Nem eu próprio sem amor me conceba... Nele me saberei e me criarei
Por trás dos olhos dele me escondo e exponho O estrondo que gritou neste sonho imenso
De derramá-lo fervente em meus braços Queima-me com prazer Dentre os vãos dos dedos Faço a dor, faço o espaço Esfumaço-me... Tal um cigarro Esquecido da boca o prazer viciado
Meu querer se perde na solidez solta e só D’uma orquídea erradia em seu tronco Na sua forma mais arredia Na sua beleza mais baldia...
A suavidade entinta as cores da flor às sombras Salvam-se pétalas do cego furor destrutivo das ervas E os meus tremores coabitam com a minha sensatez...
Escura e dura essa difícil escalada Pelo negrume do meu muro Onde o amor se disfarça Em meus lábios contentes
As fragilidades racham mais as antigas fadigas Na coerência desafiadora dos meus regaços Nessa viagem indômita torno-me um gigante. Léguas e léguas de ternuras e um simples passo...
Meu amor agora é sentimento cansado, mas contente...
Deito-me com os titãs, com os vermelhos dragões Que me lambem os pés como cães bem-comportados O amor vê-me a face a dormir e se enamora Estou chafurdado de vida pelo avesso do sono...
E assumo o lado amoroso de mim O lado que, de mim mesmo, Olhando, o outro lado gosta... E, gostando, numa franca aposta Entrega sem receio tudo Lado e lado De si para si...
Os barulhos mudos, fazem sangrar a calma a alma ….
E vão sobrando tantas palavras por viver No amanhecer do teu ombro … No colo do teu ser… Que chegam a doer Por não terem espaço nem tempo para crescerem… No pátio das nossas horas …
Meu Deus, se os teus sonhos fossem nascentes …., Antecipava-me ao descer das suas águas desviando todos os obstáculos até ao mar …
Mesmo sabendo, que ao tocarem no azul mais carregado nunca mais reflectiriam a tua felicidade no meu olhar…
Mesmo assim te amo sem saber explicar as ausências nem os silêncios …só sei explicar, que a tua infelicidade é o que tenho de mais imperfeito no peito…
Quando somos inócuos no coração Até os traços de avião nos fazem lembrar Uma viagem no alvoroço do teu cabelo De morango cheiro …
[Deixei aqui esta estrofe fora de rota para te fazer sorrir … ]
Embaciaram os vidros ficou a memória confusa e o caminho mais pálido já não me arrancam sorrisos andei léguas com passos indecisos até chegar ao horizonte tão meu onde a infância é já só uma fábula onde os verdes já são pardos turvo o azul do firmamento e na penumbra o pensamento.
A manhã me oprime, o sol me ignora a tarde me cega, logo a escuridão e logo a aurora a urdir novo dia e é mais um sonho que se abrevia caminho já sem meus passos fora de mim, distante, amor já não é anseio já não abraçam meus braços.
Ah...mas o sonho sempre germina! E o coração envelhece mas não pára de amar o amor a vida domina e é sempre ele que ergue do silêncio e nos vem embriagar...
há em descobrir como dessaber o porquê, o para que...
(ah, essa busca deformada das razões do sentir...)
amar de verdade... (qual maldita verdade?)
cada pequena falta de senso? cada ínfimo desvario? cada fremido? cada flor despetalada em bem/mal-me-quer? cada calafrio? cada gosto de beijo? cada sofrimento? cada desejo? cada delícia? cada desenfreio...?
amo a verdade injustificada aquela que é mais que a verdade d’um amor esdrúxulo, compulsivo, descabido...
assumo meu absurdo – esse meu maravilhoso absurdo - tal fosse o melhor absurdo que pudesse ganhar a realidade na sanidade covarde desse mundo
amo. se amo é porque posso amar.
O que fazer com um sonho … do tamanho do sempre …?
O que fazer, se o coração escancarado, Jorra um amor tão imenso Que daria para encher todos os espaços Negros Entre as estrelas… Menos no átrio do teu peito, Menina pássaro de mil cores …de mil açucenas!?
