(para Dolores Marques) No pairar no delírio das estrelas
Há uma compreensão avançada
A léguas deste tempo.
Há um desmistificar num novo olhar
Da existência antes de cá chegar.
Há na leveza da Luz,
A melancolia de aqui se encontrar
Com a certeza de presenciar,
Ao esgotamento dos recursos
Ao reorientar do pensamento
E a chegada de um novo estado.
Há uma Luz intensa a cintilar
Uma viagem garantida ao apreciar
O sentido da vida e do universo
Tomam a forma de um verso!
No pairar no delírio das estrelas
O deslumbramento redescoberto.
Amálgama de emoções,
Ponto de partida da vida
Ponto na viragem nascida
Do princípio do fim.
O verso,
É beijo no centro energético
No sexto sentido,
Em sentido do universo.
O verso,
É o despertar para o além
Na força a brotar
E na queda no cansaço.
Há, para além de tudo
O tudo que é o além
Da existência…
Os versos que nos beijam
E que tentam despertar,
A realidade oculta.
Há constelações,
Há emoções!
Há a força das marés
Na esperança que nos conduz
E nos bombeia de Luz!
Inferno dos poetas
Inferno dos poetas
Liberdade de criar
No cárcere dos sentimentos.
Terno inferno
Arte de projectar
Ilusórios pensamentos.
.......................Sombrio Céu
Mistura com a realidade
Momentâneo desconhecimento
Da verdade.
........................................Sentimento
Transmitido de outro ser
Tão fácil de sentir…
Lágrimas a escorrer.
...........................................................Destino
O mundo colorir
Na chama da esperança.
Rostos a sorrir
Alegria de criança.
....................................................................Transformar o mundo
Lutar pela justiça
Consciente da desigualdade.
Abandonando o comodismo
Agradece a humanidade…!
Certezas...
Sinto os olhos fumegantes, ardentes. Abro-os no intuito de ver mais além, para além do que eles conseguem. Eles observam a sua própria limitação, o ponto de saturação do que não compreendem. Não adianta fazer o esforço… Será que só a energia que nos anima intrinsecamente, nos movimenta o corpo, consegue ver mais além, para lá de todos os dogmas que nos introduziram, alimentando egos seculares e deixando a verdade de cada um virar cada vez mais uma mentira?! E o cérebro? Qual o papel do cérebro? Mero veículo físico ao serviço da matéria, ou por outra, meio de nos transportar a novas dimensões? Talvez seja o que nós quisermos, mediante a alma que colocamos na nossa vida em cada atitude.
Pairam outras dimensões pela minha cabeça, interrogações, divagações, visões de outros mundos, onde quem nos deixa regressa, deixando-me cada vez mais certezas.
Máscaras
Máscaras
Canso-me depois de me cansar, gasto-me depois de me gastar…
Acalma-te coração, não vale a pena a inquietação.
Não deixes as rugas chegarem e se enraizarem,
Respira fundo, na transpiração do rubor em desatino
No desalinho das mentes cansadas das máscaras
Se desmascaram a si próprias, constantemente.
Ouvem-se vozes em harmonia, dia a dia,
Vêem-se rostos de tristes criaturas contentes,
Enchendo os bolsos, cantam, riem, dançam,
Na virtualidade da vida vivida sem existência.
Nessa senda de existência sem vida, na mentira
Mentem ao sabor do ar que respiram,
Ouvimos nós boquiabertos, sem resposta
Ao devaneio louco do embuste aceite pela sociedade.
E assim acaba a história, pois assim se quer
Pensar cansa a beleza, da inimputável gente
… que somos no mundo… mas que mundo?!
Que gente, que futuro, que moral, que valores?!
Permaneço na inquietação de ter que me acalmar.
(imagem retirada da net)
Almas perdidas
Almas perdidas
Pobres almas
Almas pobres
Mentes podres.
Imundo
Poço
Sem fundo.
Seara de trevas
Em proliferação
Escuridão ladeada
Aprofundada
Nesse vácuo
Sem fim.
Submundo de ilusão:
Dor alheia
Em repetição
É epopeia
Sem fim.
Submundo de escuridão:
Distúrbio causado
É prazer declarado.
