Factos e Artifícios
Divina globalidade
Transpondo diferentes cenários
Factos e artifícios
Iluminados
Suposto domínio da verdade
Antigos ou novos registos
Elementos agrupados
Extenso labirinto
Virtualmente organizado
Quase deserto
Efetivamente
Jogo de vontades alheias
Determinadas as regras
Limitas-te a observar
De um plano inferior
Ou sobes a escada
Até ao último andar
Onde vês as estrelas
O que a visão alcançar
Mas não te chega
Satisfazes o desejo de voar
Asas abertas
Sobre as coisas pequenas
Fora da prisão do tempo
Das normas estabelecidas
Afastas-te das altas torres
Para o espaço imenso
Que em ti se encontra
Quebrando barreiras de ilusão
Descobres a flexibilidade desse corpo
Que mostras ao mundo
Nada será definitivo
Apenas a tua decisão
Nuance
Entre despidas paredes
Encontro com a vertigem
Regresso fundamental á origem
Sentindo que te moves
Em qualquer vertente
No impulso da corrente
Habito da inercia
Ou o gozo da sua ausencia
Descobres o alicerce
Oposto á cobertura
Ignorado da conjuntura
Ainda assim obra de arte
Negada a repetição
Do ser enclausurado
Discreto prazer encontrado
Em jeito de revolução
Destaca-se o reverso
Pulsando
Quente e intenso
Alma em exposição
Elementos constituintes
Da essencia que desconheces
E no entanto existe
Abaixo do solo
Da tua pele inexplorada
Outro nível de existencia
Livre do preconceito
Sem entrada ou saída
Magnífica experiencia
Do ser ou estar por completo
P.S.
Primario
O homem que espera
No lugar de sujeito
Um instante perfeito
Repouso da fera
Sem qualquer argumento
Em flagrante inércia
Desfazendo a peça
Contorna o circo
Sempre sem pressa
Percorre o edifico
Recorda quem era
Libertado pelo vício
Foca as texturas
Da superfície gasta
Absorve o que regista
Transforma e continua
Sem peso de amargura
Outro ponto de partida
Conteúdo abstracto
Simulada existência
No interior do quadrado
Exposto a inventário
Levanta-se da cadeira
Apoia-se numa ideia
Em sentido contrário
Movido pela certeza
Que desta vez é a serio
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Direcções
Pairando sob as formas abstractas do pensamento..
Revela-se sem plano nem historia..
Girando num movimento sem gloria..
O eixo imaginario da razão..
A vertigem surge intermitente e silenciosa..
Conquistanto o trono que é seu por natureza..
Os dados estão lançados..
As regras sao ainda virgens inocentes..
Corda bamba, roleta russa..
Tiro no escuro..
Mergulho no nada..
O desconhecido é agora anfitrião..
De uma propriedade sem porta nem chão..
Liberdade em forma de expressão..
Onde nunca é demasiado tarde..
Os homens sao as suas certezas..
Ou a razão da sua ausencia ..
Tudo se resume ao envolvimento..
Vou sem rumo que exija razao..
Corro riscos sem definição..
Com tempo , sem tempo..
Na entrada , esperada..
Escolhido, vencido..
Confiante, errante ..
Apenas caminhando...
P.S.
Perpetua Acção
Sentido inverso
Manifesta distancia
Suposta diferença
Inevitável confronto
Fundamento ou essência
Construído futuro
Traçado o rumo
A decisão por excelência
Criando
Pensamentos e acções
Grupo de situações
Estrutura desse universo
Em que te desintegras
Por simples desistência
Ausente o domínio da força
Que normalmente reclamas
Por ser tua
Existe
Nessa alma nua
Coração em chamas
Sensação persistente
Te reconduz á vida
Perpétua forma
A que o desejo assiste
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transformação
Gesto quase perfeito no projecto de um corpo alimentado e composto na linha imaginária onde produzes o sonho e ignoras a escala suposto inicio partindo do centro para o todo manifesto na síntese de forma suprema ou sequencia mais vasta focando o limite de uma margem concreta na extensão do que existe alem da tela contornos de nada em que tudo se expande e a experiencia somada e contada simultaneamente ofusca e revela a génese de uma mesma criação elemento sem nexo complexo isento de senso pelo sexto sentido não segue o guião ritmo constante presente do fogo liquido esvoaçando por terra em transformação
Efeito
Estranho efeito
Ou extensão da rede
Distancia que existe
Entre este e outro ponto
Linha sem nexo
A que a intermitência sucede
Luz e sombra
Em curtas metragens
Figuras inteiras
Pelo som que demora
Em lento reflexo
Movimento perpétuo
De dentro para fora
Dimensões em fusão
Sem fio condutor
Essa força maior
Te levanta do chão
Espaço imenso
Que integras
Caminhando entre as chamas
Atravessas o tempo
Incompleto e perfeito
Na sequência das horas
Construção de outro mundo
Idêntico em tudo
Ao que habitas agora
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Infinito
Do som atraente
Que te chama
A outra essência
No corpo ausente
Percorres sem ver
Entre a multidão
Num fluxo qualquer
Implosão
Da mão que te embala
Em troca de nada
Te permite voar
De dentro para fora
A noite a chegar
Dispersas-te agora
Olhos vendados
Divinos pecados
Em consciência
Por outra presença
Destinos cruzados
Porque o dia não espera
Ignora a palavra
Dos contos contados
No infinito
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permanencia
Diriges pelas curvas inclinadas da vida que percorres e te percorre nessa subida sabes tudo que importa na verdade quando expostos os alicerces do ser desintegras-te numa fusão inequívoca enquanto vês a cidade por baixo da noite extensa iluminada pela mão suave deslizando em ti com confiança nessa presença ou ligação sabendo que nada mais aconteceu debaixo do céu alem desse toque quente e profundo o olhar indizível de quem se encontra em ti para além de qualquer definição no ar que respiras fluxo de desejos memorias sentimentos sentidos desconhecendo o espaço físico de corpos e espíritos que se afastam mas não separam
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Cores Sonoras
Quando então te moves
Observas o relevo
Mudando gradualmente
Ao longo da estrada
Desfile de formas
Matéria vibrante
Encruzilhada
Num ponto distante
Supostamente
A sugestão de uma escolha
Encontro de trajectos diversos
Integrando outra historia
De tempos passados e futuros
Ventos ou oceanos
Indicando rumos
Cores sonoras
Dimensão consistente
Movimento ascendente
Decorrer das horas
Efectivamente
Fuga improvisada
Pelos atalhos da mente
A que o instinto sucede
Sem escala