Poemas, frases e mensagens de Alexsimas

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Alexsimas

Outro Natal...

 
Outro Natal...
 
Outro Natal...

Sonhamos com neve sobre o telhado
Em pleno verão tropical
Papai Noel escorregando por chaminés
Em pleno verão tropical
Pinheiros nevados aterrados em presentes
Em pleno verão tropical...
... No país do eterno amanhã

Mesa farta de tâmaras, morangos, avelãs
Maçãs, figos, pêssegos, cerejas, nozes...
No país do caju, da manga, do abacaxi
Da goiaba, da banana, do açaí, do cupuaçu
Da graviola, da pupunha, do tucumã...

Lá fora uma redonda e cheia lua enfeita
Um céu de mil estrelas que pululam tal qual
Balé de vaga-lumes sob um azul quase negro
Embalando o hipnótico sentimento de
Solidariedade em cuja parede pendura-se
O quadro da hipocrisia, pintado com as cores
De nossa cega estupidez, quase irmã

Orgulhosos, distribuímos nossas migalhas
Aos pobres desafortunados...
Tão ou mais ricos dos nossos mesmos sonhos...
... Ate acordarem pela manhã

Ate a chegada dos soturnos dias de Janeiro
E junto com eles todas as lágrimas da terra
Recomeçando o drama da nova espera
Das caridades do próximo natal
Único dia no ano que a maioria das almas...
... Enxerga sua irmã

(Alexandre Costa)
 
Outro Natal...

Fantasia de Carnaval...

 
Fantasia de Carnaval...

Não se engane... Não se iluda
Carnaval é festa do povo
Mas com fronteiras bem definidas
A maioria fica em casa
Só quem gosta vai pra folia

Em Salvador tem multidão na rua
Quem olha de longe
Enxerga uma grande mistura
Tudo ilusão... Fantasia
Tem cordas separando gente de gente
No carnaval da Bahia

Na Sapucaí um grande teatro
Faz na terra o maior dos espetáculos
Quem é povo brinca no chão
Famosos e poderosos são carregados
Em Liteiras de carros alegóricos disfarçados

Nos clubes continua tudo igual
Quem pode pagar brinca
Quem não pode
Vai fantasiado de serviçal

Alegria! Alegria! É tudo carnaval
No fim de três dias tudo volta ao normal
Tiramos nossas Fantasias
E voltamos a vestir nossa velha roupa...
... De Palhaço

(AeSSeCê)
 
Fantasia de Carnaval...

Morte Errada...

 
Morte Errada...

O grito da alma
Entorta a boca
Do lixo... Luxo

O tipo de copo
Entorta o canudo
Que serve a coca

O Homem torto
Serve a boca
De fome... Fumo

O grito da boca
Vende o corpo
Que acha a bala

A pedra queima
Fuma o corpo
Entorta a alma

A política cala
Serve os mesmos
Entorta a cara

Na TV a cena é certa
Corpos tortos
Invadem a sala

A criança certa
O conselho errado
Os pés na vala

O caminho torto
Escreve certo
Esperança morta

O vício entorta
O homem certo
Vazio de alma

Quem acha perde
A vida certa
Na boca da morte

Na boca do vício
Na boca do fumo
É morte em vida...

... Morte Errada

(AeSSeCê)

A Morte é certa, o jeito que escolhemos para morrer é que pode ser errado...
 
Morte Errada...

Luzes

 
Luzes

Guardo em meus lábios o gosto do beijo que não te dei
sinto o perfume das rosas que guardei
em meus dedos a maciez de tua pele que não toquei
Tenho os olhos úmidos do choro contido
da dor da saudade que queima minha alma
tão certo quanto o sol que se levanta a cada manhã
é essa dor que me atormenta
Assoviando em meus ouvidos o som de tua voz

Olho em meu horizonte e vejo teu sorriso
ainda refletido em meus olhos úmidos
os mesmos olhos que refletem tua tez luminosa
que brilha em minha lembrança qual lua prateada
olhos que roubam tuas luzes para fugir das sombras da saudade

E a rosa que comprei para te dar era vermelha...

E agora jaz com suas Amareladas pétalas
jogada em um canto do meu quarto
Teima em tentar alcançar teu retrato
onde reluz tua imagem, teu rosto angelical
Emoldurado por fios de ouro do teu cabelo
Que descem como rio em cascata ao encontro da rosa esquecida

Tenho em minha alma a certeza que outras rosas te darei
Rosas vermelhas para contrastar com tua dourada pele
Cuja maciez as pétalas não conseguem rivalizar

Acompanharam as rosas os meus beijos e sussurros de te amo
Minha paixão querida...