Vou te deixar um abraço de penas E todo um sentimento num beijo sincero, … Esperando que a brisa amiga, O leve até ao teu lindo rosto…
Esta noite sonhei que subíamos as árvores à procura de um ninho para morarmos …
Éramos meninos de meio metro com uma esperança gigante, capazes de sonharmos sem qualquer obstáculo, sem qualquer inferno interior…
Quando acordei, senti esse gosto de ave que perfumam os braços na liberdade do céu e nos lábios da lua… quando sobrevoam os nossos olhos de líquida prata no relento da alma sem o desassossego das lágrimas e das suas chuvas …
Fiquei então com a convicção que ainda há espaço para mudarmos a beleza dos nossos actos ….deixando que o coração seja o porta-estandarte do nossos passos …
E Talvez assim, possamos deixar de ser espremedores de íntimos, sendo o contrário …saciando os outro com o nosso melhor …
Dissolve da razão o impossível codinome da flor... Apenas sossega as ondas no carinho de teu dedo E afaga o botão, em segredo, na comoção d'um gesto Manifesto à lisa seda carmesim das delgadas pétalas...
Põe dependurada toda dor em tom cinabre... Larga-as lá, suspendidas à ponta do espinho A suspirarem a beleza de tua carne tenra e grave, Ao ar, feito flechas à pele; a errarem...
A flor misteriosa soprará tua vida, infinda, tão tua... Essa flor robusta, brotada em tua terna acolhida Enfim se abrirá, magnífica, garrida, desimpedida Pelos caminhos claros e evanescentes da lua...
E a canção multisuave dum amor, desta flor, saltará ao coração Galopando à montaria d’um alazão nas estrelas de prata... Pousará manso, em sorrisos, ao prado da tua imaginação Só para buscar-te, só para mostrar-te, num indelével improviso Quão fantástico é o jardim onde nascem os teus sonhos
Naõ é receber,é crer Não é criticar,é apoiar Não é ofender,é compreender Não é humilhar,é defender Não é julgar,é aceitar Não é esquecer, é perdoar Amizade...
è simplismente AMAR!
Se volta-se atrás no tempo… o alinhamento do sentimento seria outro …
O tempo não deixa rasto e em caso de nos perdemos, não temos como voltar a atrás…
Voltar a um passado onde errámos, amámos, magoámos, transformámos o amor em dor …
Assemelha-se ao mar cheio, que não suporta ver a sua face de areia pisada pelos nossos passos, apressando-se a limpar com as suas lágrimas, os vestígios da nossa caminhada…
Infelizmente, não apaga da memória e do coração, a dor, a saudade bipolar que nos faz sorrir e chorar …
Nessa impossibilidade de regressar para podermos escrever a nossa história de maneira diferente … fica a mágoa de quem não soube cuidar …respeitar quem está ao nosso lado…
Peço perdão a todos que magoei … mas fica a certeza, de que escrevi com sinceridade o sentimento e quando amei ,liguei o mundo no interruptor do sonho…
Outrora se me falassem do céu somente os anjos seriam dele a voz !
Mas porque és tu que me falas morre o lugar comum de que os anjos não possuem sexo e o céu abre-se como uma vaga de diamantes na tua boca !
Outrora quando os pirilampos disseminavam pérolas luminosas sobre as pétalas das flores tacteando na escuridão pela mão que no jardim não me tomava ! de infeliz a casa eu regressava com tantas luzes nos olhos e nenhuma no coração adormecia abandonado ao sonho que adoecia sob o meu colchão ...
Mas hoje que o céu é a minha estação... sinto-me cavaleiro sobre o dorso das estrelas no castelo celestial das nuvens chuva d´órbitas na fortaleza firmamento de borboletas com beijos em asas de coloridas delicadezas há uma entrada imponente que é a gala da tua visão que ao sonho me conduz em explosão de libélulas voando ...em dança frenética são como igrejas das palavras que tu beijas...
A única roupa que vestes depois das lágrimas É os poros da minha pele Quando nos tornamos mais fortes Despindo a alma Sem a omissão dos braços ….
Mesmo despida diante do meu olhar O que encontro de pornográfico São as tuas lágrimas em meus lábios Chorando palavras tão virgens e velhinhas Depois de eternizarem a solidão Sem respirarem Na tua língua …. A paixão de amar…
Se tolerasse as asas nos ombros, voaria até ao coração teu … agora que dormes ou quando pranteias na solidão …
Escondo-me na tua arte de “poetar” como quem se esconde no gigantesco amontoado de ternura,
Que sobe a solidão cheia de silêncios escamosos
Na direcção do teu coração …[aquela estrela que brilha no teu peito de cor púrpura, própria das safiras puras e dos diamantes da emoção …]
Subindo…
Chorando nas palavras A tua chuva Aquela que baloiça os casulos do céu A que desnuda as folha desmaiadas no chão A que se debruça nas janelas da comoção A que é socorrida pelas mãos Sobrando a tristeza salobra Da alma em saturação … Nas suas linhas …
Mas nenhuma raiz suporta a mágoa do mar, nem que seja as dos teus olhos …por te ver a chorar…
Talvez esteja errado, pois os anjos como tu, choram nuvens, não choram lágrimas como as minhas …
Trepar não é amar É um jorro Quente na minha cara.
