Poemas, frases e mensagens de (blue)berry

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de (blue)berry

janelas abertas para o (a)mar [ou... nos meus olhos]

 
mergulho no aroma da maresia
que trazes contigo;
nos olhos verdes de te ver,
esconde-se o medo e a solidão,
a imensidão do oceano aviva a força
e a vontade de partir, permanecer
é uma ordem que não cumpro
sem gritar, sabendo que
a voz me ensurdece
e a rouquidão me cega,
esquecendo que a envolvência dos corpos
não chega para matar a sede da alma

as sombras dos fantasmas
não me impedem de sofrer
a ausência do sonho
ou a musicalidade das lágrimas contidas...
sorrio e deixo que o sal
me doure o rosto e os cabelos
de vento e luz,
ofereço-te o melhor de mim
numa gota de água pura
que cai nas mãos pequenas
de mulher despida de ilusões,
aceita-A despida de querer

[rebelde a sensualidade que teima em romper: arrebatamento e paixão confundem pudores que se escapam pelas janelas abertas sempre que o (a)mar me chama - mas permaneço]
 
janelas abertas para o (a)mar [ou... nos meus olhos]

portas entreabertas

 
luminosidade ofuscante
reflectida em gestos
que ensaio só.

tentativas mescladas
em músicas e sabores:
maçã verde,
canela e gengibre,
aromas e cores
de enfeitar o cabelo
que enrolo nos dedos

fantasio o beijo, o calor,
os murmúrios sussurrados,
as mãos e os sorrisos
- nas pontas dos dedos,
pele, arrepios, e o rubor
crescente no rosto:
sentidos e sentimentos
indisciplinados

mergulho na luz das velas
que enfeitam o caminho
- não a mesa, abro janelas
e deixo a porta entreaberta
para te sentir chegar
com a primavera
que guardei para ti
 
portas entreabertas

cravo e canela

 
o olhar perde-se no rosto
gravando mentalmente
os gestos que se desenham
em câmara lenta.

a p a i x o n a n t e s
os aromas de cravo
e canela, os toques leves
e o abandono
que enche o espaço
onde o desejo é palpável.

suavemente abrem-se
os lábios húmidos e suculentos
- fecham-se os olhos para
que os beijos se provem
sem distracções.

bambeiam as pernas,
o equilíbrio é percário,
as mãos imparáveis:
unhas que marcam,
dedos que acariciam.

em avanços e recuos,
saboreiam-se os corpos
trocam-se os sabores,
oferece-se o mel,
e toma-se docemente o outro
como se fosse uma taça,
dança sagrada
(aritmada e insinuante)
em que o graal e o vinho:
somos nós!

corpos, vontades, sentidos, pele
 
cravo e canela

notas de inverno

 
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doí-me a tua ausência
nos dias frios que amanhecem
sem ti, não me desperta o vento
gelado, que despenteia os cabelos
- que queres ruivos
para que não me confundam(?),
não vá o diabo tecê-las e alguém
me julgar sua, quando sou minha
e de mais ninguém!

as saudades matam-se
com o beijo húmido que quero
demorado e explorador, na pele
alva e nua, que aqueces
com as mãos que distribuem cariciais
sem preço, pagas em gemidos
e murmúrios, que se multiplicam
nos espelhos da lente mágica
em que me vês ao longe, iluminada
pelo sol que trazes no olhar
e que é o meu (des)norte.

nunca o (bem) querer foi tão doce,
nem as palavras com que preencho
os dias de ser feliz, tão meigas
como desde que as cócegas
que me fazes no ouvido para me acordar
se instalaram na suave rotina deste inverno
(que os pássaros que vivem nas árvores
querem expulsar com os seus trinados
inconsequentes)

fev 09
 
notas de inverno

morrer na praia

 
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vivia os dias sem sol,
sentia o frio, a neve, a chuva...
sonhava o passeio a dois
e a mão na mão,
vertia o mar nos olhos
e fixava a linha do horizonte.

era onda e fugia no areal,
corria sem medo
e escrevia na volta da maré,
palavras proibidas
repletas de sabores e aromas
que alguém inventou
para acalmar a saudade.

reflexos de sol e (a)mar,
sombras de (e)ternos amores:
i n t e r d i t o s.

era onda

espuma
água
sal
mar
sol
vida

e morria na praia!

