Consegues ouvir o meu grito,
Ver o gesto da minha mão,
Ó cidade longe, se do plinto,
Ergo de éreo feito esta saudação?
Não tem oiro a estátua, nem luz
A prata, no traço cinzelado.
Mas se o bronze, à opulência não faz jus,
Ganha a verdade, com que foi moldado.
E saberás porventura, que
Esforço ele não tem?
E que só me cansa a mão, se
A tua espero, e ela não vem?
Em teu peito amargurado,
E que à estranja recolheu,
Seja este poema amparado,
Que na Augusta Pátria nasceu.
E se a lua, lá do alto, desce
À minha janela, ao que escrevi,
É porque também não esquece,
As muitas saudades de ti.
Jorge Humberto
Setembro, 20, 1996.
In SAiu A Fera De Mim