(AlexSimas)
 
Luzes

Mulher, Divino ser, Mulher

 
Mulher, Divino Ser, Mulher

Procurei Deus e lhe pedi que criasse para mim um ser que fosse belo e tivesse o dom de enxergar a beleza do mundo e de suas criaturas.

Que fosse dotado não apenas de inteligência, mas principalmente de sabedoria.
Que soubesse sorrir de suas desgraças, mas que sofresse com as dos outros.
Que soubesse construir felicidade com pedacinhos de alegria.
Que chorasse de felicidade e soubesse sorrir para esconder sua tristeza.
Que conjuga-se o verbo perdoar com esquecer.
Que fosse bom, porem firme e justo.
Que soubesse respeitar e conceder-se momentos de solidão, sem que para isso sinta-se só.
Que entendesse que amizade é o amor em estado puro.
Que grandes amigos sempre estão presentes, mesmo estando distantes.
Que amasse incondicionalmente, e que fosse leal a esse amor.
Que soubesse explicar os espinhos e as flores, mostrando a beleza de ambos.
Que soubesse se impor com firmeza, porem com humildade.
Que valorizasse as virtudes e entendesse os defeitos das pessoas.
Que praticasse suas idéias sem remorsos e assumisse sempre as conseqüências de seus atos.
Que tive-se sempre a coragem de assumir seus medos, e enfrenta-los com bravura.
Que o próprio Deus habitasse em sua alma.

Pedi a Deus um ser que fosse divinamente humano.

Deus me respondeu: Meu filho essa criatura eu já criei, ela existe desde o principio dos tempos, infelizmente poucos homens a veem, e as vezes nem elas mesmas se percebem.

Essa criatura é a MULHER.

(SamisXela)
 
Mulher, Divino ser, Mulher

Marimbondo a Tia Dilma

 
– Marimbondo a Tia Dilma –
Por AeSSeCÊ

Tava meio assim, meio sem nada pra fazer, quando o telefone tocou.

– Alô! – Fala cara! – Era um colega do tempo da faculdade - Ô meu irmão! Beleza! Quanto tempo! – Beleza, Porra cara! Tô precisando de você. Preciso que você me escreva um texto para ilustrar um trabalho que tenho que apresentar amanhã na facu – Um texto pra ilustrar, não seria melhor um desenho? – Respondi eu – (Antes que me esqueça, deixe-me esclarecer, eu deixei a faculdade e ele continua) – Porra cara! Não sacaneia, tô falando serio – Tudo bem! Mas, de que deve tratar o texto? – Sei lá! Qualquer coisa – Falou ele – Qualquer coisa, como assim cara? – Indaguei perplexo – É, pode ser qualquer coisa, uma crônica, um editorial, só não pode ser uma daquelas poesias bregas que tu escreve – O sacana sabia ser irônico, (mas ao menos ele lia minhas poesias), depois das risadas e xingamentos de praxe voltei a indagar – Finalmente, do que trata o trabalho que você vai apresentar – Trata sobre a atual conjuntura sócio-política brasileira –respondeu ele prontamente – É! Você tem razão, qualquer coisa serve.

Então me lembrei dos tempos da Ditadura, quando receitas eram publicadas no lugar de crônicas e editorias – Não resisti...

- Marimbondo a Tia Dilma –

Ingredientes:

Um Marimbondo de Fogo
Uma Lula Re-Folgada
81 Porções de Raposas bem felpudas
190 milhões de cordeirinhos
Desculpas esfarrapadas a gosto

Modo de Preparar:

Pegue os cordeirinhos e despeje em uma tigela qualquer. Antes você deve amaciá-los bastante, para isso use generosas porções de programas sócias do tipo: Bolsas Família e etc. Carnavais, Futebol e muito BBB também ajuda no processo de amaciamento. Quando estiverem bem macios (teste antes com pesquisas de popularidade), cubra com as Raposas Felpudas e por ultimo acrescente o Marimbondo enrolado na Lula. Regue com bastante desculpa esfarrapadas (Cuidado, não deixe Marinar), leve diretamente ao congresso previamente aquecido a 61,8% de reajuste e deixe por quatro anos. Caso perceba que não esta cozinhando direito regule a temperatura para cima em alguns graus de favores e concessões.

Não precisa esperar ficar pronto para se servir...
 
Marimbondo a Tia Dilma

Colírio de Luz...

 
Colírio de Luz...

Quando você estiver muito triste, olhe para o céu
Deixe que Deus pingue estrelas em seus olhos
E você verá que a vida tem mais brilho que sombras

Quando você estiver muito feliz, olhe para o céu
Deixe que Deus pesque estrelas em seus olhos
E você verá que a vida tem mais brilho...
... Quando é compartilhada com Deus

(SamisXela)
 
Colírio de Luz...

Simplicidade...

 
Simplicidade...

Em detrimento:
A soberba dos orgulhosos
A futilidade dos vaidosos
A ambição dos pretensiosos
Optei pela simplicidade
Para que as crianças
Que os habitam
Possam me entender

(SamisXela)
 
Simplicidade...

Dor de Amar

 
Dor de Amar

Sinto a força do amor gritando dentro de mim
Lutando contra o vazio de tua ausência
Sinto seus movimentos a me chutar o peito
Ensurdece-me o silencio de tua voz
E minha cabeça... Entontece como reflexo
da dor que me atormenta

Em minha memória misturam-se imagens de tua
Angélica figura com as palavras de mágoa que
não querias me dizer
Cacos quebrados que tento juntar de qualquer jeito
Cacos que me ferem a alma, me sangram o já
Machucado coração que chora a tua falta

A magia do amor que me anestesiava com seus
Bálsamos e cânticos e me envolvia em seu plexo
Como que transformados em ácidos
me corroem... Me derretem as esperanças
O que antes me encantava agora me maltrata

Ante a possibilidade de te perder me desespero
E em meu desespero blasfemo contra o amor
E ao blasfemar me maldigo, pra depois
Maldizer-me por me maldizer
E nessa complexa contradição percebo que te amarei
Por uma eternidade inteira, te amarei hoje e para sempre
Porque convicto estou que esse inexplicável amor é infinito

Estou visceralmente apaixonado por você
E a inquietude dessa paixão doe, uma dor que machuca
Mas que não quero deixar de sentir

Porque dor maior seria passar por essa vida sem ter
te encontrado, e te amado...

(AlexSimas)
 
Dor de Amar

Procura-se...

 
Procura-se...

Precisa-se de alguém...
Que não seja bonito, mas tem que conhecer o belo e o feio e saber a diferença entre um e outro.

Não precisa ser um gênio... mas inteligente o suficiente para não embriagar-se na taça do conhecimento a ponto de torna-se soberbo. Que seja sábio o suficiente para continuar aprendendo, inclusive e principalmente com os que nada sabem.

Que sorria de suas desgraças, mas saiba sofrer com as dos outros, e principalmente que entenda que sorrisos são troféus dos fortes e das crianças, que nem todas as lágrimas são de tristeza ou sofrimento e a felicidade é uma colcha de retalhos costurada com pedacinhos de alegrias.

Que seja bom sem que precise ser bonzinho, pois que o bem e o mal são conceitos relativos e que o verbo Perdoar se conjuga com esquecer.

Que saiba que amizade nem sempre é estar presente, que distancia não é ausência pois que amizade é o amor em estado puro...que respeite e conceda-se momentos de solidão sem que para isso sinta-se só.

Que ame incondicionalmente e que sinta esse amor em sua alma... Mas principalmente que se deixe amar e que seja leal a esse amor pois que a lealdade é uma condição da alma.

Que entenda que flores e espinhos são extensões de um mesmo caule e que existe beleza em ambos.

Que imponhas-se com firmeza porem com humildade, que valorize as virtudes e entenda os defeitos, que pratique suas idéias sem remorsos e assuma as conseqüências de seus atos.

Que tenha coragem de assumir seus medos e os enfrente com bravura...

Que entenda que cores são diferentes ondas de luz e que o preto é também uma cor e que gostar mais de uma não torna a outra menos bela.

Que se deixe habitar por um Deus sábio e justo e não simplesmente bom...

Precisa-se de alguém que seja divinamente humano...

(SamisXela)
 
Procura-se...

Querido Papai Lulel

 
Querido papai Lulel

Eu fui um menino muito comportado, fiz tudo direitinho como o senhor mandou.
Ajudei meus amiguinhos do MST a invadir terras produtivas e destruir propriedades, pedi as contas de meu emprego e vivo de bolsa família (um presentão do senhor).

