Poemas, frases e mensagens de poetamaldito

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de poetamaldito

Seja o que deus quiser

 
 Seja o que deus quiser
 
De que é feita a massa homogénea
De um país em decomposição
Parece ladainha de feira, em dia franco
Num marasmo secular, reina a acrobacia
Para alguns chega a ser anorexia
Tal a complexidade da ideia
Que tentam incutir nas mentes desligadas
O país prefere ir à feira
Encher o cabaz de qualquer maneira
Desde que esteja cheio, de bagulho
Que encha as vistas opacas, não é comigo
Encaminho o olhar noutra direcção
Para as novelas na televisão

Será um país surdo, se assim nos aprouver
Será tudo, mas tudo, o que não vemos
Será uma merda, seja o que deus quiser.

Poetamaldito
 
 Seja o que deus quiser

Dispenso a palha

 
Dispenso a palha
 
As acções ficam para quem as faz
Lá diz o povo e tem razão
Mas as zaragatas que trás,
Moem o miolo pois então

De confusão, em confusão
Lá se vai passando a vida
Vou dando ares de bonzão
Na cabeça serradura, moída

Lamuria, pateta fingida
Dá ares de mente brilhante
Dá-se a volta à guarita
Encontra-se semente, demente

Ai Jesus que eu era crente
Cria no sexo dos anjos
E agora, vi-me num ginete
Feita num molhos de brócolos

Falo cá p´rós meus anelos
Não querem lá ver a maldade
Umas patacas, prós meus arreios
Davam-me jeito, essa é a verdade

Não façam caso é da idade
Entrei em devaneios
Vejo fantasmas, por toda a parte
Montes deles, nos galanteios

Por entre beijinhos e abraços
Lá vou desfiando o rosário
Dos meus males, o que é que faço?
Sou vitima, de grande fadário

Menina, preste atenção
Gritaram ali do lado
Não tenhas pena de ti não
Mata as penas, com um abafado.

Mata as penas com um abafado
Licor doce, que agasalha
Lá por me fazer de burra
De ceia dispenso a palha.


Poetamaldito
 
Dispenso a palha

Máscara

 
Máscara
 
Tombei a carcaça do ridículo
Na ribanceira da azia, esperneei ao sol
Queimei o dedo indicador, sem ver
Gritei, agitei a minha parca ignorância
Confraternizei a minha militância
Disse amém por conveniência
Meti a mão ao bolso e estava furado

Continuei ridícula, e sozinha,
No meio da multidão eufórica
No deserto da vaidade, petulância
Que degenera tanta vez na arrogância
Umas outras na ganância
Por fim na falência…

Pareço um daqueles políticos sem cor
Caminham ao sabor da maioria
Agitam a bandeira da simpatia
Abraços p´ra cá, beijinhos p`ra lá
Tudo ao Deus dará, politiquices e colheres de chá

Importante…
Na campanha eleitoral não se esqueçam de usar máscara
Por causa da gripe mexicana.

Poetamaldito
 
Máscara

Sítios na Internet, a porta de saída…

 
Sítios na Internet, a porta de saída…
 
Sítios na Internet a porta de saída…
Para quem faz da escrita lida
Aqui és o João, mais à frente a papoila
Num outro lado, burra e loira
Não vale esquecer o Zezinho
Que sabe escrever
Escreve tanto,
Que perdeu a vontade de comer
Até mesmo de ler, não querem lá ver

Pergunto haverá gente para te ler
É coisa que sempre há
Basta estar atento e descobres…
Leitores aos centos
E no meio da avalanche
As caras conhecidas, será?
Ora ai está, o cerne da questão

A própria ou não
Segue-te no meio da confusão
E acabas por perceber
Os teus leitores quais são

Se és fake, ou tens mais que um nick
Pouco importa,
A tua marca está na escrita
Seja qual for o malabarismo,
Não podes fugir
Da autenticidade do que escreves
Depois tem os copistas
Mas esses são outros artistas
Se escreves de peito aberto
Deixas rastro as céu aberto.

