Poemas, frases e mensagens de MariaJoãoLeal

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de MariaJoãoLeal

Amarelos

 
Sabes o que espero de ti? Amarelos… Amarelo de sol, amarelo de pôr de sol sob o mar, amarelo de casinhas felizes, amarelo de alegria sem fim, amarelo de carinho.
Lembras-te do tempo de nós, que não identificamos claramente, em que julgávamos receber mais sol com janelas amarelas?
Na verdade o brilho saía de dentro, e nós nem dávamos por isso.
Brindávamos a vida com digestivos coloridos todas as noites e… nesse tempo em que aquecidos em lume brando de invernos pouco frios, escaldávamos o espaço de suave odor a amor, tudo nos parecia faiscar amarelos e laranjas em cascata.
Depois extasiados, cozíamos em banho-maria sonhos de melhores amanhãs. E ao nascer do primeiro deles, despertávamos com sóis atrevidos que nos entravam quentes por frinchas de portadas mal fechadas, e nos animavam a acolher a vida com entusiasmo.
Nesse tempo queria estar… contigo.
 
Amarelos

Suave Traição

 
Deslealdade pequena, suave traição. Pela extremidade de um olhar, na intimidade de um teclar. Infidelidade… Não! Não há partilha de fluidos, pode. Tu é que não podes entrar sem ser convidado, e lá estás tu esperando o convite que não chega!… Não te preocupes não é nada, é apenas partilha de desejos, de fantasias, de intimidades, de orgasmos, de sentimentos... coisas minhas. Fazem parte da minha esfera pessoal, fantasias sexuais que não me apetece partilhar contigo, fazem parte da minha libido sem freio. Eu amo os homens e as palavras doces que me sussurram ao ouvido, que posso fazer?...
Mas também te desejo profundamente meu amor. Às vezes desejava que te pudesses transformar nos vários avatares que me desnudam de preconceitos e pudéssemos apenas os dois, fazer bacanais virtuais todas as noites. Seria bom, não me pesaria tanto a consciência apesar de leve a perfídia.
 
Suave Traição

Onça de Veludos e Turcos

 
Há amigos do peito que se tornam da onda, e vão-se num adeus ausente que faz deles amigos da onça. Onças de veludos e turcos, dos que prendem turbantes em cabeças ocas ou complexamente vazias, que violam mulheres sós e abandonadas, porque já haviam sido desonradas antes, ou que lhes colocam e às filhas coletes de explosivos prestes a rebentar na cara de quem odeiam. Destes amigos e inimigos é feito o meu mundo onde também cabem os maluquinhos que apontam a matar e filmam em direto mortes de ex-colegas de trabalho, ou os adolescentes que procuram realizar os jogos de vídeo com Kalashnikov’s compradas nas feiras da Vandoma dos quintais dos iluminados do capitalismo, saindo a matar em infantários repletos de bem-estar e educar pago a peso de petróleo ou ouro. Depois há as histórias macabras de assassinatos e crimes hediondos que se editam para fazer render peixes que cheiram pior que sardinhas em lata fora de prazo, e servem a leitura dos trabalhadores no metro atulhado de abelhudos a espreitar o jornal por cima dos nossos ombros. Também as há macabras fabricadas com personagens de brincar, como artistas que criam os cenários de crimes com barbies e ken’s das vidas de quaisquer crianças felizes. Enfim um mundo do piorio que nenhum Deus se vanglorie de a ele estar atento, porque ou é cego ou não tem arte, ou não ocorreriam os atentados que ocorrem diariamente por ele fora. Assim que me entristece profundamente e deprimo com o que a humanidade tem estado a fazer do mundo e não vejo luz ao fundo do túnel apenas um agravar e adensar de maus sentimentos e más atitudes que me faz desacreditar que algum dia possamos cair no buraco do pais das maravilhas, que possa tornar coelhos em mágicos bons que multiplicam a riqueza e bem-estar dos pobres e dos desprotegidos da sorte ou da herança indevida.
 
Onça de Veludos e Turcos

Dia sim, dia senão

 
E pronto, lançaste a tua vil teoria e foste…
Virás já sem fôlego, vertido de tudo.
Eu cá estarei acariciando o silêncio, masturbando o vazio, bebendo-me só.
Assim é dia sim, dia senão.
Se não chover vou passear…Caminhar por aí até ao cimo do monte, plantar meus desejos junto do mais elevado eucalipto e esperar que nasçam flores coloridas, bonitas.
Fingir-me-ei adormecida até ao último despontar de vida para não quebrar a magia do parto.
Visitarei mais tarde as crias vindas à luz, depois do pai, tios e avós o terem feito.
 
