Amarelos
Sabes o que espero de ti? Amarelos… Amarelo de sol, amarelo de pôr de sol sob o mar, amarelo de casinhas felizes, amarelo de alegria sem fim, amarelo de carinho.
Lembras-te do tempo de nós, que não identificamos claramente, em que julgávamos receber mais sol com janelas amarelas?
Na verdade o brilho saía de dentro, e nós nem dávamos por isso.
Brindávamos a vida com digestivos coloridos todas as noites e… nesse tempo em que aquecidos em lume brando de invernos pouco frios, escaldávamos o espaço de suave odor a amor, tudo nos parecia faiscar amarelos e laranjas em cascata.
Depois extasiados, cozíamos em banho-maria sonhos de melhores amanhãs. E ao nascer do primeiro deles, despertávamos com sóis atrevidos que nos entravam quentes por frinchas de portadas mal fechadas, e nos animavam a acolher a vida com entusiasmo.
Nesse tempo queria estar… contigo.
Suave Traição
Deslealdade pequena, suave traição. Pela extremidade de um olhar, na intimidade de um teclar. Infidelidade… Não! Não há partilha de fluidos, pode. Tu é que não podes entrar sem ser convidado, e lá estás tu esperando o convite que não chega!… Não te preocupes não é nada, é apenas partilha de desejos, de fantasias, de intimidades, de orgasmos, de sentimentos... coisas minhas. Fazem parte da minha esfera pessoal, fantasias sexuais que não me apetece partilhar contigo, fazem parte da minha libido sem freio. Eu amo os homens e as palavras doces que me sussurram ao ouvido, que posso fazer?...
Mas também te desejo profundamente meu amor. Às vezes desejava que te pudesses transformar nos vários avatares que me desnudam de preconceitos e pudéssemos apenas os dois, fazer bacanais virtuais todas as noites. Seria bom, não me pesaria tanto a consciência apesar de leve a perfídia.
Onça de Veludos e Turcos
Há amigos do peito que se tornam da onda, e vão-se num adeus ausente que faz deles amigos da onça. Onças de veludos e turcos, dos que prendem turbantes em cabeças ocas ou complexamente vazias, que violam mulheres sós e abandonadas, porque já haviam sido desonradas antes, ou que lhes colocam e às filhas coletes de explosivos prestes a rebentar na cara de quem odeiam. Destes amigos e inimigos é feito o meu mundo onde também cabem os maluquinhos que apontam a matar e filmam em direto mortes de ex-colegas de trabalho, ou os adolescentes que procuram realizar os jogos de vídeo com Kalashnikov’s compradas nas feiras da Vandoma dos quintais dos iluminados do capitalismo, saindo a matar em infantários repletos de bem-estar e educar pago a peso de petróleo ou ouro. Depois há as histórias macabras de assassinatos e crimes hediondos que se editam para fazer render peixes que cheiram pior que sardinhas em lata fora de prazo, e servem a leitura dos trabalhadores no metro atulhado de abelhudos a espreitar o jornal por cima dos nossos ombros. Também as há macabras fabricadas com personagens de brincar, como artistas que criam os cenários de crimes com barbies e ken’s das vidas de quaisquer crianças felizes. Enfim um mundo do piorio que nenhum Deus se vanglorie de a ele estar atento, porque ou é cego ou não tem arte, ou não ocorreriam os atentados que ocorrem diariamente por ele fora. Assim que me entristece profundamente e deprimo com o que a humanidade tem estado a fazer do mundo e não vejo luz ao fundo do túnel apenas um agravar e adensar de maus sentimentos e más atitudes que me faz desacreditar que algum dia possamos cair no buraco do pais das maravilhas, que possa tornar coelhos em mágicos bons que multiplicam a riqueza e bem-estar dos pobres e dos desprotegidos da sorte ou da herança indevida.
Dia sim, dia senão
E pronto, lançaste a tua vil teoria e foste…
Virás já sem fôlego, vertido de tudo.