Prometo obedecer a “Tia Dilma”, ficar bem quietinho e fazer tudo que ela mandar.

Papai Lulel.
Muito obrigado pela “Bolsa Família”, meu cunhado manda agradecer pela “Bolsa Bandido”, minha mulher agradece pela “Bolsa Celular”, Minha filha agradece pelas “Pílulas do dia Seguinte” e meu filho pelas “Camisinhas”. Obrigado também pelo “Vale Gás” Pelo “Vale Luz”.

Não ligue pra esse bando de “Burgueses” que vive criticando o senhor, achando que seria melhor investir na educação, na saúde, na agricultura familiar e na auto-estima das pessoas, é que eles não têm a experiência que o senhor tem na arte de viver sem fazer nada. É tudo inveja Papai Lulel.

Para esse ano nossos pedidos são:

Um “Vale Pinga” afinal ninguém é de ferro
Uma “Bolsa Amante” – É que a Bolsa Família não ta dando para manter a filial
Uma “Bolsa Carnaval” – Pra nós pular nos blocos da Bahia
Um “Vale Cabeleireiro” – Pra minha Mulher
Um “Vale SPA” – pra minha sogra
Um “Vale Disney” – Pros filhotes
Um “Vale Motel” – Pro meu garoto mais velho

Só isso Papai Lulel.

Que em 2010 todos os seus “sonhos se Elejam”, são os meus sinceros “VOTOS” e toda a minha família e amigos.

PS. Minha mãe manda perguntar se o “Vale Cultura” vai poder ser usado em uma casa de diversão que ela tem aqui na cidade junto com umas “Garotas”

Assinado
Inocêncio do Aproveitamento

(Alexandre Costa)
 
Querido Papai Lulel

Ensaio sobre a mentira...

 
Gosto da sinceridade, não é fácil ser sincero, as pessoas não estão acostumadas com a franqueza que acompanha a verdade. Nós temos medo, medo de não ser aceito, medo de ser excluído, medo de não ser compreendido... E por medo nós mentimos, pra ser aceito nós mentimos, para justificar nossas falhas nós mentimos...

É difícil para uma pessoa reconhecer seus erros, e principalmente confessá-los, é difícil descer do pedestal do EGO ate os porões de sua consciência e remexer em seus mais negros sentimentos, levantar o tapete onde esconde o lixo de suas ações e atitudes e limpar toda a sujeira escondida. Abrir o baú onde guarda suas mascaras e ter a coragem de jogá-las fora, ou pior ainda, expô-las aos ventos, deixar que as pessoas vejam sua verdadeira face. Temos medo de que nos achem feio, que se assustem com o que realmente somos, é preciso muita coragem para assumir-se.

Mentimos para sermos aceitos, pregamos o que não praticamos, e estamos sempre tentando justificar para nos mesmos que precisa ser assim, porque o mundo é assim, porque a mentira é um mal necessário, e as pessoas não estão prontas para a verdade. Não aceitamos que no fundo somos covardes e nosso medo nos leva a mentir, omitir, esconder-nos por trás do escudo da mentira sem percebermos sua transparência. A mentira funciona como um espelho falso, daqueles usados nas salas de interrogatórios dos filmes policiais, só que ao contrario, virado para nós, nos vemos refletidos nesse espelho e não percebemos que as pessoas do outro lado estão nos enxergando através dele...

E quando surge alguém dizendo - Um dia eu acreditei na mentira, hoje não mais - O chamam de demagogo, hipócrita, quando não de imbecil ou idiota. Porque um dia alguém disse que a vida é um teatro. E como teatro é fantasia, invenção, mágica... As pessoas resolveram interpretar a vida, e assim mentem umas para as outras, porque dessa forma acreditam estar tornando a vida mais suportável, e principalmente porque acreditam ser elegante não constranger uma pessoa lhe dizendo - Eu não acredito em você - Agindo dessa forma elas afastarão aquela pessoa de seu convívio, porque estará machucando seu EGO, seus sentimentos, e obvio, porque também não gostariam de serem francamente desmascaradas.

As pessoas no fundo não são más ou falsas, elas são tolas e covardes. Ninguém engana ninguém, somos nós quem nos enganamos a nós mesmos.

(SamisXela)
 
Ensaio sobre a mentira...

