Poemas, frases e mensagens de JB

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de JB

Poemas de ti (V)

 
Certeiro o olhar
com que te vejo,
engano
de quase te ter
e me fugires,
como o vento que roda
nos meus dedos,
e se escapa
sem nada para dizer.
Macera-se a tez
na caminhada,
muda de tons e de expressão
e quando te sente
na chegada,
volta-se
perde-se
transfigura-se.
E é de luz
que agora brilha,
deslumbrante, enamorado.
Resplandece o coração
nas memórias do teu cheiro,
do teu corpo permitido,
este desejo
embrenhado
solto, doce, sublime,
de ao menos
te ver
te desejar,
de ser tão teu
como a sombra da verdade.
 
Poemas de ti (V)

Poemas de ti (7)

 
Na aproximação dos olhares
quando te leio, na implacável
transparência, vítrea,
da tua alma desnudada,
quando te encontro desarmada
e assalto tuas janelas:
Irrompo em tua casa
Sento-me.
Chamo-te.
Tu vens, e sentas-te…
e nos temos.
Como se sempre fosses minha,
e teus lábios
minha casa,
papoilas no meio da seara…
teu ventre
é minha eira,
onde espalho meu trigo mondado
e te lembro,
de fita verde, beijando
teu cabelo loiro - trigal,
começo de sementeira
que deu num Agosto
abundante,
contigo derramada em meus olhos,
cantiga de Maio
num luar grande, iluminado
e sombras de velhos freixos,
escondendo beijos
trazidos no teu cesto, de vime
cheio deste desejo
que me aconchegou em ti.
 
Poemas de ti (7)

Poemas de ti IX

 
- que posso fazer
se entardece entre nós,
antes que o sol se ponha?
- de que vale o vento amainar
e o prazer que adoça
meu sustento
murmurar a tua falta
em cada pingo de chuva?
- que o meu corpo enlouqueça
em cada pormenor
nos detalhes dos teus pedaços
sussurrados em teu nome?
- que posso tocar em ti
se a tua pele me responde
fria,
e adormece,
e acorda gritando
nos destroços de uma maré solta,
revolta?
- que posso esperar,
mais que guardar meu sonho,
feito pastor,
olhando o céu
esperando a volta
a volta da primavera
dos amores que sempre
voltam
a renascer?
 
Poemas de ti IX

Cheiro de hortelã

 
Entro na tua casa,
cheira-me ao chá de hortelã
que perfuma os beijos
com que me recebes
e me prendes junto a ti.
O calor de Inverno
sobra da salamandra
que se esconde ao canto
da tua sala.
Uma tranquila ternura
irradia da tua pele de
amante, agora nua,
mulher plena,
onde a luz do fim da tarde
desenha teu vulto
no encantamento com
que me contas teus dias.
Somos dois corpos dormentes
Rastejando nos vincos
do pano acetinado,
moldado
ao nosso prazer,
duas taças sempre meias
na noite que nos espera,
duas almas que se querem
no intenso aroma dos corpos
insaciados,
somos nós,
e o tempo dos relógios,
sorrindo do tempo
que resta,
e da vontade
de voltarmos
à eterna busca
dos sorrisos
e dos momentos,
onde nos achamos…
felizes.
 
Cheiro de hortelã

No findar da tarde

 
- No findar da tarde,
quando o sol se assenta
e as aves descansam
nos beirais mais baixos,
desprevenidas.
- No assomar da escuridão,
quando a brisa fulgia
me traz teu cheiro,
e as memórias
que a ausência disfarça
na visão de um ocaso
imaginado.
- Na garganta seca
nas palavras encravadas
onde estalam sons inauditos
rumores de beijos
nunca dados,
e o meu corpo retesado
imóvel
jazendo,
prova da tua falta,
causa do teu crime
carrasco deste coração.
- No findar da tarde
quando a cidade se despe
e ficam à janela
em camisolas de alça
os olhos de quem observa.
- No findar da tarde
antes que a noite me esqueça.

