Lembranças
Olho pela janela do passado
Um filme me trouxera pranto
Minha história em preto e branco
Mente quase apagado projetado
Revivi a alegria de minha infância
Lembrei de todo carinho recebido
Entes que embora já tenham partido
Estão no coração apesar da distância
O filme continua minha vida mostrar
Desbrochar de uma mulher na juventude
Madura aos poucos a se tornar
Memórias deixam saudades ao lembrar
De um passado vivido em plenitude
Sonhos que foram além do sonhar
Pendendo No Ar
Em gotas ondulantes
vislumbro meu sonhar,
nos olhos (di)amantes
impossíveis de tocar.
Cantarolando a canção
caminho por entre flores,
Tocando-lhes com as mãos
querendo teus olores.
Pendendo livre no ar
folhas secas caiem ao chão.
Brisa leve a soprar,
pra longe da solidão.
De um sonho a despertar
Vejo em espelho a dor
Só na lembrança guardar
O Sabor do seu amor.
Algum Lugar do Passado
Algum Lugar do Passado
Em que lugar do passado ficamos nós esquecidos
e em que sótão sombrio guardamos nossa lembranças?
Nossas almas vestiram luto e partiram sem canção,
pegaram rumos diferentes na encruzilhada do destino.
Em que estrada nossos passos deixam pegadas
em que deserto a solidão nos levou a viajar?
Nossos olhos não enxergam nessa tempestade árida
em respiramos mais a mesma essência de nós dois.
Em que mundo nossos sentidos foram parar,
qual a dimensão dessa perda que nos faz vazios de nós?
Não há tato, perdemos as digitais, desconhecemos nossa existência,
porque um dia sucumbiram nossos mais fervorósos sentimentos.
Em que tela poderíamos entrar para eternizarmo-nos,
já que vagamos a esmo nessa saudade de nós?
Que nasça da esperança o verso, e o soneto, de nossa melodia
cantarolada por nossa alma ferida ao espelharmo-nos.
Já que é certo o tempo jamais retorna,
não seremos mais como outrora, feliz primavera.
Em nossos lábios os sussurros de amor emudeceram,
Mas no silêncio do coração, escuto o clamor por nós.
Saudade
Meus olhos voam no infinito horizonte.
Marejam qual oceano ao lançar-se n’areia,
Lembranças doces ao pensar em ti.
Um afago em seu cabelo prateado,
Um toque e sinto a suavidade de sua pele,
Com delicadeza senti seu carinho.
No peito o coração disparado,
Não consegui disfarçar...
Sentada ao seu lado, ainda ansiosa
Tímida, não conseguia mirar seu olhar
Que em minha direção me despia
Ah, seu perfume...
Ficou impresso em minha alma,
Suspiro e posso sentir tão doce aroma.
Sentíamos o desejo, era maior que nós,
Selamos com um breve beijo
O que acabara de nascer entre nós.
Naquele momento, provei a felicidade
de uma forma nunca sentida,
fiz de você minha vida...
E agora assim tão distante,
te busco no horizonte com olhar perdido,
por que assim me sinto quando não estou contigo
Se pudéssemos aquele momento eternizar,
Em seus braços seria minha morada,
Em meu peito o seu castelo.
Seríamos felizes para sempre e,
hoje, não sentiria essa saudade que sufoca.
Que machuca o peito e dói na alma...
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FLOR E AMOR
Flor e Amor
Nas pétalas de uma flor
Fiz-te meu bem, bem querer
Do doce perfume minha essência
Me visto de tua púrpura ao bel-prazer
Orvalho que te inunda transborda
Cálice onde sacio e embriaga
Minha alma sedenta
O que de teu interior seiva
Alimenta-me restituir frescor
Elevada aste meu sustento
Brisa fresca te embala
Poliniza no coração amor
Qual gramínea flor
Da corola te fiz Rei nato
De meu vergel o crisântemo
Sorvo vinho em suas pétalas
Eterniza-me ao me servir
Em suas sépalas me envolvo
Delas faço proteção
Em jardim brilho esplendor
Seja você meu botão em flor
Desabroche ao meu amor.
Palavras Úmidas
Bem me quer...
Mal me quer...
Sopra o vento
a despetalar poesias...
O cheiro de versos no ar
encantam as borboletas
que bailam azulando o dia...
Gotículas orvalhando a manhã,
umidecem palavras,
molhando entrelinhas,
evaporando frases,
formando nuvens
no céu da boca,
dissolvendo sabor
do desejo só pra dizer...
Te quero!
Solange Bretas
Poderio
Poderio
Como exerce em mim tanto vigor
nunca deixei que chegassem a me conter
como pode ter sobre mim soberania
se tornando o possuidor de meus ais
Será magia, encantamento?
Me tentas tanto que me tira o torpor
Faz a noite se alongar numa espera louca
E os dias intermináveis de arquejantes desejos
Quando te suponho ao meu alcance
Tudo que me compõe se transforma
Grita pungente por sua existência
Parece insano desígnio influindo em mim
Voce se tornou motivo de minha cupidez
E embevecida por teus tantos encantos
Em delírios veementes sofro as consequências
Vivo na expectativa do cair do véu.
Solange Bretas
Sem Comentários
Sem Comentários
Prefiro não comentar
O desejo despertado
Vivo sempre a lamentar
Por ainda não ter provado
Certo momento marcado
Querendo te encontrar
Prefiro não comentar
O desejo despertado
Delírios ao imaginar
Lábios em beijos estalados
Meu corpo no seu encostar
Suores, licores trocados
Prefiro não comentar
Magnitude do Amor
Defino-te como um ser de realeza e esplendor
És único, brilha em tudo que se propõe e fazes
Como descrever-te sem colocar-te em trono
Majestade dos meus desejos mais intensos
De áurea exuberante de encantamento impar
Alma elevada plena em candura e beleza
Semblante angelical de clara aparência
Enamoro-me embevecida de sua graça
Um olhar que enfeitiça e desnuda interior
Castanho mel que atrai e inteiramente seduz
Desvenda mistérios num piscar encabula
Finge não ver, mas atrai para si meu olhar
Seus gestos são incomparáveis graciosos
Fixo-me nele observo suas gentilezas
É um lorde perfeito de atos elevados
Conquista-me, não luto vive a mimar-me
Amor a correr veias pulsa em corpo inteiro
O perfume que exala de seu ser é inebriante
Voz transmitida do coração ecoa docemente
Embebeda-me com teu hálito refrescante
Lábios macios de contato alucinante
O sabor dos sabores dulcíssimos
Atrai-me e prende minha atenção
Ao provar de seu beijo desfaleço
De braços envolventes fortes
Seu peito acolhedor meu porto seguro
Certeza de aconchegar suave
Aninha-me, aquecendo minh’alma
Você assim pra mim delicado ser
Entontece-me pensar sua presença
Nossos corpos, magnetismo perfeito
Amor, exercendo poder absoluto
Dama Da Noite
Debruçada sobre espinhos,
Deixando cair de suas pétalas
O afago das gotas de orvalho
na ausência de seu amor enluarado.
A noite chora prateando seu sofrer
E estrelas descem do negro véu
A emprestar-lhe brilho,
Mas os espinhos crescem...
Tudo se faz... Breu.
Solange Bretas