Já agora, fake sou de concreto
Na espera de ser descoberto.

Poetamaldito
 
Sítios na Internet, a porta de saída…

O meu regresso ao reino da lusalite

 
 O meu regresso ao reino da lusalite
 
Olá, já tinhão saudadinhas minhãs nã tinhão, pois é estive na estranja a tirar um curso intensivo de português, a alentejanice inicial foi só para os assustar, eu sei o quanto era difícil entender a minha prosa, por isso segui os conselhos do meu Manéli e fui a Lisboa tirar um curso de português, é certo que durou pouco tempo, mas resultou agora o meu Maneli fica todo embasbacado cada vez que abro a boca, coitado fica a olhar para mim com os olhinhos a brilhar, até me dá dó.
Mudando de assunto, ando muito preocupada a minha comadre como sabem tem a mania que é poeta, e como também se recordam ela aqui há uns anos levou-me para uma espécie de confraria dos poetas. Tudo gente fina, as senhoras tão bem falantes e os cavalheiros uma maravilha, sempre a mandar piropos cada vez que eu publicava alguma coisinha. Ora com esta coisa do curso intensivo estive uns tempos afastada do reino da fantasia, Nem queiram saber como encontrei aquilo quando regressei, andava tudo num alvoroço, as comadres em tempos tão amigas agora pareciam dois gatos assanhados, às unhadas umas às outras, os compadres, esses desgraçados, andam em fanicos nas mãos das comadres, há meia dúzia deles que lá vão dizendo de sua graça, mas elas caem-lhes todas em cima que os coitadinhos ficam sem pio.
Para dar cabo do resto o grémio tem uma nova administração, parece que a anterior caiu de podre, não sei bem, nem me atrevo a perguntar, mas está tudo baralhado, de tanto meterem os pés pelas mãos ouvi dizer por portas e travessas que os administradores se vão candidatar a uma vaga que abriu para contorcionista do reino, mas também me disseram por PM que os candidatos são mais que as mães, que afinal não é só a administração que mete água, tem alguns poetas que são verdadeiros peixes sapos, de tanto chafurdar na água poluída do condomínio, entre eles está a minha comadre, que à conta disso arranjou uma laringite crónica.
Mas vocês nem lhes passa pela cabeça o que eles estão a cogitar, querem porque querem cortar o pio aos poetas, mas se acham que me dão a volta assim sem mais nem menos estão bem enganadinhos, já tenho um plano, até tenho medo de falar dele porque há inveja que perdura no reino, algum ainda corre a tirar-me a ideia. Cheguem-se cá que eu conto, mas baixinho que mais ninguém pode ouvir, e se a coisa sair daqui, já sei que foram vocês que me del~étarum. Estou tão nervosa que até estou gaga
Ora como é sabido eu moro num arranha-céus com cento e cinquenta inquilinos, aqui bem no meio do montado, eu nem a vizinha da frente conhecia quanto mais os outros, mas tratei de me dar a conhecer num instante, estive quarenta e oito horas sem me deitar passei as noites e os dias a fazer bolachinhas de água e sal, meti tudo num cestinho e andei de andar em andar a dar-me a conhecer, ali ofereci uma bolachinha, mais além uma roscazinha, até estrelinhas ofereci, mas resultou agora conheço todos os cento e cinquenta vizinhos mais as respectivas famílias, de alguns até o periquito conheço e fiz um pacto com todos eles, sempre que eu for bloqueada no reino da fantasia por prevaricar contra a administração, crio um perfil sobressalente numa das casas dos meus vizinhos, é que não pode ser na minha, também me disseram que o endereço do IP ou o raio que o parta não pode ser o mesmo, mas eu estou-me borrifando para essa medida, com cento e cinquenta ips todos diferentes vão ver o trabalho que lhes vai dar até chegarem à minha pessoa, em troca só tenho que passar umas noites acordada a fazer bolachinhas.
Ora digam lá se não sou bestial, a minha comadre essa é uma desenxabida que não tem tacto para nada, com aquela mania que é poeta, os neurónios nem já servem para pensar, e coitadinha anda cheia de azia com esta coisa das medidas no reino da fantasia. Mas se vocês acham que me dá ouvidos, qual quê, até me deixou de falar e chamou-me trambiqueira, pois é ela vai ver quem é a trambiqueira quando lhe cortarem o pio.
Agora fiquem com deus que eu tenho cem quilos de farinha para amassar.
Beijinhos, beijinhos desta Zulmira que os adorãa
 