- É que me torno
o uivo de um cão abandonado
de um sonho
que se prendeu nas estrelas
cadentes
breves
é que me torno poeta de ti.
 
No findar da tarde

Quando chegas

 
Quando chegas
na surpresa de eu não te saber,
lembras a chuva
caindo sem aviso,
as marés
galgando muralhas,
o breu da noite
cobrindo num ápice
a luz já mortiça
dos finais dos dias.
Quando te chegas
a mim,
quando chegas sem notícia
tenho
a casa desarrumada
a barba de um par de dias
a mesa coberta das sobras
estragadas
as folhas
jazendo no chão,
amarrotadas,
onde já a paixão
nos derrubou,
em momentos sem retorno,
num poema por terminar.
Quando apareces
sem me dar conta,
as lágrimas soltam-se,
os sorrisos
desprendem-se,
os braços estendem-se
e só me importo de ti
no prazer inesperado,
no sobressalto,
de vires por mim.
 
Quando chegas

Piano

 
Luz e luar
corpos aveludados, de carmim
perturbados
num toque leve, quente
piano
maestro
que pede em
cada escala
o solfejo do teu corpo
que já não lembro
como tocar…
 
Piano

Poemas de Ti (18)

 
No mistério dos afectos
inexplicáveis
que se debruçam sobre ti,
e te encontram
quase nua,
envolta em pequenos pedaços
de desejo,
é nesta breve cantata
de solene toque
sagrado,
que me dispo e me disponho
para ti;
e me imolo em teu altar
nu, - que o calor me guarda
sentindo no pulsar
das artérias, roxas,
onde aventuro,
ser teu e te querer
desenhado em poucos traços
neste lençol
onde nos pomos
à mão da louca sina
que nos talha
como amantes de outra vida,
donde viemos mesmo agora
que o futuro nos falou.
 
Poemas de Ti (18)

Vento das palavras

 
O vento sopra violento
não me conhece
não obedece,
resgata à minha pele
o calor que deixaste
lembrança e oferta
do frio que permanece.
Aqueço-me à memória
do teu olhar
inquietante,
trespassante,
janela aberta
que se fecha em palavras
intactas
que abro
desmembrando
em sons
entoados pelo meio do
tempo
que nos leva
como torrente incontida
chuva que brota
convulsiva
das mãos abertas
das dádivas mútuas
que só vê quem percebe
só quem escuta
pode contar.
 
Vento das palavras

Naufrago

 
Desmembro as correntes do vento,
corto o sopro
a cada inconstância
que se percebe nas aragens.
Abro o meu peito
aos desmandos dos desejos,
e sou naufrago
das marés e das sereias,
que me encantem e vencem.
Na imaginária lenda
que corre do meu sangue,
sou tarde de mais
a personagem branda
rectilínea,
que faz parte
de todos os cantos da vida.
No trespassar de cada dia,
dos momentos
que não se deixam esquecer,
sustento em mim
a ténue e frágil
esperança,
de permanecer enfeitiçado,
de me deixar de mim
e ser esse teu ser
que morre em cada alento,
e renasce pronto
a ser -
alimento -
de um último beijo teu.
 