[do tempoe em que fui gaivota]
 
morrer na praia

aromas num jardim secreto

 
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recantos de encanto
são os braços onde me abandono.

pasmo e paixão nos olhos
verdes de te olhar quando não estás,
quais janelas no sonho em que flutuo
entre lençóis amarrotados,
beijos doces e ternos lábios,

mãos estendidas e corpos nus,
a tua pele na minha, arrepios e suor
bailado róseo (tom sobre tom)
que começa quando me tocas sem ver
a musicalidade dos aromas
com que escreves o meu nome:
cravo e canela, baunilha e jasmim;

jardim secreto da imaginação,
porto de abrigo aonde me levas
para não ver que o vento sussurra segredos
e a chuva espalha lágrimas e dores
- mas tu não!
 
aromas num jardim secreto

café em...

 
hesito nas palavras,
hesito no olhar
- silêncio tímido,
olhos no chão;
hesito no sorriso,
enquanto uma gargalhada
derrete o gelo

solto o vento
escondido no peito,
suspiro ao azul
do céu p'ra lá do mar.
volto a sentir
o cheiro a maresia,
admiro estrelas (do mar)
que brilham só pra mim,
em manhãs de nevoeiro
que (a)guardo
- preciosas e reais
(reais porque preciosas?)

o aroma do café
cola-se na pele
macia dos afagos,
branca como a neve
que cai lá fora
onde nós não vamos,
para que o sol
nos ilumine por dentro
em dias cinzentos
quando sem frio
nem fim à vista
insistimos no ritual
e no café curto
(que tomamos juntos)

dez 08
 
café em...

feitiço que me traz cativa

 
a mente voa acolhendo sonhos
que se cruzam velozes,
livres de meridianos delineadores,
sulcando saberes
e perturbando estações.

qual Gardénia branca,
verde e doce,
trazes contigo
a leveza e a naturalidade
da fragância ensolarada
que o meu coração
(re)conhece.

ofereces-te em palavras
de impudica sedução
- magia ardente e marinha,
avidez e fascínio,
elixir que trago
ávida de paixão e de ti!
 
feitiço que me traz cativa

um amor sem medo

 
flocos de neve
que se derretem
no rosto:
desejos, sonhos e ilusões.

um amor
sem tempo,
sem distancia
e sem medo.

um querer
que me excede,
um desejo
que suprime obstáculos,
uma paixão
sem fim...

o sorriso
que guardo no peito
e que solto apenas
quando respiro fundo;
o calor
que me aquece
quando sacudo
a neve dos cabelos
(que pinto)
para avivar o perfume;

o sol
que nasce
nos dias cinzentos
quando as nuvens
se esquecem
de ter forma
e me pedem
que as molde.

contigo...
desenho
arco-íris,
desertos e fontes;

voo
entre as estrelas
que iluminam
o teu olhar
quando soletro
palavras de carinho
ao teu ouvido;

danço
ao som do vento
e das flores
que rebentam
a terra
junto aos pés descalços

Dez 08
 
um amor sem medo

quando me embalas

 
quando me embalas
sinto o calor dos teus braços,
o toque suave do teu corpo,
o teu dedo nos meus lábios.

sonho o desejo e as caricias,
invento a liberdade de querer,
e tudo se desvanece á minha volta...

para lá do véu diáfano que criei
ficámos tu e eu:
num abraço que tende para infinito,
à distância de um cerrar de olhos
[imaginário].

suave e denso,
nevoeiro que me encanta,
brisa marinha,
que me embala e enternece.

