RESPOSTA COM VINHO & VENENO EM FORMA DE SONETO PARA ADRIANE BONILLO, MEU AMOR

Meu caro irmão de ofício,

Mas quem disse que eu sou maior? Tenho apenas 1,64. Vou lhe contar um caso. Deu-se no Rio de Janeiro. O jornalista e escritor Joel Silveira, correspondente na 2ª Grande Guerra, um dos maiores repórteres brasileiros, de texto brilhante, certa vez estava com o neto de 10 anos a espiar o mar de Copacabana, da janela do apartamento onde residia. Vendo o poeta Carlos Drummond de Andrade, em sua caminhada matinal pela orla marítima, chamou à atenção do menino: "Está vendo aquele homem que vai caminhando ali? Ele é o maior poeta brasileiro." O menino, na sua inocência, voltou-se para o avô, espantado e retrucou: "Mas como o maior?! Tão pequenininho e magro!" Foi só uma brincadeira que eu quis fazer. Mas o fato aconteceu. Tanto que Silveira o relatou numa de suas crônicas. Quanto ao seu comentário, vindo de você,um poet de muito brilho, que aprendi a admirar, só posso dizer que me envaidece. Afinal, você bem sabe, todos nós que escrevemos, somos vaidosos. E elogios só nos fazem bem à alma.Meu forte abraço. E a admiração de sempre,

Júlio

meu caro amigo,

é sempre bom ler, ver e ter você por perto. vamos à luta, camarada! nascemos para desafinar o coro dos contentes. ela gostou, sim, do soneto. e eu gostei de você ter gostado. por favor, não suma.

júlio

negativo, querido amigo. quando vinda de alguém como você, sempre tão leal, nenhuma mensagem é considerada rasgação de seda. mil vezes negativo. você, no coração de adriane e no meu, será sempre bem-vindo. e recebemos seus comentários como palavras de amizade e carinho.

beijão,

júlio

Amigo Godi

Axé!!!

Já comentei alguns dos seus poemas. Lembro-me de um vilancete que você, obedecendo todos os rigores que esta antiga,e sempre nova (não existe antigo em poesia), forma de composição poética exige. Ainda ontem, 11-04, li um soneto primoroso que você escreveu, e o comentei também. Não é de hoje que admiro suas qualidades poéticas, bem como o seu caráter: suas opiniões são imparciais e lúcidas, sem os arroubos inflamados das paixões. E é aí, meu irmão baiano, que a porca torce o rabo. Um comentário seu é uma faca de dois gumes. Por quê? Explico. Ser comentado por você, Cláudio, não só é motivo de orgulho para o comentado - porque as palavras vêm de quem conhece poesia -, mas também aumenta a responsabilidade de quem recebe o comentário. O ego da gente respira, pleno de satisfação. E o dever de fazer sempre melhor, mais do que um dever, é uma obrigação.

Obrigado, muito obrigado mesmo pelas suas palavras.

Abraço forte,

júlio

Querida Amiga, acho que assim já lhe posso chamar:

Fico profundamente agradecido por ter gostado do poema de Adriane. Ela, de fato, tem um talento fora do comum. Começou a escrever há pouco mais de um ano, após uma briga que tivemos. E acho até que seu poema inaugural foi este que ganhou resposta minha. Vinte anos mais nova do que eu, advogada, especializada em Direito Civil, sua trajetória poética chama atenção por um detalhe: nunca foi leitora assídua de poesia. Quando você conhecer o conjunto da obra dela, verá que nada tem a ver com o que escrevo. Jamais acrescentei ou tirei uma vírgula de um poema da Drica, que é como eu a chamo. No máximo, dei uma ou outra sugestão de título, como ela já fez com escritos meus. Impressiona-me em Adriane o ritmo e a colocação de palavras exatas em cada verso, em cada poema. As imagens talvez sejam influência do cinema, que ela adora e eu detesto - sempre durmo durante um filme. O máximo que consigo digerir no cinema são filmes de Gláuber Rocha e alguns poucos, também brasileiros, da época do Cinema Novo.
Quanto ao casal, temos rusgas como qualquer outro casal. Somos de temperamentos difíceis. Mas ela acaba sempre vencendo. Até porque tem personalidade muito mais forte que a minha. E é sem dúvida uma grande mulher, que se faz presente até no ar que respiro.

Mais uma vez agradeço. Em meu nome e no dela.

Beijos do casal,

Adriane e Júlio