Oxalá o amor venha de trenó!
Oxalá o trenó acarrete o amor
e as renas o acudam, sorrindo!
Porque os sinos tocam desordeiros
enquanto estrelas vão decaindo,
nos meus sonhos de Natal.
Oxalá o trenó traga presentes e futuros
e portas abertas, com entradas e saídas!
Oxalá as desilusões tragam corações
abraçados em beijos e não partidos!
Porque eu só quero uma caixinha de musica,
flocos de neve caídos do céu
e lembranças proibidas!
Oxalá este Natal seja azul!
Tão azul
como o chapéu das emoções.
Quero ver-te além do espelho,
agarrar-te ternuras dóceis
e tê-las por companhia,
todo o meu Inverno…
Oxalá a luz venha revestida da seda
para açucarar o doce do meu pranto
e nos reflexos das tradições,
ter desejos da juventude.
Porque eu só quero uma caixinha de musica,
dar vivas ao amor e num pedido escrito
falar no ouvido do Pai Natal.
Oxalá venhas de trenó
e de mãos cheias a trazer a paz ao mundo,
na mensagem do silêncio
a harmonia,
caridade, respeito e tolerância,
e que tudo isso chegue
em abundância!
Oxalá tragas o cartão colorido
afecto e amor como carimbo!
Hoje,
vou ficar agarrada á fé que tenho,
numa conspiração só.
Porque em mim
nasce uma criança a cada dia,
a morar no meu destino.
É Natal
a vida é o milagre maior!
Há uma estrela no céu que brilha,
e os Reis
já vão a caminho
numa só voz cantam o hino,
este, não é um Natal qualquer!
Oxalá esteja feita a lista
para os bons e os maus
e eu só quero uma caixinha de musica
enquanto a noite cai fria.
Há flocos de neve espelhados no ar
só vejo mortos vivos!
Um mundo cego pela hipocrisia
e tudo é, tão simples!
Oxalá seja este para todos
o perfeito Natal!
Só peço uma caixinha de musica
Para adoçar todos os meus dias do ano!
É pedir muito?
Braga, a Cidade mais clássica do mundo!
Sou Braga cidade a portuguesa mais clássica cristã do mundo, e vós?
Vós ó romanos do reinado de Augusto que me ergueste Bracara, hoje com mais de 2.000 anos de História sou cidade do norte português, o centro da região minhota de cultura e tradições, sou história com religião numa indústria tecnológica, sou Braga! Braga na gíria a cidade dos Arcebispos.
Durante séculos fui casa do Arcebispo mais importante da Península Ibérica, o portador do título Primaz das Espanhas D. Diogo de Sousa, influenciado pela cidade de Roma veio desenhar-me nova Braga de praças e igrejas abundantes tal e qual Roma.
Sou Braga! Maior centro de estudos religiosos de Portugal, e tu?
Tu ó arquitecto André Soares que tornaste-me cidade no Ex-líbris, Barroca sou cidade a mais importante no território e venho dos tempos Romanos, sou Roma de Portugal!
Sou cidade Romana, acolhi grandes ilustres.
O Ausónio letrado de Bordéus o prefeito da Aquitânia, responsável por incluir Bracara Augusta entre as grandes Cidades do Império Romano! por isso sou Bracara Romana!
A Bracara Augusta!
A Capital!
O coração do Minho!
E grita o Povo!
Viva César!
Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus!
O único soberano de Roma!
Centro da província sou cidade dos Três Sacro-Montes. Os santuários numa cadeia montanhosa:
o Bom Jesus depois o Sameiro e a Sta. Maria Madalena depois a Sta. Marta das Cortiças!
Sou Norte!
Sou Norte num Gerês lindo de azevinhos e medronheiros, a terra das mimosas, das lagoas refrescantes e da natureza...
... sou Sul das terras senhoriais de Basto!
Sou industrial Ave e Oeste litoral marítimo do Minho.
Sou Braga construída num povoado indígena!
Como estatuto municipal tive o período de Flávios e elevei-me à sede de Conventus.
Depois,
como reforma o Diocleciano a passar-me a capital da recente província da Galécia.
Vieram os invasores!
Ó invasores suevos, que vieste escolher-me capital de Vosso reino! Na verdade vos digo que ainda tenho restos de inúmeros edifícios, escavações do claustro de Santiago, uma sala de grandes colunas e no centro uma piscina decorada com os mosaicos!
Ninguém me há-de tirar!
Tenho termas descobertas na Fonte do Ídolo!
Linda Fonte do Ídolo!
Onde terá existido um edifício religioso consagrado ao divino Tengoenabiagus, o único monumento Nacional romano intacto, a fonte de culto de deuses indígenas, época romana.
Homenagem à cidade onde nasci
O amor entre fadas e homens está condenado ao insucesso!
Dançava num circulo de folhas e surgiu-me um Elfo. A noite trazia lua cheia. E como rezam as lendas, para que não fugisse bastou-me soletrar um desejo para ser atendida. Enquanto as restantes Fadas, bailavam soltas e graciosas, apareci junto à lagoa onde o homem lavava um cavalo, tal e qual como Fada que aparece ao herói perdido que não resiste a esquecer outras paixões terrenas e se entrega à paixão de corpo e alma. Apaixonado pelo fascínio mantém um ar inexplicável, oferece diamantes num pedido de casamento, e sem saber que ambos pertencem a mundos diferentes onde os encontros apenas se realizam entre as fronteiras, o homem coloca toda a fidelidade à prova, numa paixão sem sucesso! A Fada tem regras simples e o homem, entende isso como caprichos, acaba por não dar a devida atenção e quebra seu juramento, perde para sempre o amor da Fada, deixa de fazer parte do reino, abre a porta dos encantos e volta a ser um pequeno mortal a vaguear no mundo como alma penada até morrer de nostalgia e tristeza. A Fada desaparece e o homem fica entregue à sua sorte. Além das Fadas que buscam o amor dos homens, também há os Elfos que buscam o amor das mulheres de carne e osso! Vê-se nitidamente no jovem de olhos negros, que seduz as mulheres solitárias no cair da noite, com suas palavras. Pobres são as mulheres que se deixam abraçar por eles, pois acabam por morrer, depois que eles saciam suas carícias. Também existe, aquele que se vinga cruamente de uma mortal que lhe tinha jurado amor. O Elfo desaparece por sete anos, cansada da espera encontra outro amor, depois ele volta e faz de tudo para a seduzir de novo e foge com ela no vento mágico, mas aí vem a tempestade e o amor afunda-se e morrem! Os Elfos nem sempre são jovens, aparecem com alguma deformação física, uns com barriga, outros de pés tortos e outros estrábicos.
No amor entre Fadas e homens, Elfos e mulheres, está sempre presente a tragédia pelo insucesso ao amor entre dois mundos diferentes! Estes são os espíritos da natureza!
Quando o amor fica eterno, é quando ambos pertencem ao mesmo universo!
Texto reflexão, elaborado numa pesquisa de Fadas e Elfos. Dois seres incrivelmente brincalhões, sensíveis e apaixonados em busca do amor, despertam paixões arrebatadoras e a atracção torna-se mútua e irresistível, mas sempre podemos escapar desse amor louco!
Há Festa lá no Céu!
Vamos correr pular e saudar num brinde
porque há festa lá no Céu e os sinos tocam!
As harpas bailam musicalidades soltas
há Santos a beber doces vinhos…
Cantam-se anjos nas caligrafias do destino
sussurros de operas e descansos calados
em passos lentos…
… ouço murmúrios que falam baixinho
glorificam-se todos os que já partiram
há festa colossal lá no alto do Céu lindo
há meninos, primos, avós e tios…
lá no alto estão meus aliados do Baptismo.
No Céu há cânticos bebidos pela saudade
e em todos nós, um brinde.
Vamos saudar os Mártires com velas que ardem!
E vestes brancas, frutos secos e romãs verdes
porque lá no Céu há Santos em Paz
a honrar convertidos, sarados por Jesus.
