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Chega de silêncio!

 
Silêncio,
só silêncio
ante o eco reprimido
do grito amordaçado.

Silêncio,
só silêncio
ante o cruel destino
do corpo despedaçado.

Silêncio,
só silêncio
ante o parto prematuro
do nascituro condenado.

Silêncio,
só silêncio
ante o gasto premeditado
do corrupto deputado.

Silêncio?
não, não mais silencio
ante o infinito deserto
de bocas da fome que não sacio.

Silêncio?
não, não mais silencio
ante o descalabro aberto
de meias, cuecas cheias de dinheiro público.

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em março de 2010.
 
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AjAraujo
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