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Para um Cravo...

 
Para um CRAVO...

Quando um coração faz carta para outro, é como um leva e trás de beija-flor,
Como mandar pela asa do vento um aroma sutil da presença.
Qual envelopar saudades e postar nas caravelas perdidas no oceano da distância.
Quero nas poucas e tenras pétalas do meu escrever, dizer do que sinto contar das águas que afogam, das marés que aquecem o esquecimento.
Do encher e vazar do meu Rio - Coração.


Cravo meu,
Que comigo nem brigou,
Que, no entanto, com a mudez rasgou,
Pedaçinho por pedaçinho um papel de escrever sentimentos...
Sangrou.
Não despetalou,
Feriu.
Com ponta sutil cada naco arrancado.
Não- Me- Quer...



Ah Cravo querido,
Como pode uma flor a outra fazer murchar?
Das cores tirou a vividez,
Desbotou,
Do cheiro a essência extraiu,
Tirou o pólen,
Debulhou,
Machucou,
Pétala sem viço ficou,
Des-pe-ta-lou...



Restaram prados vazios,
Águas que são só(s) sinais,
Resquícios de um jardim,
Quase um lugar negrume,
Roubado pela tristeza o lume.


Cravo que leva o riso,
Troca o brilho por sal,
Tempera de amargo a boca,
Um travo,
Um desagrado,
Abrolhos.



Teu silêncio sem verbo falado,
Ausente de letras, vazio perpassado,
Tempo que escoa surdo,
Ecoando palavras mudas,
Falta que decorre, veio líquido na estrada,
Fino sinal no caminho,
Quase apagadas marcas,
Pegadas de um solitário querer.


Cravo que Mal -Me -Quer,
Craveja meu rir de lamento
Crava-me de falta tua,
Crava a vida em desigual
Crava da flor o final.


Não é uma carta só, é um suspirar enviado,
Não-Me-Ouve,
Não-Me-Vê
Sequer imagina,
O vislumbre da falta.
Que deixa na vida minha.


Leva Beija-Flor, leva esse vago de mim, transpõe aquela janela bem perto da Sumaúma, deixa lá esse recado, do meu Rio que se funde as lágrimas, que se junta ao mar, e deságua todo o prantear.
Fala a ele bem baixinho, das estrelas, do luar, diz do querer que agiganta o infinito do olhar.
Conta e canta para ele desta flor, que triste, até já muda de cor, diz que não há obra completa quando impera a latente dor.
Revela que são só(s) versos, rimas pequenas, rumos dispersos, letras ajuntadas, palavras não faladas, escritas, sangradas, por um sentir feito, sagrado de amor.
Diz a ele Beija-Flor, manda um beijo,
Diz que é da Rosa,
Da saudosa Rosa,
Da Rosa para o Cravo, Beija-Flor.


Destino: Onde houver uma gigante Sumaúma, um concreto de distância, um Cravo. É lá Beija-Flor.







[size=large]Citando:
A felicidade é branca... O amor tem matizes que nos fazem ver o infinito..
.

O desejo de escrever persiste, por vezes em tons felizes, vibrantes cores, outras em tons pastéis. cor de pérola, mas o que importa é que não há r...

 
Autor
RoseaneFerreira
 
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