Minha, Namorada, alexsimas

 
Minha Namorada

Minha namorada é a mais bonita do mundo!
Ela tem olhos que refletem a própria vida e
quando eu olho pra dentro dos seus olhos
vejo a pureza de uma criança refletida.
seu rosto lembra o de uma menina sem vergonha.
que corre serelepe por jardins imaginários.
e foi nessa descontraída inocência desse sorriso que encanta.
que descobri: Minha namorada é séria!
gostamos de falar bobagens...
porém, bobagens de bom gosto porque
ela é muito inteligente.

Minha namorada mora longe.
mas isso não impede de eu namorar
minha namorada.

E sinto que somos eternos!
Implacavelmente condenados à felicidade
— ao amor.

(AlexSimas)
 
Minha, Namorada, alexsimas

Tríplice P

 
Tríplice P

Era uma vez em um país muito, muito distante
Distante da educação, distante dos direitos humanos
Distante do respeito ao cidadão, distante da vergonha na cara...

Nesse país vive um povo que se alimenta de promessas
Que bebe sonhos e se embriaga de espera
Em cada esquina tem uma venda que vende fiado
Um botequim que serve tira-gosto de conversa com cachaça

Um país quase novo, só um pouco estragado
É só dar uma mão de cal para enganar os desavisados
O mau cheiro é coisa besta a água de cheiro disfarça

Um país bem dividido, repartido e loteado
Com latifúndios bem demarcados
Quem tem título com “P” dirige um patriarcado
Político, Padre e Pastor vendem tudo bem barato
Promessa, paraíso e perdão dos pecados

Os primeiros cobram pouco com pagamento bem espaçado
De tempos em tempos um votinho e um abraço
Para os outros o pagamento é diário
Rezas, dízimos, medo e esperança e por ultimo a alma do coitado

Tem mais dois PEIS que por la vivem, um é o do povo Pato
O outro é o das mães dos pederastas safados...

(Alexandre Costa)
 
Tríplice P

Promessas de Salvação...

 
Promessas de Salvação

I
E eles continuam vindo
Cavalgando seus sonhos
Açoitados pelo chicote do pesadelo
Na poeira da fome e da miséria
Desembocando na abstrata noite de concreto
Um pastel com caldo de cana por última Ceia
Paga com o troco do carnê de um Baú
Abarrotado de promessas de Felicidade
II
O doce da boca é uma ilusão do açúcar
A cidade amarga com cheiro de diesel
III
A ganância vagueia procurando por todos
Enquanto a sorte bebe cachaça no fundo do prostíbulo
Ratos se perdem em labirintos de lares desconstruídos
Sombras tortas vagando no preto da noite
Nas esquinas das janelas através do vidro
Nos esgotos do luxo girando pra lá e pra cá
IV
O dinheiro do mundo pertence aos mesmos
Abutres do dia que devoram a noite
E a fome do povo ronca na garganta
No rente da navalha da fera que lhes explora
Enquanto o pulso pulsar
V
Uma multidão pendurada no tempo
Entre a crença e o mistério sem luz que os proteja
Presos nas manchetes sangrentas dos jornais
Vivendo as noticias do medo e mentiras sociais
Enrolados no peixe da salvação
Vendidos por um vigário ao preço de um conto
VI
O mesmo gado alimentado com projetos de futuro
Apenas trocam de políticos e currais
No eterno escambo de promessas por votos
Viajando quilômetros para não sair do lugar
Terminam soterrados nos escombros dos barracos
Da mesma favela que lhes abriu os braços
VII
Os filhos do sertão anseiam a cidade
Onde a fome os espera na calçada do Fast Food
Sob a mesma marquise Adornada do grande EME
Micrococáceas de Milionários e Miseráveis
Habitando o mesmo Miasma do EME que os separa
VIII
Uma oração busca consolo no companheiro Divino
Que olha a terra ardendo no calor dos cânticos de louvores
Sob o Terço de Brilhantes dos Cardeais senhores do mundo
E outros cobradores de pedágio para o céu
IX
Deitadas sobre os espinhos da coroa de um rei de pedintes
Que recebeu na face o beijo da morte e prometeu voltar
Descansam inocentes almas pálidas de olhos profundos
Esquecidas que a salvação que lhes foi prometida
Chegará apenas no dia que o mundo acabar

(AeSSeCê)
 
Promessas de Salvação...

Ressurreição

 
Ressurreição

Eu morri...

No dia em que te conheci eu morri.
Morri para a vida da forma como a conhecia,
E renasci, pois o que pensava ser fogo era
Uma modesta chama, lânguida como a de
Um resto de vela brigando contra o vento
Que teimava em apagar-lhe.

O que chamava de luz era um fraco crepúsculo
Em dia nublado de um meio de outono
cinza e monótono...

o calor? não conhecia, pois que os ventos do
leste sopravam sempre em minha direção
como a desrespeitar todas as leis da física...

Os palhaços eram ridículos homens fantasiados
Em trapos fedidos, pipoca e algodão doce eram
Só complemento de renda em circos sujos e
Sem graça...

Sorrisos eram mascaras ostentadas por hipócritas
Que insistiam em fingir falsa felicidade.

Minha única alegria era embriagar-me e dormir,
Por horas, na sempre constante fuga de uma vida
Que insistia em arrastar-se pelos esgotos de uma
Sociedade maldita.

Então como um milagre fez-se a luz, foste tu que
A trouxeste refletida em teus olhos, em teu sorriso
Franco... Sim !
Pela primeira vez eu via um sorriso verdadeiro,
Puro como a criação, e então se fez primavera em
Minha vida, e a vida que me mostravas era cheia de
Cores e perfume e sabores dantes nunca por mim
Experimentando...

E nesse dia eu morri,
para renascer do ventre de teu Amor,
sim foste tu quem me pariu para
viver comigo Esse abençoado incesto.

E eu um Édipo filho do amor, te adoro como Jocasta
Alguma foi adorada...

E agora ressuscitado tenho medo de morrer...

(AlexSimas)
 
Ressurreição

Dores Necessárias...

 
Dores Necessárias...

Ame-me com toda tua vontade
Ama-me um instante que seja

Não precisa ser um Amor essência
Um Amor água-de-colônia já me chega

Um fiozinho de Amor pra deixar saudade
Ama-me mesmo que seja só de brincadeira

Não se importe se depois vai machucar
Um sonho é maior que a ilusão da verdade

Sofrer de Amor é melhor que passar a vida
Sem nunca ter tido alguém para se Amar

(AlexSimas)
 
Dores Necessárias...

Carta de um Amante...

 
Salvador, 17 de Maio de 1984

Meu Querido Amor!

Sonhei contigo. Alias só tenho feito isso.

Escrevi esta carta praticamente de trás pra frente, espero sinceramente que não te ofendas, pois ela é a síntese do que penso, do que sinto, do que sou.

"Sou a favor de sacrifícios em nome do Amor, mas nunca em favor das convenções"

Somos comprometidos, mas e daí?
Temos nossos pares, e eles completam uma parte de nós e daí?

Não temos culpa de sentirmos o que estamos sentindo um pelo outro.
Você me atrai, eu te atraio.
Eu gosto de você, e sinto que você gosta de mim.
Não é justo não podermos viver isto.
Não é justo nos sentirmos frustrados por estarmos presos a outros compromissos.
Não é justo não podermos realizar nossas fantasias, dar vazão a nossos instintos, só porque regras e leis de moral e proibidades que não foram escritas por nós nem submetidas a nossa aprovação, regem o certo e o errado.

Só porque séculos atrás, um punhado de pessoas impuseram seus conceitos de fidelidade, de pecado, e criaram o que na concepção deles é o ideal para a felicidade das pessoas.
E a fidelidade aos nossos sentimentos, nossos instintos?
E a felicidade que realmente queremos para nós?
Vamos castrá-las, abortá-las, cerceá-las, em nome de que?
De conceitos impostos por pessoas hipócritas, falsos moralistas que séculos após séculos nos impõe sua lavagem cerebral, a fim de nos tornar o que na verdade eles não são?

Não somos cascas vazias de vontade própria, nem parias.
Eles e suas leis é que nos transformam em marginais recriminados e condenados apenas por querer ser verdadeiramente humanos.

Covardes é o que somos. Por aceitarmos calados, por nos submetermos, e assim como eles, nos transformarmos em hipócritas, quando não em infelizes exemplos de moral, que se sacrificam em nome de uma utopia chamada paraíso. O paraíso deles, uma eternidade de monotonia e renuncia aos prazeres. Se for para vivermos a margem da lei e da moral da igreja, de Deus e da sociedade. Que assim seja.