A tara Que me acusa e desvenda Quando mergulho Em tantas fendas.
O grito e o gozo Que sorvo E escuto Entre chicotes e algemas.
Trepar não é amar Não é sequer gostar, É muito mais, É só querer, É uma busca incessante Pelo ser No gozo e no prazer.
Trepar não é amar É ter, Sobretudo ter, Para logo depois Perder É ver o corpo Como escada Para o tudo Ou para o nada E esquecer.
Trepar não é amar É gozar, Sobretudo gozar, Pois pode-se amar Dias, meses, anos a fio Sem jamais gozar, Sem jamais entrar no cio, Porque amar é sofrer E trepar é querer, É morder O que tantaliza Nosso ser.
Trepar não é amar É querer, nu, Mergulhar Num cálido mar.
Amar É querer Também, Querer O que não se pode ter, O que está além Das nossas forças Ou ser Porque amar, Em si, É ansiar-se só, Sem ninguém.
Amar é querer-se Além do corpo, É no fundo desejar Estar morto.
Trepar não é amar, É não querer Estar morto, Mas viver Sempre no centro De todo o corpo.
É tão sublime Quanto matar Ou trepar Num altar É cometer um crime!
Trepar não é amar, É ser perverso E se tornar objeto De insanos desejos Secretos.
É encenar papel baixo, Despojar-se De toda a vergonha e recato Só para ter acesso À silhueta atrás do véu E à caixa que guarda Preciosa jóia e anel.
Trepar não é amar, É vociferar-se Na janela É uivar ou ladrar Feito cadela.
Trepar é ser denumano e cruel, Não é ser homem e mulher Mas algo que resfolega ou galopa Como um corcel.
Trepar é cravar e contorcer-se, É rasgar e morder, É ir até onde toda a carne Sempre vai doer.
Trepar não é amar, É ter na boca Um beijo tantalesco, É gritar venéreo Contra o amor Tão sério, Que jamais vê O que também somos: Burlescos.
Trepar não é amar, E se amamos Enquanto trepamos E se, Por um breve instante, Por um triz, Consegue alguém Ser feliz, Saiba: Isso, Seja lá o que for, É muito mais Do que amor.
Não sei ao certo, O que pensar, O que falar, Tudo é incerto, Em dias assim só apetece rimar, E todos os dias são assim que apetece amar. . Eu só tenho a certeza de ter uma vida, Embebedada de gente metida; Eu é que sinto, eu é que sinto, Eu é que sinto, eu é que sinto o sabor da minha vida. . Se tiver mais vidas para além de uma, bem, serão minhas como a existência permitir, Como as fases do meu sentir, Sou eu que as sinto e mais ninguém! . Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
A primeira vez Quando me amaste, ao amanhecer Teus olhos eram estrelas Tua boca a alvorada No teu corpo a primavera Na tua voz havia uma sucessão De sons e silêncios ,que me embriagava Teus lábios de amora silvestre Tua língua doce pêssego Em seu corpo esvoaçavam as palavras No poema por escrever,no amor ainda por tecer Doi-me ás vezes recordar Doi-me ainda te amar
És mulher com um decote aberto nesses dentes perfeitos Um sorriso rasgado,nesses opulentos peitos, Com esse olhar que me penetra as profundezas do meu ser.. Até me pergunto o que tu para mim podes ser? Será que vale a pena melhor te conhecer? O teu nome rima com alguém que se ama.. Ao ser mais uma vez invadido por esse teu olhar Pergunto se não quero arder nessa tua misteriosa chama, Será que és uma mulher só de ir para a cama? Ou então o teu olhar é de uma mulher que me engana?
Não me tenho até em tão má conta; Apesar de me custar a acreditar; Que em tão pouco tempo,nos possamos já amar..
(Oiça o poema recitado pelo próprio autor com a música de fundo "Índia" interpretada por alma gémea)
Prisioneiro do Amor
Preso! Vivo preso! Prendeu-me um coração! E ao invés de menosprezo, Dentro de mim represo, O gosto da punição;
Que ninguém fique surpreso, Por eu gostar da reclusão; É que tanto por esse amor me prezo, Que a liberdade por ele desprezo, Para feliz viver na prisão!
Não quero acordar É no sonho que te chamo te vejo te amo _________________ Meus dedos gritam as palavras que não te posso dizer porque meu amor, tu, ainda não existes..