Em cada mão, um diploma de prova colhido
por Graça de Deus, ser bem dito e bem vindo
… lá no céu há cantares radiantes e há alegria
para todos os cristãos!
Oh Mártires mortos
testemunhas sãs que abraçastes Vossa Fé!
Inocentes por um oriundo idumeus
… na terra do meu Jesus trocaste águas
por sangue no baptismo!
Vamos sublimar, há festa no céu!
Lá, estão todos os Santos a orar por nós
… e o necrópole
nosso destino certo.
Há festa lá no Céu
e nas lembranças profundas que ficaram
dos que sempre amei e já não tenho!
Há festa lá no céu e os Santos,
… estão todos lá!
Do dia p’ra noite.
A cada dia vou caindo na noite escura
como se ela fosse a eternidade.
Profundo é o sono que me espreita na claridade
solto-me do cansaço, como se eu fosse a cair
num poço de pétalas rubras.
A passagem do ontem vem
no que depois do durante sou.
A luz senta-se nos suspiros meus
outrora limites do tempo que não viveu.
Agora, deixei de ser ontem
nem quero ser hoje
nem quero ser amanhã.
As origens existências do meu eu
não querem marcar esta minha passagem
porque não sou o sonho realizado em mim
mas a força de o realizar um dia.
O caminho que é meu
não quero marcar
pois sou todos os caminhos
do meu imaginário
a minha presença satisfaz-me
num silêncio quase religioso de pecados meus.
A cada dia espero que a luz venha
iluminar cada noite de onde venho, para onde vou.
Todas as coisas que me esperam e não me falam
eu não digo a ninguém
apenas cheiro a luz do movimento que me embala a alma
e a alma traz o sorriso gigante que viaja pelo mundo.
Conheço cada cor de cada borboleta azul
e as minhas descobertas de paz
são paisagens que alcanço no meu respirar.
Reinvento-me a cada entardecer
enquanto meu caminhar vai de pés descalços
trago velas acesas nas delícias sentidas
e os aromas que recebo
são saudades dos tempos da infância.
os espirais são rubras rosas de fé
a criar minhas texturas dentro das minhas poesias
e a noite tem os temperos de cada abraço
que não dei durante o dia.
Meus sonhos são flores
minhas flores são rubras rosas
desfeitas em lágrimas
por cada andorinha morta.
Na noite vou e inspiro o beijo nos gestos de amor
enquanto os desejos são o sol da madrugada
que nunca deixou de ser
o meu recomeço.
Palavras são palavras
se não são escritas, voam com o vento
as palavras nunca recuam quando ditas
e o céu agarra-as para toda a vida
e guarnece todas as estrelas que nele cintilam.
Professei tudo e nada
Professei o escasseado das ondas
nas marés vivas
enlacei mãos e melancolias
e na alma,
formei mimos solitários
olhares de abrigo
e fui-me
… e fiquei-me
sem nada!
Professei assolados destinos
de penas tantas
quebrei prantos
e fui nos tantos
pardos rostos rosados
nunca quis trair-me
… e fui
rio revolvido!
Professei mágoas
mar quase apagado
e clássicos ensonados de escritos
que nem canto
e fui-me num veleiro
numa raiz quadrada
… pelo eterno
fui nada!
Professei luares vazios
e afrontados abraços
tão meigamente
… vi praias soltas,
fugidas por entre
tanta gente desapontada
do belo das ondas,
renuncias
… e vi marés mortas
salgadas!
Professei tudo isso
e nada
a ficar presa
de encantos…
… do nada fui tudo
… e tudo faltou
nada mudou o traçado!
Fome!
Há fome
lá no céu do teu ventre
terra farta, mãos vazias
há fome de silêncio.
Há fome de amor
ternura e de afectos
falta harmonia.
Há fome de laços!
Raros os teus versos.
Sem ar, sem mar, sem amar
que embaraço!
Há fome de tanto, mas há flores!
Há flores que florescem por todos os cantos
que tormento neste Inverno tão intenso...
há fome de verdade e amigos
há fome de sinceridade.
Há fome!
Falta alegria, falta magia e amor
falta tanto à paixão sóbria.
Sorria!
Sorria!
Ainda há valores germinados a cada dia!
Mas há fome de bom senso...
... e cânticos, que ousadia!
Há fome de pétalas cristalinas
falta mulheres
falta homens, mas há pétalas!
Há pétalas de mulher e há fogueiras
candeias de amor, quando ela quer.
Amor ou Sexo?
Acordaste-me
desse teu jeito...
... embaraçado!
Entre abraços e beijos
do teu
meu desejo...
... ternos olhares
declarados de amor
no eterno.
Por entre fogueiras
o nosso corpo, ardendo
em palavras soletradas.
Pouco a pouco
quase nada...
...no tom
baixo
que fomos falando.
Permanecemos
de encantos...
... por entre os campos
do trigo e do milho.
Passeamos
por jardins coloridos
tantos sorrisos.
Sorriste-me
quase, enlouquecido
os olhares
fomos trocando...
... assim
permanentemente
tão soltos
tão belos.
Calados bebemos
todos os beijos!
Os dedos
por entre os meus
longos cabelos...
... desenhamos em nós
um rio manso
e por vezes
bravo!
Um amor declamado
em tantos versos...
... foram saindo
desse embaraço
de mil cores, presentes.
Amei-te?
Amaste-me?
Loucamente...
... de que jeito?
Não trago mais saudade, fui embora!
Não trago mais saudade, fui embora!
As lágrimas esqueci e os silêncios do meu ventre
ficaram num barco partido à deriva dum sol esquecido
... estou ausente do teu mar
fui chuva na despedida
e agora, vento solto!
Não trago mais saudade, fui embora!
Minha alma, pendurou o suco das tardes
e dos medos, inquietas quimeras de tambores
arrastados por sons acumulados
no tempo da minha mente...
... não trago mais saudade, fui embora!
Se continuares à minha janela, já lá não estou!
Meus sentires foram seiva pelo meu corpo a dentro,
fui o que fiz e fiz de mim meu pensar
e das ingénuas tréguas, queimei longas tardes
esqueci de mim por ideias da tua presença
não trago mais saudade, fui embora!
Silenciei pássaros de longe alcance
dentro do peito cantei-os, dia e noite
dos meus poemas acendi velas,
sustentei caricias e voei
voei num veleiro distante do teu fogo...
... isso é amor?
O perfume que me vestiu, não sabes
mas foram singelas estrelas cadentes...
... acolhi-te em cada uma delas
como espartilhos e notas de musicas suaves
não trago mais saudade, fui embora, parti!
Parti também o desespero da velha guitarra
e das cordas dos meus momentos,
deambulei pelo grito da vida para ouvir-te num eco,
mas nunca te ouvi!
Por isso fui embora...
... a saudade não trago mais!
O espírito que me embarcou não é meu, aprendi!
Do frágil da amargura fiquei cansada
e da palavra que nunca chegou, despi tuas flores
que murcharam de fantasia...
... posso imaginar-te nas letras que vou sonhando
... posso sonhar-te nos dedos das palavras que calo
mas querer alcançá-las, não quero!
Não trago saudade, moldei meus vestidos e fui embora!
As pétalas dos sonhos que construí nos meus cabelos
fizeram das cerejas armas
e os perfumes permaneceram duvidas.
Porque derrubaste-me em explosões de afectos
dentro da prisão do teu jogo
senti cada dardo jogado
como anfitrião castigado
e do divino que fui guardando em beijos ternos
troquei mares revoltos por mares ansiados
... nunca vi luzes azuis!
Nem violetas salpicadas de cor...
... só vi sombras dilaceradas
e ternuras avidas, sem sabores!
Meus textos são mais amáveis? Agora não!
Não trago saudade, fui embora!
E nem o cheiro do meu imaginário
me há-de castigar mais!