Naufrago

Nasceste das palavras

 
Nasceste das palavras

Nasceste das palavras, como seara verde, fresca que rompe ao claro da manhã, como a luz das auroras mais claras, foste pássaro que me olhou no beiral e não se recolhe nem foge, antes permanece entoando o canto de conquista.
Dos teus dedos, percebi o toque seguro dos que se encantam e amam com a determinação de um guerreiro, a vontade dos caminheiros que se levantam e querem chegar mais longe. Sinto-te, presente em cada dia, na música que me embala, nos sentidos que se despertam ao perceber-te. Arranco de mim as perguntas para as quais só tu surges como resposta.
Depois vêm as noites que se seguem aos dias intensos, às ruas cheias de gente e de nada, dos nevoeiros densos das chaminés antigas, dos braços caídos de quem vive por viver, das margaridas murchas, desbotadas, dos artifícios dos sorrisos cosméticos, dos enganos de meio mundo a outro mundo mais que meio.
Mas quando a madrugada rompe, e num clarear furtivo, consigo romper na manhã, livre e intensa, no cheiro da brisa que se acorda, cruzo a cidade magnífica, limpa, húmida do silêncio virginal que os adormecidos não entendem Aí estás outra vez, perfeita, magnífica, dada, ao meu amor, rebentando num poema que se desenha, decalcado desse teu rosto, tatuado em mim, só para que os teus olhos se abram, a tua boca sorria, o teu corpo se deite e me diga, que esta paixão, nascida das palavras, é rosa aberta que não morre mais.
 
Nasceste das palavras

Quimera

 
Sinto-te pelas vésperas
trazida por um vento fresco que se assoma,
como se te abraçasse,
e na explosão dos traços
emprestados ao teu rosto,
as palavras nascessem,
do profundo guardado no teu peito.
Há sempre um cheiro novo,
intenso,
que vem na entrega
na partilha,
e me ultrapassa e me provoca
quando te olho, como a um espelho
e te sinto meu lado desigual.
És a mestra que me ensina
o caminho onde vou,
apontando na tua direcção;
recebes meus dedos em delírio
onde te desenho,
nos gestos que procuras
e esfusiante pedes mais e mais ternura,
que eu derramo em ti sem constrangimento.
Nas noites onde
te deitas comigo,
permanece real o meu desejo,
ofereço-te quase tudo o que possuo,
deixando-me embalar no trecho dessa dança
onde teus pés e meus, se cruzam e saltam no meu leito,
felizes dos encontros, de se terem.
e dos poemas que dizemos de cor
e mais os que trocamos sem olhar,
confortam-nos do gelo da saudade
que se derrete,
quando nos chegamos,
bem perto do que sempre
pode acontecer..
 
Quimera

Chegaste

 
O livro caiu-me das mãos, ainda agora o devorava entusiasmado, e o disco que tocava, emudeceu rendido. Nas ruas já não rebentam as vozes dos inquietos e dos injustiçados, e o autocarro urgente das tantas e tais já passou apressado sem que eu o queira. A chuva caiu e o Sol voltou, como se nunca nada acontecesse, e os tachos ficaram ao lume aquecendo um jantar adiado. Não, não reguei as flores, nem vesti nenhuma das roupas que me prendiam na escolha decisiva. nem me sentei para ver na TV o show que ficou a meio, nem a resposta à pergunta mais difícil, que um dia já não é importante. A memória perdeu-se, e o frio que ainda agora gelava os pés, e o suor que caía deste Estio esgotante e intenso, não são mais que apontamentos de outros dias. As janelas abertas de par em par, não batem nem se fecham, os sinais são de outras cores, nem vermelhos nem verdes, o amarelo não pisca, como meus olhos doridos, chorando, são agora faróis atentos, e os correios e as cartas já não são mais que objectos que se guardam e não se atendem, nem que o telefone toque colérico do desprezo que lhe entrego. O mar abraça-se à areia manso e calmo como se parasse para escutar. As histórias arrumaram-se em fila de espera, nem as palavras se importaram de ficar presas nos lábios, afinal tudo parou, apenas porque chegaste e te sentaste, bem perto de mim.
 
Chegaste

Poemas de ti...

 
Assumo de uma vez
este desejo
que se estende pela pele
e me estremece,
e deixo nos teus olhos
meu olhar,
de joelhos
como se fosse uma prece.

Na espuma
onde encontro nosso espaço,
e nos deixamos molhados
em silêncio,
calo a vontade de dizer,
do desabafo,
e de um trago me calo
e te abraço.