 O meu regresso ao reino da lusalite

Somos um país de panelas

 
Somos um país de panelas
 
Somos um país de panelas
Dos guisados e das açordas
Somos o que menos dá
E mais rouba
Refilamos por tudo e nada
Andamos à bofetada
Contra quem nos abre os olhos

Somos ,sim, o país das panelas
De pressão, de barro, panelas velhas
Dos grupinhos, pingarelho
Adoramos meter o bedelho
Em tudo
Que é desdito, tudo quanto é sítio
No que não nos diz respeito
Gostamos de meter o dito
Somos ricos como leito
De um rio de águas podres

Neste país de consortes
De comadres e de confrades
Temos panças de velhos frades
Onde incham feijões frades
Ai Jesus tantos compadres
Onde deixa-mos a vontade
De separar o que é errado
Refilamos, somos vitimas
Mas gostamos deste fado
Preguiçosos, anafados

País pobre de espírito
Não queiras mudar o rumo
Deixa azedar o leite
Não queiras dizer basta
Deita-te à sombra
Espera que passe
Esta maré sem impasse
Um dia dás por ti e acordas
Reparas que não tens futuro
Caíste em buraco sem fundo
Chora , chora país mudo.

Poetamaldito
 
Somos um país de panelas

Quando a merda cheira a merda

 
Quando a merda deixa de ter cheiro
É sinal que nos habituámos a ela
Quando a merda vira medalha
Está exposta num cubículo

Quando a merda quer ser arte
Ai Jesus mas que estandarte
Parece farinha bichada
Cheia de fungos cinzentos
Que viraram coagulo
No cérebro atrofiado
De um actor mal disfarçado…
Vestiu a roupa ao contrario
Passeia em traje de fake
Exibindo a arrogância
Pobre tolo, mas que ganância
Nem a forte caprichada
Lhe tira o cheiro, a fragrância
A franga do aviário…

Poetamaldito

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... oryid=91911#ixzz0gwmTQ2uS
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Continuando a ir ao baú,e continuando a constatar que se mantém bem actuais.
 
Quando a merda cheira a merda

O CULPADDO FOI O POEMA

 
 O CULPADDO FOI O POEMA
 
Virei, revirei, e tornei a virar
Acreditem
Meti o poema de pernas pró ar

Maltratei a palavra
Inventei a arruaça
Deslizei na carcaça
Dos poetas do passado
Poetas que num repente
Viraram mal amados
Gritei aos brados
Os poemas trincados
Cobertos de pecados

Os versos saíram,
Abismados
Maltratados
Esfrangalhados
Coitados
Pediram clemência
Mas os poetas estão
Em decadência

Ó valha-me Santo António
Que és santo casamenteiro
Casa lá a coerência
Com o Sr. devaneio

Neste canto de poetas
Onde tudo transita por mp
Querem fazer crer
Que não foram avisados
De…
Tamanha pertinência
O culpado foi o Google
Destapou a carapuça
Pura conveniência

haja paciência
Acompanhada de decência
Se faz favor,
Meter os dedos nos olhos
Só se for
Para mudar de cor.

Poetamaldito

Aqui jaz o poema
 
 O CULPADDO FOI O POEMA

Beijo Azul

 
Beijo Azul
 
Perguntaram-me ao ouvido
Beijo azul o que é
Fiquei surpreendido
Deves estar lé lé

Depois pensando melhor
Beijo azul dá alguém
Que mascou pastilha elástica
Daquelas que largam cor
Ao mesmo tempo que masca

Umh que masca
Mas que coisa mais rasca
Beijo azul ´
É o que vem embrulhado
Dentro de uma caixa
Num dia de sol doirado

Alguém se apressou a dizer
Da sala ali ao lado.

Poetamaldito

http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... ost_id=9046#forumpost9046

limitei-me a responder
 
Beijo Azul

Farrah Fawcett

 
Farrah Fawcett
 
Pois é morreu de cancro:
 
Farrah Fawcett

Azia no Luso lait…

 
Novamente do avesso
No reino da fantasia
Ai jesus o que padeço
Atolada na azia

É assim sempre que entro
Bota acima e bota abaixo
Há quem ande cabisbaixo
Nos corredores do convento
E então em dias de vento
É um ai que lhe acuda
O melhor é ficar muda
Ou de morta me fazer
Então não querem lá ver
Novamente do avesso

Ele são erros e erros
Numa escrita desalinhada
Ó ( Supremo) quando trava?
Já estou pelos cabelos
Nos poemas era vê-los
A nadar em aselhice
Mas que coisa, que chatice
Com o que está a acontecer
Há poetas a ferver
No reino da fantasia

Eu também, não sou de modas
Muito menos de compadrio
Anda tudo em redopio
Com a coisa das estatísticas
Até as quadras são tisicas
Outras de cara deslavada
Há ainda a tresloucada
Que no sexo é rainha
De mente escura e fuinha
Ai jesus o que padeço

Com a menina alvoraçada
E os piropos empedernidos
Ele são erros e gemidos
Que tristeza desvairada
Pela gula afiambrada
No elogio mentiroso
Só me Lembra o cão ao osso
O que agora aqui se passa
Reina a escrita sem graça
Atolada na azia.

Poetamaldito, pseudónimo de Antónia Ruivo

http://poetamalditoporentreaspedras.b ... rch/label/poeta%20maldito
 
Azia no Luso lait…

«« Desta nem o poeta se lembrava ««

 
O que é ser Português

Sem querer generalizar,
este texto é para todos os portugueses! :p

Especialmente para aqueles
que têm o dom de ser… mesmo tugas!



Ser português é não respeitar quem o respeita, é ter inveja do seu vizinho e ser curioso mas ter preguiça em aprender. É dar um murro na mesa quando quer ser ouvido e ser bom mas não ser reconhecido, ou então ser reconhecido e deixa de ser português.



Ser português é levar o arroz de frango para a praia, é guardar aquelas cuecas velhas para polir o carro e criticar o governo local mas jamais se queixar oficialmente. É enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento, é emigrar e mandar piropos a desconhecidas.

.

Ser português é ninguém saber nada do nosso país excepto os Brasileiros e os Espanhóis que gozam dele, é levar a vida mais relaxada da Europa mesmo sendo os últimos de quase todas as estatísticas.

.

Ser tuga é fazer sinal de luzes para avisar os maus condutores, é ter o resto do mundo a pensar que Portugal é uma província espanhola, é exigir que lhe chamem “Doutor” mesmo sendo um zé-ninguém e passar o domingo no centro comercial. É tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou a tampa da esferográfica.

.

Ser português é axaxinar o Portuguex ao eskrever. É ir à aldeia todos os fins-de-semana visitar os pais ou avós, é deitar tarde e ver diariamente cinco telenovelas brasileiras. É já ter “ido à bruxa” e ter os filhos baptizados e de catecismo na mão mas nunca por os pés na igreja.

.

Ser português é ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer e lavar o carro na fonte ao domingo. É não ser racista mas abrir uma excepção para com os ciganos. É levar com as piadas dos brasileiros, mas só saber fazer piadas dos alentejanos. É ter uma mãe ou avó que se veste de luto, é viver em casa dos pais até aos 30 e acender o cigarro a qualquer hora e em qualquer lugar sem quaisquer preocupações.

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Ser português é ter bigode e ser baixinho, é ter três telemóveis e organizar jogos de futebol solteiros e casados. É ir à bola ao domingo à tarde e bater na mulher à noite.

.