[do tempo em que fui gaivota]
 
quando me embalas

palavras em desalinho

 
a metamorfose do eu
sobreviverá a ventos e tempestades?

o toque da seda ou a suavidade do algodão? a magia dos sentidos ou a eternidade do sentir? a flor que desabrocha ou as pétalas que caiem? onde detenho o meu olhar? em mim ou em ti? no eu que se impõe ou no que aceitei? antes de... tudo era tão simples, tão aparentemente no lugar certo...! vidas que se organizam em torno de nada e que se desarrumam por coisa nenhuma... ou nem por isso?
quero a seda, os sentidos, o desabrochar... o eu! a imagem que o espelho reflecte e o outro lado de mim, o chocolate e as rosas com espinhos, o champanhe e a brisa nocturna, a embriaguez dos sentidos e a acutilância do olhar. quero(-me) êxtase, inebriamento, espelho mágico???

e voo!

"porque eu sou feita p'ro amor
da cabeça aos pés..."

imparável e frágil
insegura mas determinada
a deixar que seja a brisa
a escolher a flor que beijo

(e o acolhimento das pétalas
a decidir onde fico...)

palavras em desalinho
sentimentos em fuga
entrelinhas mudas
i l u s ã o

e uma lágrima!

agosto 08
 
palavras em desalinho

amigo colorido

 
tens as cores vibrantes do dia que começa: rosa, laranja e azul céu; o branco das nuvens que contamos juntos e da neve fofa onde escorrego entre gargalhadas soltas e leves; nos lábios carmim guardo os melhores sorrisos para ti, sorrisos aos pares e vermelhos como as cerejas; o verde dos meus olhos reflecte-se nos teus e permites-me mergulhar no mel do teu olhar enquanto partilhamos sonhos e desejos; as lágrimas não têm cor porque as bebes na fonte, mas as palavras desenham um arco-íris só pra mim quanto suspiras: - minha querida! e me afagas os cabelos que eu entrelaço no dedo enquanto te ouço embevecida.

dez 08
 
amigo colorido

(soul?)mate

 
o vento embala
almas e sentimentos
dependentes de horas
e marés, agitando véus
e levantando nevoeiros

vozes (recicláveis)
revelam a cor das palavras
férteis de sentidos
duplos e dúbios, múltiplos
e multiplicáveis por olhares
maldosos de homens
que nada temem

é bom ter sono e fome e frio;
temer, respeitar, honrar,
poupar, mulheres frágeis
de cabelos finos, aureola
em riste e máscara no olhar

impensável borrar o retrato
embaciado, desenhado sem rigor
mas com preci(o)sos traços
de irascível jogador de xadrez
que sacrifica torres, bispos,
cavalos e peões, mas salva
sempre, sempre a rainha... ou não???

Boleyn girls
 
(soul?)mate

cansa-me a solidão

 
cansa-me a solidão,
a cama vazia
e a brancura do meu corpo.

maça-me
a ladainha estafada
contada pela almofada
molhada de lágrimas
que não tenho.

soltei os sonhos
gastos, amarrotados
pela sede de saudade
- linho dos dias
em que teci
o pesado edredão
de penas e ilusões
que me protegem do frio

gela-me a dor,
a ausência consentida,
e o silêncio aterrador
quebrado aqui e ali
pelo ranger da madeira
sequiosa de sol e paixão.

delicados
os pés descalços,
que, com passos leves
percorrem o corredor
nos dois sentidos,
sem nunca chegarem
a mim...

não dês o que
não posso receber
não prometas
o que nunca foi.

experimenta o sorriso,
se não vence barreiras,
aquece o dia!
 
cansa-me a solidão

stylus fantasticus

 
a pele queima os dedos
que a tocam em acordes subtis
tocata sem fuga
a exigir a improvisação
das tuas mãos abertas
nos meus seios redondos

pianíssimo...
sublimas impurezas
e crias uma "dolcissima"
melodia de paixão
tocada no meu corpo nu
ansioso e vibrante,
enlouquecido de desejo

possuis-me com vagar
envolves-me com mestria
invades-me e inundas-me
movimentos e variações
rapsódias de prazer
ousado, intenso, fantástico
 
stylus fantasticus

aroma a maresia

 
[preciso de ti para ser quem SOU]
é o teu sorriso que me ilumina
e o teu olhar que me transforma

em ti, o que é pequeno e vulgar
passa a grande e único,
a vida tantas vezes rotineira
toma contornos de aventura e de prazer.

pelos teus olhos vejo a beleza,
a certeza de que tudo é possível
de que todos os sonhos se podem e devem realizar.

por ti, cresce o desejo...
e a coragem de acreditar que quero.

o aroma a maresia,
os gritos das gaivotas,
o ritmo alegre das ondas
e a liberdade do vento
por ti, a paixão...

em ti... e no olhar que me transforma!