Teu corpo nu
humedecido,
tão fino, tão mulher
tão desejado,
é meu refúgio
miradouro dos meus passos,
onde sempre vou
e te contemplo
de um só espanto.

Caio na tua cama
sem a sede,
dos corpos quentes
verdes e precoces,
sou um ritmo de jazz
dissonante
ouvindo teu perfume
que me prende.
E depois que o barco parte
e nos soltamos
na vela aberta
no teu vento,
partimos navegando na bolina,
do desejo
que marca
nosso tempo.
 
Poemas de ti...

Saudade

 
Homenagem ao dia da Saudade

Olhei a saudade
bem de frente,
olhei-a nos olhos encovados e tristes
cheios de memória
percebi seus lábios tremendo
balbuciando palavras d’ontem,
tremendo na espera
do que nunca está presente;
sentei-me com ela
pedi-lhe uma história,
e no tempo em que nos perdemos,
o peito aberto
como folha alva, virgem
recebendo-a,
a saudade foi despedida,
foi espera,
foi partida e desespero,
ausência,
foram lábios mordidos,
perca e lágrimas,
e sorrisos de te lembrar:
A saudade foste tu,
teu nome que nunca
deixo,
teu rosto que nunca esqueço,
teu amor que nunca parte
teus olhos que não se despedem,
a saudade foi história,
presente sempre presente
futuro onde morre por ti.
 
Saudade

Breve olhar

 
Já percebi em teus olhos,
Os desejos que me roubas
Já me perco em teus escolhos
Onde sinto, sempre ousas

Junto meu corpo ao teu
Oiço teus lábios beijar
Jurando que me dás teu céu
Onde me queres guardar

Justo teu corpo, me cinge
Obra tua, teu encanto
Jogas, teu corpo me atinge

Ócio teu, e minha pena
Janela do meu poema
Onde contigo me espanto.
 
Breve olhar

A intensa solidão

 
Na intensa solidão que se espraia nestas ruas infinitas, descanso as mãos nas folhas brancas e entrego-me nas letras negras, elegantes, absolutas. Lembro-me de ti, das sensações tomadas por verdade, em cada cheiro, em cada memória, nas ternas imagens que persigo dos teus gestos quentes, do nosso passado projectado em dias vivos onde esperávamos a noite para estendermos nossos corpos e nos enlaçarmos, como esculturas perfeitas de um molde único.
Sou o poeta dos pequenos momentos, dando-lhes a cor das grandezas, das mulheres que são princesas quando ousam deixar-se fitar, e dizem com os olhos, que estão guardadas para quem as ame e as queira como mulheres.
Na imensidão dos segundos em que sossego e me repito de desejos, olho as janelas que me devolvem o negro da noite, e confio-lhes a acalmia estranha de quem convive com os dias que já chegaram e me deixaram mais velho. Não pertenço a nenhuma geração, nem sou da história, apenas invento a minha própria, inundada do que tenho e do que não me pertenço. As histórias passam atrás de nós, e pela frente, como sombras dançando com a luz, indo e regressando, como a dor e a alegria, o calor e o frio, tu e tu e mais tu.
Nem preciso que me abraces, apenas que digas que tens vontade de o fazer. Rodas diante de mim, a tua saia de roda baila, escondendo e revelando as tuas coxas esculpidas, apertando os teus seios nessa tua blusa que faz imaginar histórias ainda mais belas. Ás vezes apenas no prazer de contemplar. Ás vezes num poema que vai mais longe que as mãos e os olhos semi cerrados.
Ao fim, despeço-me das letras, sabendo que vou voltar a elas e enche-las de tudo o que passa à frente dos meus pensamentos, dos meus dias possuídos neste corpo que me traz por aqui, e donde saio para poder voar e ver-te, em todos os lados onde tu ficas, imensamente, esperando por mim…
 
A intensa solidão

Crónicas de Monoamor.