Ser português é gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista, é cometer 3 infracções ao código da estrada em 5 segundos. É pedir um empréstimo para ir pró Algarve em Agosto, é ir passear de carro ao domingo para a avenida principal e ser adolescente e dizer “prontos” no fim de cada frase.

Enfim, ser tuga é o sonho de qualquer um, excepto o nosso!

texto adaptado
in Portal das Curiosidades

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answer.gif Já agora, se acha que falta aqui mais algum detalhe que caracterize o tuga, partilhe connosco, será muito bem recebido.

.

Recomenda a todos que vejam o mais recente espectáculo de José Pedro Gomes intitulado de “Coçar onde é preciso“.

ler mais em:

http://engenium.wordpress.com/2007/01 ... ortugues-ser-portugues-e/

Para mais se informa que qualquer semelhança é mera coincidência. Mas que tem piada tem.
 
«« Desta nem o poeta se lembrava ««

Crónicas da tia Alziraaã, Poemas no Luso

 
Crónicas da tia Alziraaã,  Poemas no Luso
 
Na semana ida disse ó mê Maneli.
Maneli vou arranjari a cabeça, ando prá qui toda desgrenhada, já nã tê jêto o mê cabelo, e lá fui mas primêro tive qui telifonari, a cabelêrêra tamê é a partêra cá da terra, nas horas vagas. Ai que côsa boa, então nã éi que encontrei lá no salão uma prima afastada que tem a mania qui é poeta, pois, nã percebo nada do que a magana escreve, mas êfim, conversa puxa conversa e ela lá me convenceu a entrar num siti de escrita ondi ela êtra todos os dias, e foi desta manêra que virei escritora. Agora confesso, tô um bocado desiludida, eh… eu entro no Luso, assim se chama o raio do siti, entrari entro, mas ódepois, ai… que confusão, êtra tudo ao mesmo tempo, ê percomi, quando dou por mim já nã sei ondi ando, tê uns camaradas que publicam poema atrás de poema , ele é uma coisã, enchê a página com as fotografias deles num ar, e a minha coitadinha que é piquenina perco-lhe o rasto, mas o pior nê é isso, é que assim ninguê tem tempo pra me ler, ora tivi eu uma trabalhêra danada prá aprendiri a mixer na mánica, e agora, ã… de que servi se ninguê tem tempo pra me lêr, vá digam-me lá , tenho ou não razão…

Poetamaldito
 
Crónicas da tia Alziraaã,  Poemas no Luso

Escaravelho rola bosta

 
 Escaravelho rola bosta
 
Escaravelho rola, rola
A tua bolinha de bosta
Tanto rolas que ás tantas
Vestiste a feia bola
Arranjaste uma sacola
Onde depositas excrementos
Que no antes recolhes
Para depois sem contento
Remoeres em atenções
Subtis de simulações
Que te encham de emoções
Á conta de fracas visões
Que semeiam ilusões

Rolas, rolas e nem sabes
Que a bola é mera vontade
De chamares a atenção
De colorires a vida
Á conta do lado escuro
De quem perdeu o sentido
E dança no imaturo

Assim vão passando o tempo
Só a eles causam mal…
Espalham no seu quintal
Um aroma a abandono
Precisam estar no pedestal
Para serem gente, sobreviverem
Digam lá o que disserem
São infelizes podes crer

Diz-me
Escaravelho rola bosta
O que é que isso incomoda
Foi passado já passou
No buraco se afundou
Para quê trazer átona
A merda que o outro cagou
O que é que isso ajudou
A fazer o mundo melhor
Trata de largar a bola
Semeia paz e amor
Acredita que verás
A vida de outra cor.

Poetamaldito
 
 Escaravelho rola bosta

«« Puta também é fémea ««

 
«« Puta também é fémea ««
 
Sou puta preciso de o ser
Sou puta quero lá saber
O que pensas a respeito
Sou puta e sou a preceito
De putedo eu percebo

Assim como percebo
De medo.

Meter tudo no mesmo saco
Ai com isso não concordo
Puta será quem quer?

