às vezes não me apetece escrever:
não pisar as violetas brancas que mal despontam no papel
com o peso do meu pulso em riste.
não arranhar a pele da folha virgem
com a pena que me prolonga as lágrimas.
não tingir de sangue a memória das árvores
com a artificialidade das minhas rimas.
não quebrar a cadeia da imortalidade
com a perecibilidade das palavras.
não rasgar o intrincado tecido da alma
com os ventos que transportam as sementes.
não desvirtuar a inocência das mãos
com a promessa de que se lê nelas o destino.
não desafiar, enfim, o poder de Harpócrates
com a original intenção de um deus inocente...
Teresa Teixeira
"...
Assim, Harpócrates, Hórus enquanto criança, personifica o sol recém-nascido a cada dia, a primeira força do sol do inverno. As estátuas egípcias representam este Hórus como um garoto nu, com o dedo indicador sobre a boca - uma associação com o hieróglifo que significa "criança", sem qualquer relação com o gesto greco-romano e moderno que indica "silêncio". Os antigos gregos e romanos, no entanto, sem compreender o significado do gesto, fizeram de Harpócrates o deus do silêncio e do segredo,..."
in
http://pt.wikipedia.org/wiki/Harp%C3%B3crates