Sonetos : 

Na cabeceira o copo de cicuta

 
Na cabeceira o copo de cicuta,
Encimado aquele rosto de Cristo,
Triste por sempre ver o mundo visto,
Prisioneiro comigo na gruta.

Na cama de dossel onde desisto,
Do teu corpo de virgem e de puta,
Tomo o socrático néctar sem luta,
No abraço do fim a que não resisto.

Revejo-me no limbo sem barqueiro,
Sem corpo, sem alma, sem a saudade,
Sozinho com o meu esquecimento…

Ir-se é só um despertar violento,
Conta-me o tempo que me persuade,
Ao repouso de rendido guerreiro.

14 de Junho de 2009

 
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ViriatoSamora
 
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