Serás tu que me vais dizer
O que é ser puta e ser mulher
Mulher de um tipo qualquer
Filha de um pai sem nome
Filha da vida e da fome

Da fome do teu olhar
Aliada ao teu pensar
É melhor que vás cagar

Quando de putas falares

Putas sempre as houve
Não é de ontem ou de hoje
Mas sempre tiveram nome
De mulher que o tempo foge

Pergunto será puta quem quer?

Não acredito muito nisso
Não querendo causar reboliço
Aquela a quem chamam puta
Tem sangue igual ao meu
Chora assim como eu
Sempre que pare um filho.

A diferença, é que o mundo não me rejeita.

Hipocrisia, ou blasfémia
Digam que doida sou
Mas a puta também é fêmea
Que os teus filhos gerou.

Poetamaldito
 
«« Puta também é fémea ««

Anúncio Urgentíssimo

 
 Anúncio Urgentíssimo
 
Procura-se,
Rapaz jeitoso
Robusto, e bem parecido
Pode ter um olho de cada cor
Isso faz todo o sentido
Cabelos acastanhados
Assim encaracolados
Ter um carro bem tratado
Casa, com quarto mobilado

Oferece-se,
Menina de fresca idade
Pele baça, é contrariedade
Dos anos que já passaram
Mulher de gostos singelos
Uns rosa outros amarelos
Ah, e gosto de marmelos

Falei de marmelos
A marmelada está dispensada
Sou mulher simples, mas honrada
Apenas, mal casada

Preciso, de ser agasalhada
Porque no tempo da geada
Não dou conta do reumático
Comprei fato de plástico
Rasgou-se, no passeio aquático
No dia em que conheci
Rapaz de olho azul
Banhado de perfume
Ali no centro sul.
Depois de uns amassos
De encontro ao betume

Se encaixo nos seus sonhos
Corra não perca tempo
Espero casamento
Que me assegure sustento
E me transporte pelo firmamento

Atenção, atenção….
Qualquer semelhança
É, pura badalação
A ideia é original
Veio-me ao folhear o jornal
No salão de cabeleireiro
Era o único que estava à mão
Para distrair a visão
Não gosto de confusão,
Ai não!


Poetamaldito
 
 Anúncio Urgentíssimo

Quando a merda não tem cheiro

 
 Quando a merda não tem cheiro
 
Quando a merda deixa de ter cheiro
É sinal que nos habituámos a ela
Quando a merda vira medalha
Está exposta num cubículo

Quando a merda quer ser arte
Ai Jesus mas que estandarte
Parece farinha bichada
Cheia de fungos cinzentos
Que viraram coagulo
No cérebro atrofiado
De um actor mal disfarçado…
Vestiu a roupa ao contrario
Passeia em traje de fake
Exibindo a arrogância
Pobre tolo, mas que ganância
Nem a forte caprichada
Lhe tira o cheiro, a fragrância
A franga do aviário…

Poetamaldito
 
 Quando a merda não tem cheiro

Jornada

 
A vida é um rio que corre aos solavancos, por planas planícies, seguidas de Barrancos, cabe a cada um de nós encontrar a sabedoria para contornar os obstáculos, tentando desaguar num areal de areia dourada.

Poetamaldito
 
Jornada

Lamentações e outros afins

 
 Lamentações e outros afins
 
Foto tirada do google
 
 Lamentações e outros afins

Pés descalços

 
Pés descalços
 
De pés descalços entrei no mundo
Palmilhei por mil lonjuras
Por entre silvas dei caminhadas
Por entre mato, vi-me estafada
De pés descalços, sempre ao contrario
Fui aprendendo a custo
De que serve virar fadário
Tudo aquilo que achamos injusto
De pés descalços
Andei pra trás
Na retaguarda me fui perdendo
Hoje cansada já tanto faz
Que ande descalça
Ou bem calçada
Tamanha foi minha jornada
Vesti vestido bem justo
Que me adorna, o busto
Pouco importa
Que esteja trocada
Que seja somente susto
Ou apenas encalhada
Pé descalço, de alma cansada.


Poetamaldito
 
Pés descalços

Transeunte na miragem