Dia sim, dia senão

Rasguei janelas na pele

 
Rasguei janelas na pele
Abri varandas no peito
Por muito que me custe pelo mel
Há mais mundo para lá do parapeito

Há mais vida lá fora
À espera de ser vivida
O amanhã é agora
Não há que temer a ida

O futuro me espera
Vou adiante
Sem medo da fera
Plenamente Confiante
 
Rasguei janelas na pele

Novo dia

 
Ainda tremo…Ainda sinto o vibrar nos lábios!… Queria agarrar-te nesse momento, emoldurar o sentimento, fazê-lo permanecer no tempo.
Acordei com vontade de apanhar borboletas e beber romãs da árvore…
O dia ainda ajudou, nascendo com um sol quente e atrevido que irradiou quarto dentro clamando a nossa presença.
A tela que me dedicaste, repleta de luz e cor, apaixonou-me ainda mais, fazendo-me ansiar pelo tempo que está por vir, seja a noite deste dia ou o ano da próxima década…
Permanece assim em mim até lá, e será sempre melhor o nascer do novo dia.
 
Novo dia

Metade de mim

 
Metade de mim
É tua
A parte que ri
O meio que brilha
Pedaço que vibra
Perante a tua pintura
A outra metade
Cala
Consente
Aceita
E segue em frente

Metade do eu
Sou tu
Aquele que pinta
Aguarela de vida
Tela colorida
Infindável emoção
Com o pincel do coração
O outro eu
Aprecia o tu
Inveja o ela
E idolatra o ele
POETA
 
Metade de mim

Novo dia

 
Ainda tremo…Ainda sinto o vibrar nos lábios!… Queria agarrar-te nesse momento, emoldurar o sentimento, fazê-lo permanecer no tempo.
Acordei com vontade de apanhar borboletas e beber romãs da árvore…
O dia ainda ajudou, nascendo com um sol quente e atrevido que irradiou quarto dentro clamando a nossa presença.
A tela que me dedicaste, repleta de luz e cor, apaixonou-me ainda mais, fazendo-me ansiar pelo tempo que está por vir, seja a noite deste dia ou o ano da próxima década…
Permanece assim em mim até lá, e será sempre melhor o nascer do novo dia.
 
Novo dia

Metade de mim

 
Metade de mim
É tua
A parte que ri
O meio que brilha
Pedaço que vibra
Perante a tua pintura
A outra metade
Cala
Consente
Aceita
E segue em frente

Metade do eu
Sou tu
Aquele que pinta
Aguarela de vida
Tela colorida
Infindável emoção
Com o pincel do coração
O outro eu
Aprecia o tu
Inveja o ela
E idolatra o ele
POETA

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... oryid=70116#ixzz1A4nHlBTF
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
 
Metade de mim

Que bom que amanha é sábado !

 
Que bom que amanhã é sábado, posso enroscar-me pela manhã, em posição fetal suavemente encaixada em ti.
Amo estas manhãs de murmúrios de candura pela boca dos dedos. E o pequeno almoço continental servido a preceito no leito.
As rosas de ontem ainda cheiram junto ao registo de sorrisos felizes abertos sob a mesinha. E os teus beijos no pescoço abrem-me o horizonte para lá de mim, para lá do mar, para lá da terra e não quero que termine nunca este viajar fora do tempo.
Sairemos do ninho apenas à hora do tempero, que a caixinha de surpresas tem a grande vantagem de facilitar o sono dos guerreiros ao som do Noddy e do Ruca.
Podíamos içar velas de tarde e rumar à paisagem camuflando o nosso bem estar com o verde do monte e o azul da lagoa. Regressaremos com os pintos dormindo a popa e as mãos afagando-nos mutuamente a proa.
 
Que bom que amanha é sábado !

Reino Animal

 
Um penny pelos teus pensamentos
Dois penny’s pelos meus

Uma Raposa num ramo refletindo sobre a existência
Dois Lobos uivando a não anuência

Uma Gata em telhado de granito frio
Dois Ratos abraçados e presos por um fio

Uma Serpente captando bifurcadas sensações
Dois Lagartos dragão, de olfato apurado aos tostões

Uma Louva-a-Deus canibal faminta
Dois Tubarões alimentando irmã intrauterina

Uma Girafa acasalando com seu igual
Dois Pinguins maritalmente unidos a tal e qual

Uma Cuíca procurando alimento fresco
Dois Gambás fingindo-se de morto e teso

Uma história de curiosidades grotescas
Dois animais com características dantescas
 
