
Os seus olhos só vêem cifrões
Posa nua com frio ou calor
Tem medo de envelhecer
Que mais ninguém se lembre dela
Acabamdo por a esquecer
Ficando só a sonhar
De quando era jovem e bela
Fazia os homens dançar
Ao som dos seus beijos
Para assim realizar
Os seus mais pequenos desejos...
Cama sem Amor
Fama sem cama
Amor sen calor
Dormir sem pijama
À procura do amor
Sonhar sem dormir
Passar a noite acordado
De ti não quero fugir
Sem ser amado
O tempo vôa entre os dedos
Sem o conseguir parar
Confessa-me os teus segredos
Para depois te amar
tu és o meu sol
Tu és a minha sede
Na tua mão vou beber
Os teus braços a minha rede
Que não me deixa sofrer
Tu és a minha fome
Na tua boca vou comer
Junto de ti me sinto homem
Que vive a vida com prazer
Tu és como um cais
Onde gosto de me amarrar
Se não sei para onde vais
sou um barco perdido no mar
Tu és o meu sol de verão
O meu gelado à beira mar
Estendemos a toalha no chão
Deita-mo-nos e começamos a sonhar
beijos doces
Com ternura me das o teu carinho
E o amor que vive dentro de ti
Comigo adormeces no nosso ninho
Como uma gatinha enrolas-te a mim
Demanhã acordas-me com doçura
Beijos doces quentes e silenciosos
A tua voz meiga aos meus ouvidos mormura
Sonhei de nós os dois sonhos amorosos...