 
Por uma última vez, não volto a perguntar se me queres. Ponto final e não ponto de interrogação.
Arre, que um homem tem uma dignidade, tem uma espinha. Parece que quando te sinto, é mais fácil mentir. É na solidão que me desatino, é na tua ausência que passo ao contra ataque a mim próprio. Porra, os sentimentos são tão parvos, tão ao contrário do que quero. Parece que há gente que nunca tem destes problemas. Afinal, quem vive melhor?
Sinto a forma como desvias o olhar, nem sei o que queres dizer. Pareces fugir, ao mesmo tempo como se te desgostasses de não quereres exactamente o querias querer.
Chatice das palavras. E se falássemos por telepatia? - e se nos entendêssemos sem ser preciso falar?
Que tal inventar uma comunicação mental. Bem, isso não era bom, não podia guardar segredos, seríamos nus a todo o instante.
É de tanto te querer que me calo, que emudeço e paro. Uma vez perguntaste se desisti. Nunca, porque não posso, não porque não queira. Que pode fazer alguém se ama? Não se inventou ainda um chá de desamor, que me tire deste todo, dum corpo pegado a um olhar, dum desejo sereno, às vezes louco. É como uma dor que não sai, mesmo que me queira distrair.
É de tanto querer que me dói o teu não? – Não, não é. É mais, de não encostar o teu não na beira da estrada e seguir. É de me embrulhar nesse teu corpo, lindo, desejado, desse teu rosto, desses teus olhos. Nem me lembro se é lindo, porque não existe onde me apoiar, onde comparar.
Sais de mim, com uma simples frase, o teu movimento é um não movimento, as tuas mãos fecham-se escondidas no meio dos teus braços, encostadas nesse teu peito que queria alcançar e sentir.
Tens as mãos nuas, envergonhadas – olho-me no vazio, na estranha sensação do ridículo, nessa tua expressão vazia de quem nada tem para me oferecer.
Olho o teu rosto – não quero o teu beijo prolongado, não quero estar aí, quando te despedires na lembrança de um adeus, cruel.
A minha esperança são os poemas, o acreditares que vou ter sempre essa pequena luz se quiseres regressar – ao menos terei sempre a esperança que voltes, e tu porque a luz brilhará, mesmo fosca, o convite para te deitares, cansada, gasta de procurar quem te ame mais, ao lado desta pobre paixão inacabada.
Há um ar fresco de fim de Verão que se recalca no final das tardes. O Sol esgueira-se, tu permaneces, cercada da soma dos olhares onde nunca mais dançarás a roda, eu por aqui fico falando ao destino destas histórias. O destino aborrecido, diz que sim, pois é, pois é, complacente, cheio – afinal não há nada de novo nesta história..
 
Crónicas de Monoamor.

Um beijo

 
De tudo o que um beijo
quer dizer,
do que passou
do que se viu….
um beijo que sabe
a tudo
e muito pouco…
nas palavras mudas
incandescentes
lume fátuo
que me resta,
me arranca dos medos,
respostas breves
ternura semeada
sem arado que se meta
à terra –
- que a prepare.
e o carmim dos lábios
os lençóis acetinados
o cheiro morno dos teus seios
o torpor vago das tuas coxas
se espraiando em mim
o adeus que morre nas tuas mãos abertas
desprendendo-me das certezas
dívidas e duvidas que saldamos
no adeus e na volta
que sempre chegam
e tu pagas.
De tudo o que um beijo
quer dizer
resta o próprio sabor
tomado a gosto
quanto baste,
numa tarde de chuva
num ermo sombrio
onde tudo é nada
e o norte se perde
e o beijo
subsiste.
 
Um beijo

Doce,

 
Doce,
doce o olhar
que se percebe e gosta,
doce
como o vento norte,
como um imenso mar,
beijando o Sol
na vespertina tarde
avizinhada.
 
Doce,

Jorge