Contanto que possamos costurar a nossa felicidade como uma colcha de retalhos, composta de pedacinhos de alegria, que os poucos momentos que conseguimos ficar juntos nos proporciona. Uma colcha que aquecerá nossos corações nos momentos frios da saudade, e tranqüilizará nossas consciências quando nos sentirmos culpados de apenas querer ser feliz.

Somos humanos, seres imperfeitos, criaturas contraditórias, capazes de dar nossas vidas nas mãos de outras pessoas, mas incapazes de abrir nossos corações.

Impomos uma fachada de indiferença, erguemos muralhas ao nosso redor, escondemos nossas emoções por traz de um verniz de aço. Que nos isola dos sentimentos que nos assusta.
O que não queremos aceitar é que a vida é uma perda atrás da outra, e o jeito é perder o mínimo possível, e viver o mais que pudermos, amando ao Máximo possível.

Imponho a mim esta filosofia de vida, aceitando tudo de bom que a vida me dá, e suportando da melhor forma possível, as perdas. Busco aprender com a dor. Minha dor e a dor dos outros.

Em meus sonhos, eu já estive nos lugares mais remotos de minha mente e alma. Já enfrentei medos e decepções tantas vezes que perdi as contas. Às vezes, sinto meus braços cansados, o cinzel cego e o martelo pesado. Tive sempre que demolir barreiras para alcançar meus objetivos, me sinto cansado de dar mais do que recebo, mas quando as pessoas me deixam ver através de suas barreiras (muitas vezes inconscientes disso), eu percebo que por mais que doa, tenho que continuar dando o melhor de mim, mesmo que nada receba em troca.

Porque a vida sempre acrescenta camadas de complexidade no que deveria ser uma equação simples?
Porque tem que ser Eu + Você = a eles?
Porque não Eu + Você = alegria, prazer... Felicidade?

Perdoe-me se sou soturno, perdoe-me se deixo cair mascaras que escondem minha verdadeira face, pois quase sempre, o que realmente somos, e mais feio do que aparentamos ser.

Mas, eu simplesmente não posso ignorar meus sentimentos.

Eu só queria passar as mãos em teus cabelos, sentir tuas costas tensas nas pontas de meus dedos, recostar tua cabeça em meu colo... Te ver sorrir

Viver sem o medo de ser apedrejado, não que eu tenha medo das pedras, o que tenho é nojo da sujeira das mãos que as seguram.

Do homem que te ama, sem medo nem culpa

Alexandre Costa

Uma carta escrita por um jovem casado, louco e apaixonado por uma jovem casada, louca e apaixonada
 
Carta de um Amante...

Ausência...

 
Ausência

Sinto tua ausência
como a me falar por trás
me sussurrando ao ouvido
palavras de saudade
Viro-me a te buscar
E só vejo poemas Não escritos
Perambulo pelas entranhas dessa saudade
Onde te busco entre as estantes
De lembranças jamais esquecidas

Adormeces comigo
Visto que me sinto junto a ti
Aos meus sonhos pergunto por ti
Mas eles nada me contam...

Minha amada, anjo menina
Menina que me encanta
Queria ter braços longos
Para vencer a distancia
E te abraçar, aninhado-me em teu colo
Onde podes me proteger do monstro chamado ausência.

(AlexSimas)
 
Ausência...

Ciúme...

 
Ciúme

O ciúme é um terreno instável que mistura real e imaginário.
Transformando a doçura do amor em agruras de um calvário.
Olhos aflitos perscrutam meu olhar, ânsia de ver e nada encontrar.
Deliras entre o absurdo e o ridículo amaldiçoando o tanto amar.
Boca seca, olhos úmidos, em frenética oscilação do calar e do gritar.
Conúbios de sentimentos atiçando o sofrimento do amor ausente.

Dito do amor o tempero, comparo-lhe ao sal ou a ardida pimenta
Que em justas doses realça o sabor em exagero o torna intragável
Indubitável maledicência disfarçada de justo zeloso o ciúme é um
Senhor avarento que afasta ligeiro do coração o objeto do desejo.

Maçarenta moléstia cria da duvida virulenta e da amarga ausência.
Qual forquilha estrangula o a alma atirando o espírito ao desespero.
Calidoscópio de involuntárias ilusões insanas de prazer e dor
Monstro infernal teus olhos não são verdes, são de qualquer cor.

(SamisXela)
 
Ciúme...