[do tempo em que fui gaivota]
 
aroma a maresia

cafe del mar

 
entrelinhas e silêncios
rios de sorrisos
mares de lágrimas
e dor sem fim...
atracções (quase) fatais
eternos (des)amores
o amor e a paixão
o prazer e querer

leio e leio e leio e leio
convulsivamente

leio na tentativa de me saber
procurando-me em cada linha
reconstruindo-me em cada silaba

iludindo a vontade
e o desejo de me encontrar

porque SOU
o que escrevo e o que leio,
o que sinto e o que calo
sou eu na alegria e nas gargalhadas
ou na melancolia solitária que me induz à reflexào

flor em botão ou camélia desfolhada (?)
 
cafe del mar

selos numa carta perdida

 
o sono das noites calmas
fora do alcance
quando a neve reflecte
a luz da lua que teima
em não minguar

as desavenças da vida,
e a duplicidade dos sentimentos

pessoas, lugares, objectos,
tudo parece falar,
ninguém disposto a ouvir...

a polpa do sumo de laranja
e as tiras frias do bacon,
quarto com pequeno almoço
e uma ilusão

um selo
numa carta sem destino...

conchas vazias
numa praia perdida
- sal na ferida;
um cão que ladra
para chamar a atenção:
som da fidelidade,
símbolo de incondicionalidade

a cada relance
um abanar de cauda,
a cada encolher de ombros
um rasgo de imaginação,
e a consciência
de que o medo
nunca me abandonou!

uma lágrima
transparente
mancha o endereço
por escrever

[etiquetas e alcunhas são selos
esfarrapados em cartas que nunca recebi]

uma carta por um dia?

um selo por uma carta?

sem reciprocidade o amor

as lembranças
que se desvanecerão
à mesa do café
- expresso curto
com pouco açúcar;
em colisão de emoções breves.

emoções
que nunca permaneceram,
sentimentos
inconstantes,
lógica que nunca ofereceu
palavras de conselho,
e a esperança obstinada
que nunca ajudou

selos numa carta perdida
que nunca se encontrou...

é o telefone que não pára,
ou fui eu que emudeci?

dez 08
 
selos numa carta perdida

mãos cheias de céu azul

 
abandono a cama fria
ao primeiro raio de Sol,
pés descalços no
chão de madeira
cabelo em desalinho
cortinas de luz

invadem-me os aromas
típicos do despertar
café, pão quente,
laranja e o mel...
dos olhos que visto.

trazes-me farrapos
de mar revolto
para amarrar à cintura fina
acima das sete saias
das sete cores
que és
das sete letras
que sou

conto as nuvens
canto ao vento
atrevo passos de dança
e gestos indolentes,
saltos no ar,
palavras mudas

e ainda nua, despida,
(quase transparente)
desenho-te no peito
um arco-íris de saudade
em jeito de
bom dia!
 
mãos cheias de céu azul

deguste

 
moscatel nos lábios,
beijo doce,
corpos enlaçados,
um floco de neve
que se derrete
no colo e me transforma
em gota de água
que sorves
pacientemente

pele escaldante,
brilho nos olhos
e a paixão
que dá alento
para caminhar na noite
onde colho dúvidas
em árvores de medo
cobertas de folhas
caducas e sem aroma

prende-me com o olhar
solta-me a imaginação
beija-me as mãos
- que desatas,
para que te acaricie
livre de tabus

degusta-me assim:
vulnerável, macia e
complexa...

Dez 08
 
deguste

ils