Reino Animal

Cria Harmonia com a Poesia

 
Pensa em verso

Na coisa

E no seu reverso

No que é

E no que parece ser

Fala em rima

Na terminação

Que já vem de cima

Na sonoridade

Que a seguir

Se adivinha

E verás

Tornarás teu dia

Mais encantado

Pela poesia
 
Cria Harmonia com a Poesia

Cria harmonia com a Poesia

 
Pensa em verso

Na coisa

E no seu reverso

No que é

E no que parece ser

Fala em rima

Na terminação

Que já vem de cima

Na sonoridade

Que a seguir

Se adivinha

E verás

Tornarás teu dia

Mais encantado

Pela poesia
 
Cria harmonia com a Poesia

Pai

 
Por ti nasci

Se por mim tivesses vivido

Eu morreria por ti
 
Pai

Ritual

 
Banhei-me longamente em óleo de cheiro e pétalas de rosas, deixei correr demoradamente a água quente sobre meus seios imaculados, depilei-me carinhosamente, sequei todo o meu corpo cuidadosamente, massajei sedutoramente minha pele com leite de coco, vesti lentamente minha lingerie azul céu, e espero por ti.
Espero que sempre encontres o caminho de casa amor. Por muitos que percorras sem mim, nunca te percas, que eu te esperarei no fim do nosso.
 
Ritual

Eu não acredito em bruxas

 
Eu não acredito em bruxas…mas que as há, há!
Sempre foi uma área de respeito e espreita sem querer ver…
O certo é que não sou conhecedora dessas causas e assim as armas são desiguais, não pode. Já ele continua a pensar que pode… por um fio pode né?! E se o estrago desta vez envolve o além? Já terá ele pensado nisso?
A tendência para as lânguidas lapas aparecerem agarradas aos seus quadros e assim se assolaparem nele tem sido constante. Já houve até as que gritaram vitoria cedo demais, já houve as que ficaram mudas, e as que jamais gritaram tão bem, já houve e haverá… que ele tanto pinta a paisagem de verde como a manta de negro... mas como pinta!...
 
Eu não acredito em bruxas

Ritual

 
Banhei-me longamente em óleo de cheiro e pétalas de rosas, deixei correr demoradamente a água quente sobre meus seios imaculados, depilei-me carinhosamente, sequei todo o meu corpo cuidadosamente, massajei sedutoramente minha pele com leite de coco, vesti lentamente minha lingerie azul céu, e espero por ti. Espero que sempre encontres o caminho de casa amor. Por muitos que percorras sem mim, nunca te percas, que eu te esperarei no fim do nosso.

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... oryid=40990#ixzz0lAtLgBmw
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
 
Ritual

Pssst!...Chega perto

 
Pssttt Chega perto

Quero sussurrar-te

O que é certo

Segredar-te baixinho

O que sinto

E te garanto não minto

Que sinto falta de carinho

Que falta mel na receita

E o teu fel faz maleita

Tanto como a incerteza

Do amanhã

O não saber se porei a mesa

Ao final da manhã

Assim como a inutilidade

Dos meus dias

Mutilada a actividade

Sufocada uma das vias

A suster-me apenas

O sentimento

A lembrança de tardes amenas

O amar a todo o momento
 
Pssst!...Chega perto

Porque não pintas amor?

 
Porque não pintas amor? Sinto falta das tuas telas sempre inovadas e repletas de luz a iluminar o dia. Pinta-nos nus sob a lareira, pinta o crepitar em nossas peles, o beijo húmido a escorregar por elas, a emoção do nosso abraçar, a candura dos dedos a percorrer nossos corpos. Podes espalhar pelo quadro as nossas vestes contorcidas, a garrafa de vinho maduro meio vazia, o prato de queijos e presunto e o pão. Assim me apetecia anoitecer contigo.
 
Porque não pintas amor?

Degustar

 
Hoje acordei com vontade de cair em ti. Preparei-me para a noite que será nossa. Limpei a casa, arrumei o desalinho, preparei um ninho de mantas de pelo, rodeadas de velas perfumadas e o leve cheiro do incenso logo à entrada, estudei a incidência de luz sobre a lareira. Vesti-me de alvo lua, com todos os adereços que sei que aprecias, pus o champagne no gelo, preparei os morangos e o chantilly e cobri-me do cheiro suave da água de rosas.
Mal posso esperar pelo nosso degustar mais logo pela calada da noite... Embriagar-me-ei de ti até ao acordar do dia.
 
Degustar