Pobres almas
De almas podres,
Têm um fim.
Carcoma fétido
Enquanto dura
Infestando perdura
Alimentando a loucura,
De uma figura
Que tem um fim.
Desfecho esperado
Ser por si amaldiçoado
Geme em consequência
Da sua demência!
Grita no fim, de desgraça
Sofre na pele a violência
Que causou ao semelhante
A léguas da consciência.
Almas perdidas…
Na epopeia feminina
Na epopeia feminina
Na epopeia feminina,
Quantas lágrimas derramadas…
Mulher que desde menina,
Vê suas asas mutiladas!...
Mulher gosta de iguarias…
Mulher partilha alegrias…
Homem vive sozinho,
Mas quer-nos no seu ninho!...
Mulher vive acompanhada,
E na sua grande solidão.
É tanta a injustiça,
Que nem pode ter preguiça.
A todo o tempo está alerta…
Todo o tempo o coração aperta!...
Pedir, não pode nada,
Pois é mulher, e obrigada!...
Quanto tempo é preciso ainda,
Para a verdadeira igualdade?!
A teoria é realmente linda,
Mas onde está na realidade?!...
Mulheres do mundo inteiro
Acordem de uma vez!
Nós estamos em primeiro,
Nós somos a solidez!...
20 de Fevereiro de 2008
Contra todo o tipo de violência exercida sobre as mulheres, fisica e psicológica. Uma compreensão, um apoio, uma ajuda, uma força...!
A força do Ser
A força do Ser
Na verdadeira aflição,
Nada se consegue temer.
Vem o nosso coração,
E fazemos o que temos de fazer!...
Na verdadeira aflição,
O tempo é sempre pouco.
Na complicada situação,
Nosso ouvido é mouco!
Tomara que o fosse eternamente
E não mais ouvisse a mente
Com as suas projecções.
E ilusórias aflições!
Na ilusória aflição,
Monta-se um negro cenário…
Entra em choque o coração,
Pois é justamente ao contrário.
A mão começa a tremer…
O corpo sente frio…
O coração dói a bater…
Lá vem aquele arrepio…
Nesse cenário tão bem montado,
Em que há tempo p’ra tudo
Parece verdade, o imaginado,
O grave torna-se agudo!
A força do Ser,
É feita de Amor.
Não importa o ter,
Não importa a dor.
A força do Ser,
É feita de Luz.
É compreender,
É Jesus!
Iluminando o caminhar,
E constantemente Amar.
É o verdadeiro Ser,
Que vem à terra viver!
13 de Fevereiro de 2008
Passado sem futuro...
O chão está gasto, mais que pisado de tanto o ser sempre na mesma posição. Esta inverteu-se com o passar do tempo, pelo peso que levou em cima. Os dias gastaram-se, as noites sonharam-se. Tudo cresceu e por vezes foi cortado. Os dias ficaram cada vez mais pequenos, pois o sol escondeu-se por detrás de um céu cada vez mais carregado. Dissipem-se as nuvens negras criadas por nós para os dias voltarem a crescer, e renascer a natureza verdadeira do ser humano, em mais um ano, que pretende ser de transição. Essas razões caducas e caducadas estão mais que acabadas no cenário de imaginário passado sem futuro…
Liberta-te
Liberta-te
Liberta-te dessas amarras,
Solta-te desses grilhões.
Mostra as tuas garras,
E acalma as tuas aflições!
Sai desse estado empedernido,
De um ser meio adormecido.
Repara: estás mesmo amarrada!
Liberta-te de vez, ó desgraçada!...
Só precisas da força da vontade
Que está dentro de ti…
Procura! Verás que é verdade!...
Grandes armas, encontrarás.
Sentirás que não te menti…
Descobre por ti, que és capaz!...
1 de Fevereiro de 2007
Apatia
Apatia
Abstraccionismo
E inércia
Uma apatia
Noite e dia…
Uma vontade
Desmedida
Torna-se realidade
Perdida…
Um sentimento
A despontar
Num pensamento
A ocultar…
A palavra
Apresentada
Sai apressada
Na madrugada.
A retina
Que se fecha
Abre a brecha
Da cortina…
28 de Outubro de 2010