Esqueci-me do mar gelado, que morreu,
por isso parti,
fui embora para não matar meus desejos
nem meu extasie poético que se transformou...
fico na fé declamada
e se me quizeres lembrar, terás teu silêncio
a ouvir aplausos que nunca me deste!
tu messias mais
se ninguém te quiser ouvir grita
escala um arranha-céus e diz tudo
até que as entranhas se esvaiam em acordeões
até que sejas impossível de ignorar
e se te baterem bate a mais portas
e se te baterem mais usa a testa como aríete e entra-lhes nos pensamentos
tu sabes que tens razão
tu tens sempre razão
tu vais salvar toda a gente de si própria
tu sabes o segredo que lhes vai mudar as vidas
tu és o sopro que lhes falta quando assobiam
o som da trombeta
o guizo do chapéu
o rasgo do papel
o mago da magia
o marco do correio
o pico do cume
a água do dromedário
tu vieste para ajudar
tu só queres ajudar
então porque não te deixam?
porque não te sopram carinho ao ouvido e te chamam nomes feios que tu sabes não serem da tua família nem da afastada
a sociedade também foi feita para ti
um bocadinho foi
um buraquinho foi
porque não te deixam entrar lá?
porque não te deixam estar lá?
querem-te à chuva e ao frio
sem amigos
sem calor
sem pão
sem sal
não te dão nem um naco da tua própria carne
nem a luz do teu quarto
nem o silêncio da tua mente
e tu aceitas?
e tu ficas-te?
e tu não protestas?
seu banana
seu falhado
seu funcionário sem sindicato
sua mulherzinha que nunca votou
sua criancinha que limpa o prato
seu homossexual não assumido
seu cão sem pulgas
seu cabrão sem cornos
seu tronco sem pau
seu pau mandado
seu arado sem terra
seu dinossauro radioactivo sem cidade japonesa
seu lamparina sem petróleo que foi inundar uma gaivota
seu cabeça sem capacho
seu diamante
seu bruto
seu papa-açorda
seu caramelo
seu lambe-cus
seu
seu
seu
seu és tu
seu és tu ouviste
seu é contigo
seu é para ti acorda
já é noite
já foi dia
amanhã vai ser tudo isso outra vez e tu estás ao relento
não tens onde ficar
não tens lugar na terra e ninguém to vai dar se não esgravatares
procura
pede
come
ataca
implora
arrasta-te
resvala
escorrega
assusta-os
ignora-os
tu sabes que tens razão
e a tua razão é respirar
se respiras tens direito à vida
se tens direito à vida tens direito a chorar
se tens direito a chorar tens direito a voz
se tens direito a voz tens direito a que te ouçam
se tens direito a que te ouçam tens direito a dizer algo que lhes mude as vidas
se tens direito a dizer algo a que lhes mude as vidas tens direito a mudar também a tua
não peças respeito
nasce respeitado
não implores por dignidade
apregoa a dignificação do Homem
não mendigues comida
acaba com a fome
não protejas os teus filhos
protege todos os filhos
não procures uma religião
faz o que um Deus bom faria
não ouças tudo o que te dizem
ouve todos os que falam
tens direito ao teu canto
e o teu canto é o de mudar tudo
tu podes mudar tudo
tu deves mudar tudo
tu sabes mudar tudo
repara nas pessoas e muda-as para melhor se elas quiserem
aproveita para ires melhorando também
dá-te como se fosses de borla
não peças nada em troca mas dá com um sorriso mais rasgado a quem te der um beijo no fim
não tenhas medo que te interpretem mal
aliás não tenhas medo que te interpretem
aliás não tenhas medo
guarda o melhor para os outros e o pior para ti
mas não sejas cruel contigo que és o único que tens
tens que ter noção do teu papel
e o teu papel é duro como se embrulhasse pregos ou cacos que não queremos nas mãos do senhor da recolha nem nos dentes do gato vadio
o que tu vais fazer agora porque é o único tempo que te pertence é mudar
mudar até que nada fica igual
até que esteja mesmo do agrado de todos
mas se por acaso no meio do teu percurso de conflito e mudança
no meio da tua jornada de luta pelo bem encontrares algo de profundamente belo
não lhe mexas
não lhe toques
pega numa cadeira de praia monta-a e senta-te calmamente a apreciar
Excelente Poeta / Escritor
João Negreiros,
in "a verdade dói e pode estar errada"