O incerto abre-se a minha fronte.
E da profundidade conivente ao supérfluo
Enxergo a miserável rotina de sobrevivência -
Cada passo mais perto do precipício.
E embebedar-se é o consolo,
Um beijo a mais,
Um orgasmo a mais,
Uma overdose a menos.
A alegria de contar os momentos que perdemos
O fôlego,
Para esquecer o fardo de respirar.
E vassala do tempo,
Portadora da incompletude
A felicidade sentencia
A minha ânsia de perfeição
Ao caos
Do Acaso.
"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros