O LADO AMOROSO DE MIM
O LADO AMOROSO DE MIM
Nada fora dele
me negue
me atinja
me finja
Nem eu próprio sem amor me conceba...
Nele me saberei e me criarei
Por trás dos olhos dele me escondo e exponho
O estrondo que gritou neste sonho imenso
De derramá-lo fervente em meus braços
Queima-me com prazer
Dentre os vãos dos dedos
Faço a dor, faço o espaço
Esfumaço-me... Tal um cigarro
Esquecido da boca o prazer viciado
Meu querer se perde na solidez solta e só
D’uma orquídea erradia em seu tronco
Na sua forma mais arredia
Na sua beleza mais baldia...
A suavidade entinta as cores da flor às sombras
Salvam-se pétalas do cego furor destrutivo das ervas
E os meus tremores coabitam com a minha sensatez...
Escura e dura essa difícil escalada
Pelo negrume do meu muro
Onde o amor se disfarça
Em meus lábios contentes
As fragilidades racham mais as antigas fadigas
Na coerência desafiadora dos meus regaços
Nessa viagem indômita torno-me um gigante.
Léguas e léguas de ternuras e um simples passo...
Meu amor agora é sentimento cansado, mas contente...
Deito-me com os titãs, com os vermelhos dragões
Que me lambem os pés como cães bem-comportados
O amor vê-me a face a dormir e se enamora
Estou chafurdado de vida pelo avesso do sono...
E assumo o lado amoroso de mim
O lado que, de mim mesmo,
Olhando, o outro lado gosta...
E, gostando, numa franca aposta
Entrega sem receio tudo
Lado e lado
De si para si...
PROPOSTA DE AMOR
“Mesmo que a proposta seja de amor eterno
pode ser que o coração avise antes que este
amor já não será como antes”
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UMA NOVA CHANCE
"Quando se ama de verdade é sempre possível uma nova chance"
Ângela Lugo
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Não se vá...
“Quando o amor parte sentimos uma dor no peito
mas podemos pedir para ficar sendo nosso desejo”
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AMAR É MARAVILHOSO
"Amar é assim... Unir dois corações
e deixar as emoções fluírem"
Ângela Lugo
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Se tolerasse as asas nos ombros, voaria até ao coração teu … agora que dormes ou quando pranteias na solidão …
Escondo-me na tua arte de “poetar” como quem se esconde no gigantesco amontoado de ternura,
Que sobe a solidão cheia de silêncios escamosos
Na direcção do teu coração …[aquela estrela que brilha no teu peito de cor púrpura, própria das safiras puras e dos diamantes da emoção …]
Subindo…
Chorando nas palavras
A tua chuva
Aquela que baloiça os casulos do céu
A que desnuda as folha desmaiadas no chão
A que se debruça nas janelas da comoção
A que é socorrida pelas mãos
Sobrando a tristeza salobra
Da alma em saturação …
Nas suas linhas …
Mas nenhuma raiz suporta a mágoa do mar, nem que seja as dos teus olhos …por te ver a chorar…
Talvez esteja errado, pois os anjos como tu, choram nuvens, não choram lágrimas como as minhas …
AMOR
Amor vivido é sentir a felicidade
Amor passado é apenas saudade
Amor esquecido é mentira
pois quem ama jamais esquece
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MEU AMOR
“Lindo mesmo seria o dia em que o amor acordasse e
sem dizer nada apenas com meu coração entrelaçasse”
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Trepar não é amar
Trepar não é amar
É um jorro
Quente na minha cara.
A tara
Que me acusa e desvenda
Quando mergulho
Em tantas fendas.
O grito e o gozo
Que sorvo
E escuto
Entre chicotes e algemas.
Trepar não é amar
Não é sequer gostar,
É muito mais,
É só querer,
É uma busca incessante
Pelo ser
No gozo e no prazer.
Trepar não é amar
É ter,
Sobretudo ter,
Para logo depois
Perder
É ver o corpo
Como escada
Para o tudo
Ou para o nada
E esquecer.
Trepar não é amar
É gozar,
Sobretudo gozar,
Pois pode-se amar
Dias, meses, anos a fio
Sem jamais gozar,
Sem jamais entrar no cio,
Porque amar é sofrer
E trepar é querer,
É morder
O que tantaliza
Nosso ser.
Trepar não é amar
É querer, nu,
Mergulhar
Num cálido mar.
Amar
É querer
Também,
Querer
O que não se pode ter,
O que está além
Das nossas forças
Ou ser
Porque amar,
Em si,
É ansiar-se só,
Sem ninguém.
Amar é querer-se
Além do corpo,
É no fundo desejar
Estar morto.
Trepar não é amar,
É não querer
Estar morto,
Mas viver
Sempre no centro
De todo o corpo.
É tão sublime
Quanto matar
Ou trepar
Num altar
É cometer um crime!
Trepar não é amar,
É ser perverso
E se tornar objeto
De insanos desejos
Secretos.
É encenar papel baixo,
Despojar-se
De toda a vergonha e recato
Só para ter acesso
À silhueta atrás do véu
E à caixa que guarda
Preciosa jóia e anel.
Trepar não é amar,
É vociferar-se
Na janela
É uivar ou ladrar
Feito cadela.
Trepar é ser denumano e cruel,
Não é ser homem e mulher
Mas algo que resfolega ou galopa
Como um corcel.
Trepar é cravar e contorcer-se,
É rasgar e morder,
É ir até onde toda a carne
Sempre vai doer.
Trepar não é amar,
É ter na boca
Um beijo tantalesco,
É gritar venéreo
Contra o amor
Tão sério,
Que jamais vê
O que também somos:
Burlescos.
Trepar não é amar,
E se amamos
Enquanto trepamos
E se,
Por um breve instante,
Por um triz,
Consegue alguém
Ser feliz,
Saiba:
Isso,
Seja lá o que for,
É muito mais
Do que amor.
Eu é que sinto
Não sei ao certo,
O que pensar,
O que falar,
Tudo é incerto,
Em dias assim só apetece rimar,
E todos os dias são assim
que apetece amar.
.
Eu só tenho a certeza de ter uma vida,
Embebedada de gente metida;
Eu é que sinto, eu é que sinto,
Eu é que sinto, eu é que sinto
o sabor da minha vida.
.
Se tiver mais vidas para além de uma, bem,
serão minhas como a existência permitir,
Como as fases do meu sentir,
Sou eu que as sinto e mais ninguém!
.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R