Eu cá estarei acariciando o silêncio, masturbando o vazio, bebendo-me só.
Assim é dia sim, dia senão.
Se não chover vou passear…Caminhar por aí até ao cimo do monte, plantar meus desejos junto do mais elevado eucalipto e esperar que nasçam flores coloridas, bonitas.
Fingir-me-ei adormecida até ao último despontar de vida para não quebrar a magia do parto.
Visitarei mais tarde as crias vindas à luz, depois do pai, tios e avós o terem feito.
Rasguei janelas na pele
Rasguei janelas na pele
Abri varandas no peito
Por muito que me custe pelo mel
Há mais mundo para lá do parapeito
Há mais vida lá fora
À espera de ser vivida
O amanhã é agora
Não há que temer a ida
O futuro me espera
Vou adiante
Sem medo da fera
Plenamente Confiante
Novo dia
Ainda tremo…Ainda sinto o vibrar nos lábios!… Queria agarrar-te nesse momento, emoldurar o sentimento, fazê-lo permanecer no tempo.
Acordei com vontade de apanhar borboletas e beber romãs da árvore…
O dia ainda ajudou, nascendo com um sol quente e atrevido que irradiou quarto dentro clamando a nossa presença.
A tela que me dedicaste, repleta de luz e cor, apaixonou-me ainda mais, fazendo-me ansiar pelo tempo que está por vir, seja a noite deste dia ou o ano da próxima década…
Permanece assim em mim até lá, e será sempre melhor o nascer do novo dia.
Metade de mim
Metade de mim
É tua
A parte que ri
O meio que brilha
Pedaço que vibra
Perante a tua pintura
A outra metade
Cala
Consente
Aceita
E segue em frente
Metade do eu
Sou tu
Aquele que pinta
Aguarela de vida
Tela colorida
Infindável emoção
Com o pincel do coração
O outro eu
Aprecia o tu
Inveja o ela
E idolatra o ele
POETA
Novo dia
Ainda tremo…Ainda sinto o vibrar nos lábios!… Queria agarrar-te nesse momento, emoldurar o sentimento, fazê-lo permanecer no tempo.
Acordei com vontade de apanhar borboletas e beber romãs da árvore…
O dia ainda ajudou, nascendo com um sol quente e atrevido que irradiou quarto dentro clamando a nossa presença.
A tela que me dedicaste, repleta de luz e cor, apaixonou-me ainda mais, fazendo-me ansiar pelo tempo que está por vir, seja a noite deste dia ou o ano da próxima década…
Permanece assim em mim até lá, e será sempre melhor o nascer do novo dia.
Metade de mim
Metade de mim
É tua
A parte que ri
O meio que brilha
Pedaço que vibra
Perante a tua pintura
A outra metade
Cala
Consente
Aceita
E segue em frente
Metade do eu
Sou tu
Aquele que pinta
Aguarela de vida
Tela colorida
Infindável emoção
Com o pincel do coração
O outro eu
Aprecia o tu
Inveja o ela
E idolatra o ele
POETA
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... oryid=70116#ixzz1A4nHlBTF
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Que bom que amanha é sábado !
Que bom que amanhã é sábado, posso enroscar-me pela manhã, em posição fetal suavemente encaixada em ti.
Amo estas manhãs de murmúrios de candura pela boca dos dedos. E o pequeno almoço continental servido a preceito no leito.
As rosas de ontem ainda cheiram junto ao registo de sorrisos felizes abertos sob a mesinha. E os teus beijos no pescoço abrem-me o horizonte para lá de mim, para lá do mar, para lá da terra e não quero que termine nunca este viajar fora do tempo.
Sairemos do ninho apenas à hora do tempero, que a caixinha de surpresas tem a grande vantagem de facilitar o sono dos guerreiros ao som do Noddy e do Ruca.
Podíamos içar velas de tarde e rumar à paisagem camuflando o nosso bem estar com o verde do monte e o azul da lagoa. Regressaremos com os pintos dormindo a popa e as mãos afagando-nos mutuamente a proa.