Mensagem
Hó, bela de minha vida
por onde andarás?
tão sozinha,
nas estradas antigas
de nossas mentiras.
saibas que aqui estou
esperando por teu amor,
segurando uma flor ,
nestes dias de horror.
Dizeres
O que dizer sobre as mulheres...
Sobre suas manias, seus encantos,
seus sonhos e seus enganos.
Se tão indiferentes somos...
Elas simplesmente fazem o impossível.
Quando tudo parece dar negativo,
veem com aquele jeitinho
E a solução perde o sentido.
Se revestem de ingenuidade,
mas por dentro...
Têm a pura capacidade
de suportar as mais duras tempestades.
Sofrem e quase, ou nunca, escondem que sofrem.
Pois cada lágrima a escorrer
ou cada dor a esconder,
transforma-se em esperança à florescer.
Conseguem envolver-nos
nos dois únicos momentos de nossas vidas...
No abrir de olhos quando crianças,
e no ultimo pensar quando velhos.
Tentamos sempre as compreender.
Mas como um simples querer,
fazem de todos nós,
sábios sem as conhecer.
Belém
Linda cidade á beira da baia,
fundade por caboclos e mestíços,
enfeitada por mangueiras,
praças e prédios coloniais.
Habitada por belas morenas
perfumadas por água de cheiro
e enfeitadas em roupas
que destacam as cores marajoara.
Terra de cabanos e amazonas
que carregam em seu sangue
os genes de Tupã e Caípora.
A chuva de hora marcada
renova o dia e abre caminho
para o fim de tarde,
quando o sol se banha
no guajará e se esconde
atrás das ilhas das onças.
A noite começa após a missa
na básilica santuário,
a benção da virgem é essêncial,
daí por diante tudo é paid'égua!
Flor de Mendoza
Em torno de tudo na imensidão,
eis que apenas teu semblante
fez diferença nesses dias.
Nada busquei, mas tu vieste...
Tua presença trouxe paz,
Vida e renovo.
Leva-me!
- Talvez não haja outros Setembros...
- Nem cartas dedicadas respeitosamente no final...
- Nem nomes em orações...
- Tão poucos outros listões...
- Talvez nada conspire mais a favor...
- Tudo passou e distante ficou...
- Eis olhar que fita o chão...
- Tão denso e distante...
- Mesmo em meio a sala, ainda é solitário.
- Quanto pesar nesse olhar,
de tristeza pela perda.
- Olhar que diz o que passas
nas noites que passam.
Uma à uma, sem ela.
- Mesmo sem nunca falar,
passas a velar.
De certo em que dias passarão,
e noites chegaram...
sendo no fim e no início
teu sorriso simples e cativo
adorna minhas lembranças.
Não aquele imutável em foto,
mas o vivo, que guardei em mim
daqueles finais da tarde e
os das poucas manhãs.
Leva-me!
Tudo...
Teve que acontecer...
Para que lembre cada vez mais de você.
Leva-me!
Leva-me onde estás,
leva-me...
- Sofrer mais?
- Quando alguém se vai...
- O quê fica?
Leva-me onde estás!
Há mais fogo...
Há mais céu...
Há mais vento...
Há mais sonho...
Há mais chuva...
Há mais brisa...
Há mais risos...
Há mais canto...
Não há mais medo!
Leva-me...!
- Onde estás?!
Casa de Rumaná
Uma mansão apenas com o aroma da Amazônia,
erguida sem paredes, portas, janelas, grades e muros,
onde o ar corra livremente entre os troncos, que seguram com seus galhos
o fantástico teto; onde o chão cheira à esperança.
Uma imensa casa que nunca envelhece e está sempre renovada.
O piso de terra cheira à vida, ele se esconde em baixo de flores de inumeráveis tamanhos,
de cor verde e textura variada, que parece ter ganhado ao longo do tempo,
muitas tentam esconder troncos e galho, os quais um dia
fizeram parte de gigantes que nunca morrem.
Porém, perdem seus pedaços para sempre estarem novos.
Sobre o piso verde, pilares grossos que são revestidos totalmente por um manto verde-claro
que simboliza a sua magnitude.
Juntos determinam tamanho da casa que transmite paz em todos os seus cantos.
O teto inalcançável protege tudo em seu interior,
regula a entrada de luz que o abraça.
Suas telhas são compostas por infinitas folhas
que estão distribuídas em galhos que a sustentam harmoniosamente.
É um paraíso feito para abrigar a felicidade,
que como a mansão, dure para sempre renovando-se constantemente,
assim como as árvores que a formam,
para que sempre exista algo novo,
como as folhas que caem de velhas e são substituídas por outras novas novas,
num ciclo interminável.
Cáciaeleetempo
O mundo de Cácia desabou no exato monemto em que descobriu quem realmente era a pessoa ao seu lado.
O tempo foi injusto, pois revelou a verdade tardiamente,nada poderia ser feito a partir de então.
O coração grava as vivências feito um escrito antigo na pedra bruta, é difícil, e muitas das vezes impossível, apagar. Fora as lembranças que voltam como furacões.
Ela certamente não irá as aulas de balé e canto esta semana e provavelmente ficará sozinha em um quarto escuro, enquanto ele segue sua vida.
Pobre Cácia, mas de quem é a culpa?
Luz do dia
O simples olhar alegra a vida,
sem precisar delegar.
A suavidade dita a dança do vento,
sem nenhuma resistência do tempo.
O brilho ofusca a claridade,
fugindo de sua originalidade.
Os fios do mais puro ouro
é singularidade, do início ao fim.
A delicadeza retoca a perfeição,
genuina das flores que desabrochão.
A visão do seu rosto pára a realidade,
retornando com fiel lealdade.
Sua imagem é passiva as horas,
mas gravável na memória.
Em poucas linhas, trago a sua beleza,
como um servo, alteza.
Vício
[b]Bato a porta violentamente,
jogo o vaso da estante,
tiro a roupa, deixando apenas o short,
Corro desesperado para a sala,
paro..., derrepente!
respiro fundo e sento no sofá.
O coração volta ao normal,
felizmente, era o final do intervalo do jogo.[/b]
Criaçã
Alegria humanizada em cativeiro
deformando a loucura remanescente,
elevando além do compreensível
a razão pálida e quieta.
Rosto da sombra em 3D,
simplesmente isolada na estufa
valendo-se apenas do úmido ar
e da covalescência mental.
Coração dispara apertando o peito,
prendendo o ar na garganta,
estufando as véias da cabeça
fazendo com que o corpo aqueça.
Olhos abrem camulflados no medo
idéias correm e saltam no abismo
do raciocínio, ativando os sentidos
fazendo o grito ser vômitado.
Inteligência maléfica, sem princípios
e nenhum sentimento, servindo
como uma meretriz a realidade,
cobrando apenas o sabor da existência.
Adágio
A perfeição perde seu significado
quando seus olhos acordam o mundo,
quando a luz é refletida
pelos seus cabelos e sua pele.
O tempo e espaço
ficam descaracterizados
pelo seu andar,
leve como uma flor
levada pelo ar.
Sua presença rouba a atenção
de uma forma singular
fazendo o raciocínio
perder a lógica,
trabalhando apenas
em sua imagem.
As palavras ficam escassas
para descrever,
de forma fiel,
a sua rara beleza
divina como a de vênus.
Bela manhã, luz do dia,
fonte de alegria,
humanizada em armônia,
feita para a poesia.